Aldeia paroquial de Gammelstad
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Património Mundial da UNESCO | ||||
Centro de Gammelstad, com a Igreja | ||||
País | Suécia | |||
Tipo | Cultural | |||
Critérios | ii, iv, v | |||
Referência | 762 | |||
Região** | Europa e América do Norte | |||
Coordenadas | ||||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 1996 (20ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. ** Região, segundo a classificação pela UNESCO. |
A aldeia paroquial de Gammelstad ("Cidade Velha"), em Gammelstad, Lula, Bótnia Setentrional, na Suécia, classificada como Património Mundial pela UNESCO em 1996, é considerada a aldeia paroquial mais bem conservada da Escandinávia. O seu interesse patrimonial reside na sua igreja de pedra, rodeada de 425 casas construídas em madeira, ladeando ruelas que se dirigem em direcção à igreja, segundo o costume medieval e cinco estábulos (de um conjunto que chegou a atingir os 350 em 1817).
A igreja, de estilo gótico flamejante e a maior a norte de Upsália, sede do arcebispado, foi consagrada em 1492 e foi enriquecida em 1520 com a compra de um retábulo flamengo, de Antuérpia, representando a Paixão de Cristo e cuja opulência e valor artístico justifica a soma dispendida pela paróquia na sua aquisição (cerca do triplo do que se pagaria na época por um retábulo bem executado). Notória é a localização da igreja, no centro exacto da aldeia.
A aldeia testemunha um modo de vida e cultura que persistiu até à actualidade e que inclui regras definidas para a utilização dos espaços comuns, como as cabanas e os estábulos. Temos conhecimento a respeito do modo de vida dos seus habitantes já a partir de 1600, ano em que a paróquia foi visitada, no Natal, por Johannes Bureus, permitindo verificar-se como os costumes se mantêm.
A primeira referência em documentos escritos a Lula data de 1327 - altura que corresponde à colonização da região por parte dos suecos e da evangelização católica. A Igreja foi mandada construir por ordem régia, depois de diligências do arcebispo Jakob Ulfsson Örnpot.
A paróquia, de grandes dimensões, foi particularmente extensa na Idade Média, estendendo-se da fronteira com a Noruega até à costa do golfo de Bótnia, compreendendo uma grande diversidade de climas e paisagens que incluem montanhas, pântanos, florestas e campos de cultivo. No início do século XV, aquando do início das obras da igreja, a paróquia compreendia cerca de 3000 habitantes divididos por Samos (ou Lapões), Finlandeses e Suecos que se dedicavam à criação de renas, agricultura, pesca e comércio.
A Reforma Protestante tornou obrigatória a assistência aos ofícios religiosos, contudo, como a área abrangida pela Igreja era demasiado extensa, os habitantes das regiões mais afastadas ficaram apenas obrigados a comparecer às principais comemorações e ritos, como baptismos, comunhões, noivados, casamentos e funerais, bem como no dia de Reis, Pentecostes, noite de São João, no Natal e, principalmente, a 29 de Junho, para a celebração do martírio de São Pedro. Os visitantes de longe chegavam de véspera, tendo de preparar a lenha que serviria para aquecer a Igreja durante as cerimónias religiosas, celebradas separadamente para jovens e adultos.
Referências bibliográficas |
- HIRN, Olof. "Uma Igreja para uma paróquia gigantesca" in Património Mundial, Círculo de Leitores, Rio de Mouro, Julho de 2005, vol. VI