Invasão da Tchecoslováquia





Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a Invasão da Checoslováquia pelo Pacto de Varsóvia. Para a invasão do país pela Alemanha nazista na II Guerra Mundial, veja Ocupação alemã da Checoslováquia.



























Invasão da Checoslováquia pelo Pacto de Varsóvia
Parte da(o) Guerra Fria

Praga 11.jpg
Tanques soviéticos em Praga, 1968.














Data

20 de agosto — 20 de setembro de 1968
Local

Tchecoslováquia
Desfecho

Protocolo de Moscou, presença militar soviética até 1991

Combatentes

 União Soviética
Bulgária Bulgária
 Alemanha Oriental
Hungria Hungria
Polónia Polônia

ChecoslováquiaChecoslováquia
Líderes e comandantes

União das Repúblicas Socialistas SoviéticasLeonid Brezhnev
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Pavlovsky
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Andrei Grechko
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikolai Podgorny
Bulgária Todor Zhivkov
Polónia Florian Siwicki
Hungria Lajos Czinege

ChecoslováquiaAlexander Dubček
Checoslováquia Ludvík Svoboda
Checoslováquia Martin Dzúr
Forças

Invasão inicial:
250 000 soldados (20 divisões)[1]
2 000 tanques de guerra[2]
800 aeronaves

Auge:
500 000 soldados[3]
6 300 tanques[4]
235 000 soldados (18 divisões)[5][6]
2 500–3 000 tanques
250 aeronaves
Vítimas
112 mortos (incluindo 96 soviéticos)
137 civis mortos e 500 feridos
70 000 tchecos fugiram do país (300 000 migrariam até a Revolução de Veludo)


A invasão da Tchecoslováquia/Checoslováquia também conhecida como entrada das Forças Aliadas (Operação Danúbio) foi uma invasão militar de tropas de 5 países socialistas do Pacto de Varsóvia sob a liderança da União Soviética (URSS, República Democrática Alemã, República Popular da Polônia, República Popular da Hungria e República Popular da Bulgária).


Na noite entre 20 de agosto e 21 de agosto de 1968, os países membros do Pacto de Varsóvia invadiram a República Socialista da Checoslováquia, a fim de deter a Primavera de Praga, as reformas de liberalização política de Alexander Dubcek.[7]


Na operação, de codinome do Danúbio, as estimativas variam entre 175.000 e 500.000 soldados[8] que atacaram a Checoslováquia; cerca de 500 checoslovacos ficaram feridos e 108 morreram na invasão.[9][10] A invasão parou com sucesso as reformas de liberalização e fortaleceu a autoridade do Partido Comunista da Tchecoslováquia. A política externa da União Soviética durante esta época ficaria conhecida como a Doutrina Brejnev.[11]


O exército da RDA estava pronto sob as fronteiras entre a Tchecoslováquia e a Alemanha e não excederam seu território à espera das tropas soviéticas. Dentre os países membros do Pacto de Varsóvia que não participaram da invasão, foram a Albânia (participante desde 1961 como membro passivo) e a Romênia (devido à sua liderança do pecualiar líder Nicolae Ceaușescu).


Foram ocupadas a maioria das grandes cidades tchecoslovacas pouco depois da chegada de tanques e aviões com altas técnicas militares soviéticas. A população expressou forte resistência durante as primeiras semanas de ocupação, no entanto não conseguiram nenhum resultado sozinhos. As transmissões de rádio e de televisão foram interrompidas. Devido à tentativa de instaurar uma reforma socialista no país, era conhecida como Primavera de Praga, ocorreu logo após a invasão pela URSS, a prisão e o internamento de dirigentes representantes da Tchecoslováquia - Dubček, Smrkoský, Černík e outros - logo após a invasão. As tropas soviéticas permaneceram desde a invasão até o ano de 1991.




Índice






  • 1 O Percurso da Invasão


  • 2 Perdas


  • 3 Avaliações externas


  • 4 Protestos externos


  • 5 Estádia das tropas em território tchecoslovaco


  • 6 Transmissão ilegal de rádio


  • 7 Ver também


  • 8 Referências





O Percurso da Invasão |




A placa memorial em Košice, Eslováquia.


Na noite de 20 de agosto de 1968 para 21 de agosto de 1968, iniciou-se a ocupação da Tchecoslováquia. A primeira onda de posse ocorreu nas primeiras horas da manhã, quando foram ocupados os aeroportos, nos quais aterrizaram aviões de transportes carregados de unidades militares. O ruído dos aviões alertavam os habitantes ao redor destas regiões, onde a invasão iniciara. A população começou a espalhar as notícias sobre o ataque das unidades do Pacto de Varsóvia. Durante as primeiras horas da manhã, foram transmitidas, nas rádios tchecoslovacas, as cenas dramásticas dos tiros que estavam a ocorrer nas regiões vinícolas do país. Por volta das 9 da manhã, foram emitidos mais sons de tiros da infantaria soviética. O rádio passou imediatamente para a ilegalidade e a partir das 11 horas da manhã se iniciou a repetição constante de notícias sobre a situação do país geradas por estúdios clandestinos secretos em todo o país.


No percurso da invasão, foram implantados cerca de 6.300 tanques nas ruas tchecoslovacas, os quais eram seguidos por numerosas unidades terrestres que contabilizavam um número estimado entre 200.000 a 500.000 homens.




Unidade de artilharia do Pacto de Varsóvia, na Tchecoslováquia, em 1968.


Os tanques e carros blindados foram pintados com listras e foram denominados como listras da invasão. Estas listras de cores brancas nas capotas blindadas tiveram o objetivo de impedir possíveis ações de unidades inimigas. Obviamente, eram utilizadas pela Tchecoslováquia neste mesmo período, as mesmas técnicas de armamento (como por exemplo as listras) que nos outros países que integravam o Pacto. Por isso, o exército de ocupação teve dificuldade para distinguir inimigos de aliados. As listras invasoras foram utilizadas pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial, como por exemplo na Operação Overlord.



Perdas |


Desde o dia da entrada das tropas no país até o fim do ano, morreram em confronto com as tropas estrangeiras com civis e acidentes de transito causadas pelo exército de ocupação: 108 tchecos e eslovacos. A invasão gerou também como resultado, a emigração de aproximadamente 300.000 pessoas da Tchecoslováquia, dentre os quais 70.000 foram imediatamente após a invasão. Durante a invasão morreram 98 soviéticos.



Avaliações externas |


Já em 21 de agosto de 1968, reuniu-se o Conselho de Segurança das Nações Unidas. O representante soviético Jakob Malik disse durante o encontro, que nada estranho estava a ocorrer na Tchecoslováquia naquele momento, afirmando ainda que tudo estava funcionando normalmente. Ao fim, o resultado foi que os Estados Unidos da América e a Grã-Bretanha já estavam com um acordo pré-aprovado, no qual aprovava-se 10 países independentes e 3 Estados, dentre os quais Índia, Paquistão e Argélia foram assumidos com atraso. Contra esta resolução, estavam somente a União Soviética e a Hungria. Malik no entanto, adotou posteriormente o veto da resolução. Apesar desta atitude hostil do representante soviético, os EUA optaram por não reagir de forma alguma já que o importante era o acordo bilateral realizado com a URSS e respeitaram assim a divisão da Europa pós-guerra. O governo britânico não quis se comprometer também, pois visava a continuação de seus interesses comerciais tanto com a União Soviética como com os outros países membros do Pacto de Varsóvia. Alguns países socialistas se recusaram a enviar suas unidades militares para a Tchecoslováquia (como por exemplo a Romênia), enquanto outros países manifestaram seu apoio à liderança do Partido Comunista da Tchecoslováquia, chegando até a oferecer ajuda de material militar.



Protestos externos |




Manifestação em Helsinki contra a invasão.


Contra a invasão protestaram diversos Estados do Leste socialista, como Romênia e Iugoslávia.


No dia 25 de agosto de 1968, reuniu-se na Praça Vermelha em Moscou, um grupo de 8 cidadãos soviéticos (conhecidos em tcheco como os 8 corajosos): Kostantin Babicky, Tatiana Bajevová, Larisa Bogorazová, Natalia Gorbaněková, Vadim Delone, Vladimir Dremljuga, Pavel Litinov e Viktor Fajnberg. Estes carregaram a bandeira tchecoslovaca e cartazes escritos: "Perdemos os nossos melhores amigos", "Vergonha dos ocupantes", "Mãos longe da Tchecoslováquia", "Para a sua e para a nossa liberdade", "Liberdade de Dubček", "Vida livre e independência da Tchecoslováquia". Foram posteriormente presos e permaneceram alguns anos em prisões ou instituições




Do dia 8 de setembro de 1968, durante as festividades nacionais de colheita no estádio de Varsóvia, Ryszard Siwiec queimou-se como forma de protesto contra a ocupação. Mais tarde, morreu devido às consequências da queimaduras. Apesar de seu ato ter sido visto por milhares de pessoas, o regime conseguiu convencer o público, de que foi um indivíduo mentalmente perturbado. O real motivo de seu suicídio veio à tona só depois de 1989.



Estádia das tropas em território tchecoslovaco |


Até 4 de novembro de 1968, as tropas do exército polonês, alemão, hungáro e bulgáro deixaram tal território. O exército soviético, após a ocupação permaneceu em solo tchecoslovaco com um número estimado de 150.000 pessoas até o ano de 1991 em 33 diferentes localidades. Para uso soviético, foram para tanto transformadas diversas área em espaço militar (como em Milovice, Libavá e Ralsko), além de barracas (como Horňátky, Rokytnice v Orlických horách, Česká Třebová) e também qualquer outro local civil (como por exemplo um hospital em Kostelec nad Černými lesy). Em Milovice, foram estabelecidas: a sede soviética do Grupo de Tropas Centrais e construído, de fato, uma nova cidade com milhares de apartamentos como moradia para os soviéticos.



Transmissão ilegal de rádio |


A estação de rádio ilegal Vltava era disseminada em uma onda de 210 m a partir de um local fechado na Alemanha Oriental, próximo a Dresden. Transmitiu seu primeiro sinal às 5 horas da manhã do dia 21 de agosto de 1968. A transmissão em péssimo tcheco e eslovaco defendia a ocupação. Por este motivo, rádios tchecoslovacas iniciaram um processo de distanciamento com tal rádio e passaram a transmitir alertas e informações a respeito da ocupação.



Ver também |



  • Crimes de guerra soviéticos

  • Primavera de Praga



Referências




  1. A Look Back … The Prague Spring & the Soviet Invasion of Czechoslovakia. Central Intelligence Agency. Acessado em 11 de junho de 2016.


  2. Washington Post, (Final Edition), 21 de agosto de 1998, (pág. A11)


  3. Soviet Invasion of Czechoslovakia. Globalsecurity.org. Acessado em 23 de junho de 2011.


  4. Invaze vojsk Varšavské smlouvy do Československa 21. srpna 1968. Armyweb.cz. Acessado em 2 de maio de 2018.


  5. Šatraj, Jaroslav. «Operace Dunaj a oběti na straně okupantů». Cтрановедение России (Reálie Ruska). Západočeská univerzita v Plzni. Consultado em 17 de novembro de 2015. Arquivado do original em 8 de janeiro de 2008 


  6. Minařík, Pavel; Šrámek, Pavel. «Čs. armáda po roce 1945». Vojenstvi.cz. Consultado em 17 de novembro de 2015 


  7. globalsecurity.org (27 de abril de 2005). «Global Security, Soviet occupation of Czechoslovakia». GlobalSecurity.org. Consultado em 19 de janeiro de 2007 


  8. Soviet Invasion of Czechoslovakia


  9. Soviet invasion of 1968 to have its own web page - Aktuálně.cz


  10. August 1968 - Victims of the Occupation - Ústav pro studium totalitních režimů


  11. Chafetz, Glenn (30 de abril de 1993). Gorbachev, Reform, and the Brezhnev Doctrine: Soviet Policy Toward Eastern Europe, 1985-1990. [S.l.]: Praeger Publishers. ISBN 0275944840. Consultado em 9 de outubro de 2009 



















































































































Popular posts from this blog

Monofisismo

Angular Downloading a file using contenturl with Basic Authentication

Olmecas