Doutrina da Soberania Limitada









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A Doutrina da Soberania Limitada, conhecida também por Doutrina Brejnev, ou simplesmente Brejnevismo, é um conjunto de teses geopolíticas criado pelo estadista soviético Leonid Brejnev (1906-1982). Pode ser considerada uma resposta soviética à Doutrina Truman.

Essa doutrina mudaria os rumos da política externa da União Soviética, em um tempo que estavam muito desgastadas após a liderança de Nikita Khrushchov, quando o país tinha uma ampla desunião entre os países mais próximos, uma crise profunda com a China e uma relação volátil com os Estados Unidos.


Esta doutrina também é considerada neostalinista, por ser expansionista, agressiva, defender o culto da personalidade e a burocracia no estado.


A doutrina defendia acima de tudo a união entre os países e partidos socialistas, com alinhamento a Moscou, com licença para intervir política e militarmente em qualquer país que ameaçasse a paz mundial ou as vitórias do ideal comunista. Na prática, isso representou o domínio da URSS sobre seus aliados.


A doutrina fora primeiramente posta em prática em 1968, durante as manifestações democráticas e libertárias na Tchecoslováquia, durante a chamada Primavera de Praga, o resultado foi o esmagamento das reformas neo-socialistas e pós-industrialistas no país.


Outros eventos relevantes com base na doutrina incluem:



  • A declaração de apoio crítico da Iugoslávia à União Soviética, em 1971.

  • A neutralidade alcançada pela União Soviética com a China, após anos de tensões, como resultado do afastamento chinês dos Estados Unidos.

  • A intervenção no Afeganistão, que vê sua revolução ser esmagada por terroristas do Islão treinados pelos Estados Unidos, em 1979.


Na prática, a doutrina limitou a independência de partidos comunistas em todo o mundo, não permitiu a saída de qualquer estado do Pacto de Varsóvia e estabeleceu o monopólio político do Partido Comunista


Esta doutrina, apesar de evocar a paz, causou diversas guerras em nome da hegemonia soviética, entre elas se encontram as bem sucedidas revoluções socialistas em Angola e Moçambique, a invasão do Afeganistão a pedido do governo do país, a Guerra do Vietnã, o apoio à Indira Gandhi na Guerra do Paquistão, contra os Estados Unidos e China, e outros golpes fracassados em demais localidades, como Belize, Guatemala, Congo, Benim e outros.[1]





Leonid Brejnev



































Histórico |


Diante do movimento Primavera de Praga, Leonid Brejnev criou a doutrina, na qual defendia principalmente, entre outras coisas, que um Estado socialista poderia interferir nos assuntos de outro Estado, com a finalidade de preservar o socialismo.


Ele acreditava, que a URSS deveria intervir nos assuntos internos de seus aliados, acabar com a corrupção e privilégios de membros do partido (mesmo que mantendo as condições para que elas fossem re-criadas), bloquear correntes ideológicas contrárias ao marxismo-leninismo, e invadir seus inimigos se necessário. Com esta doutrina, Brejnev transformou a URSS em uma das maiores potências militares do mundo, com o maior grau de poder e influência, além de ter levado seu povo a um alto grau de bem-estar socialista jamais visto em seu país.


Enquanto por outro lado, ao fim de seu mandato, mergulhou em uma crise tão profunda e sem precedentes, que acabou deixando aos seus sucessores uma verdadeira bomba na economia, Iuri Andropov tentava a reforma através de uma boa administração em relação a crise econômica no país, que se recuperaria bem, mas a posse do poder soviético nas mãos do ocidentalista e reformista Mikhail Gorbachov, que quando ministro da agricultura durante o governo Brejnev percebeu que era necessária uma mudança profunda na economia, que era uma economia focada em industrialização, que já estava concluída, e precisava ser reformada com alguns conceitos de auto-gestão e de mercado.


No final da década de 1970, devido ao alto custo dos armamentos e de um atraso tecnológico crescente, Brejnev enfrentou uma paralisação no crescimento econômico da URSS, mesmo assim, em 1979, ordenou a invasão do Afeganistão, numa primeira investida fora dos países do Pacto de Varsóvia, que se transformou numa espécie de Vietnã soviético, durando os combates até 1989, em plena Era Gorbatchev.


A doutrina foi usada pelos dois sucessores de Brejnev em seus breves governos, Andropov e Chernenko, e mais tarde substituída por uma doutrina extremamente contrária ao pensamento de Brejnev, a Doutrina Sinatra (nome jocoso derivado da canção de Frank Sinatra My Way (Meu Rumo)), enfatizando que cada país deveria seguir seu próprio rumo, acabando com o social-imperialismo Brejnevista.










Fontes e Referências |





  1. Soviet Union under Brezhnev (Détente)


  2. gkaf.narod.ru




Veja também |



  • Leonid Brejnev

  • Era Khrushchov-Brejnev

  • Estagnação de Brejnev

  • União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

  • Comunismo














































































  • Portal da política



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