Norma culta




Norma culta é o conjunto de práticas linguísticas pertencentes ao lugar ou à classe social de maior prestígio num determinado país.[1] Segundo o Instituto Camões, a norma culta do português europeu é "o dialeto da região que abrange Lisboa, Coimbra".




Índice






  • 1 A noção de norma


  • 2 Propósito da língua


  • 3 Lista da línguas padrão


  • 4 Língua culta na escola


  • 5 Graus de formalismo


  • 6 Ver também


  • 7 Referências


  • 8 Ligações externas





A noção de norma |


Chama-se norma um determinado agrupamento de variantes linguísticas de uma mesma língua[2]. Variantes ou variedades linguísticas são as diferentes formas de se falar dentro de uma mesma língua, que dependem das condições sociais, culturais, regionais e históricas de seus falantes[3]. Dentre estas variantes, temos a norma chamada culta ou padrão, que adquiriu maior prestígio social por ser a variante vigente no lugar ou na classe social mais prestigiosa do país. Ela é a variedade linguística ensinada na escola, contida na maior parte dos livros, revistas, textos científicos e em alguns programas de televisão[4]. As demais variantes, como a regional, a gíria, o jargão de grupos ou profissões (a linguagem dos policiais, dos jogadores de futebol, dos metaleiros, dos surfistas), chamam-se, genericamente, de dialeto popular ou linguagem popular[5].



Propósito da língua |


A língua utilizada pelo ser humano não transmite apenas suas ideias, como também um conjunto de informações sobre nós mesmos. Certas palavras e construções denunciam a situação social, ou seja, a região de nascimento de um determinado país, o nível social e escolar, a formação e, às vezes, os valores, círculo de amizades e hobbies, como skate, rock, surfe, etc[6]. O uso da língua também pode informar nossa timidez, sobre nossa capacidade de nos adaptarmos a situações novas, nossa insegurança, etc.


A língua é um poderoso instrumento de ação social. Ela pode tanto facilitar, quanto dificultar o relacionamento com as pessoas e com a sociedade em geral.



Lista da línguas padrão |





































































































































































Língua Registro padrão Regulador Dialetos não-padrão

Africâner
Afrikaans padrão
Die Taalkommissie
Dialetos Afrikaans

Alemão
Alemão padrão pluricêntrico (Alemão padrão austríaco, suíço, da Alemanha)
Rat für deutsche Rechtschreibung
Dialetos Alemães

Árabe
Moderno árabe pluricêntrico padrão
O Corão; diversas academias da língua árabe
Variedades do árabe falado

Basco
Basco padrão Euskaltzaindia Dialetos basco

Catalão
Catalão padrão, Catalão valenciano
Institut d'Estudis Catalãos, Acadèmia Valenciana de la Llengua
Dialetos catalães

Chinês
Chinês Padrão
Comitê Nacional Regulador da Língua – Rep. Popular da China), Comitês Nacionais das Línguas da República da China (Formosa), Conselho da Campanha do Mandarim Falado de Singapura
Variedade do Chinês de Guam (Mandarim), Dialeto de Pequim, Mandarim de Taiwan, Mandarim de Singapura, Mandarim da Malásia, Mandarim das Filipinas

Coreano
Coreano Padrão Pluricêntrico (da Coreia do Sul, da Coreia do Norte)
Instituto Nacional da Língua Coreana, Instituto de Pesquisas de Ciência Social e Língua Língua
Dialetos Coreanos

Dinamarquês
Rigsdansk Dansk Sprognævn Dialetos Dinamarqueses

Espanhol
Castelhano Padrão Pluricêntrico (Língua Castelhana nas Américas, Espanhol das Ilhas Canárias, |Castelhano da Europa
Real Academia Española, Associación Castelhana de Academias de Línguas
Dialetos Castelhanos e variedades

Francês
Língua Francesa Pluricêntrica Padrão (Africana, Belga, Suíça, Cambojana, Canadense, Laociana, da França, Suíça, Vietnamita (a maioria são dialetos do Francês Padrão, exceto as formas Belga, Canadense e Suíça, todas com base no Francês Padrão Académie française, Office québécois de la langue française, Council for the Development of French in Louisiana Variantes do Francês

Grego
Grego Padrão Moderno
Apresentação Oficial por Constantine Karamanlis em 1976
Variedades do Grego Moderno

Hebraico
Pronúnica israelense.

Academia da língua hebraica
hebraico padrão (israelita padrão, hebraico europeizado), hebraico oriental (hebraico arabizado e hebraico iemenita)

Hindi
Língua Pluricêntricas de influência Urdu e Hindi; Hindi-Hisdustani e Urdu-Hisdustani Padrão Hindustani]])
Central Hindi Directorate, National Líanguage Authority of Pakistan
Cinturão linguístico Hindi

Irlandês
An Caighdeán Oifigiúil Foras na Gaeilge Irlandês Connacht, Irlandês Munster e Irlandês Ulster
Italiano Italiano Padrão Accademia della Crusca Italiano Regional
Macedônio Macedônia Padrão Instituto para a língua Macedônia "Krste Misirkov" Dialetos Macedônos
Malaio Malaio Padrão Pluricêntrico (língua da Malásia, Brunei e Singapura; língua regional da Indonésia) Malásia, Brunei and Singapore; as a regional língua in Indonesia), língua da Maláiasia e da Indonésia (Bahasa Indonesia yang Baik dan Benar) Dewan Bahasa dan Pustaka (para Malásia e Brunei), Badan Pengembangan dan Pembinaan Bahasa (para Indonésia), Majlis Bahasa Brunei–Indonesia–Malaiasia Línguas Malaias

Neerlandês
Neerlandês Padrão
Nederlandse Taalunie
Dialetos Neerlandeses

Norueguês
Nynorsk, Bokmål Conselho da Língua Norueguesa - Språkrådet Dialetos Noruegueses

Persa
Persa Padrão Pluricêntrico (Ocidental) - Dialeto de Teerã (Farsi), Dialeto Dari (do Afeganistão), Dialeto Tajik padrão Tajik)
Academia Persa da Língua e Literatura
Dialetos persas

Polonês
Polonês padrão Conselho da Língua Polonesa Dialetos poloneses
Português Português padrão pluricêntrico (brasileiro e europeu) Academia das Ciências de Lisboa, Classe de Letras, Academia Brasileira de Letras Dialetos portugueses
Servo-croata Servo-croata padrão pluricêntrico (padrões bósnio, croata, montenegrino, sérvio) Universidade de Sarajevo, Universidade de Zagreb, Universidade de Montenegro (Podgórica), Universidade de Belgrado; Matica hrvatska & Matica srpska Dialeto eslavo torlakiano – sévio Sul, dialetos cakaviani – Croata oeste (Kajkavian & Chakavian)
Somali Somali padrão Academia Regional Língua Somali Línguas somali
Suaíle Suaíle padrão – baseado no dialeto Kiunguja o (Zanzibar) Inter-Territorial Língua Committee Dialeto Mombasa e outros
Sueco Sueco padrão Conselho da língua sueca, Svenska språkbyrån Dialetos suecos


Língua culta na escola |


O ensino da língua culta na escola não tem a finalidade de condenar ou eliminar a língua que falamos em nossa família ou em nossa comunidade. Ao contrário, o domínio da língua culta, somado ao domínio de outras variedades linguísticas, torna-nos mais preparados para nos comunicarmos. Saber usar bem uma língua equivale a saber empregá-la de modo adequado às mais diferentes situações sociais de que participamos[7].



Graus de formalismo |


As variações entre os níveis formal e informal da língua são chamadas de registros, que dependem do grau de formalismo existente na situação de comunicação; do modo de expressão, isto é, se trata de um registro formal ou escrito; da sintonia entre interlocutores, que envolve aspectos como graus de cortesia, deferência, tecnicidade (domínio de um vocabulário específico de algum campo científico, por exemplo).


O registro coloquial caracteriza-se por não ter planejamento prévio, construções gramaticais mais livres, repetições frequentes, frases curtas e conectores simples. O registro informal, pelo uso de ortografia simplificada, de construções simples. Este último é geralmente usado entre membros de uma mesma família ou entre amigos[8].



Ver também |



  • Gramática normativa

  • Preconceito linguístico

  • Variação linguística



Referências




  1. Joaquim Mattoso Câmara Jr. (1978). Dicionário de Lingüística e Gramática 8 ed. Rio de Janeiro: Vozes. p. 177 


  2. José Luiz Fiorin (org.) (2004). Introdução à Lingüística. I. Objetos teóricos 3 ed. São Paulo: Contexto. p. 92 


  3. «Trabalhando com as variedades linguísticas» (PDF). Unicamp. Consultado em 27 de Julho de 2012 


  4. Margarita Correia (8 de Setembro de 2001). «A escola e norma-padrão do português» (PDF). Expresso. Consultado em 27 de Julho de 2012 


  5. «Linguagem Popular». Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Consultado em 27 de Julho de 2012 


  6. Ana Cláudia Fernandes Ferreira. «As Variações da Língua». Unicamp. Consultado em 27 de Julho de 2012 


  7. Patrícia N. Bauer; Tana Bassi (Junho 2006). «Ética e Responsabilidade Social no Ensino Fundamental: Qual o Papel da Escola na Formação de Valores Humanos?» (PDF). São Paulo: CETS, FGV – EAESP. Revista Integração (63). Consultado em 27 de Julho de 2012  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautores= (ajuda)


  8. Marcos Bagno (2001). Norma lingüística. São Paulo: Loyola 



Ligações externas |




  • «Variação Lingüística». acd.ufrj.br  UFRJ


  • «Norma culta e variedade linguística». univesptv.cmais.com.br  Vídeo da TV Univesp. Fundação Padre Anchieta


  • «Resenha de A Norma Oculta, de Marcos Bagno». www.scielo.br 






























  • Portal da linguística



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