Lista de governadores do Brasil colonial
Nota: Se procura pelo(a) pelos atuais governadores estaduais do Brasil, veja Lista de governadores das unidades federativas do Brasil.
Parte de uma série sobre a |
História do Brasil |
---|
Era pré-cabralina
|
Período colonial (1500–1815)
|
Reino Unido a Portugal (1815–1822)
|
Império (1822–1889)
|
Primeira República (1889–1930)
|
Era Vargas (1930–1945)
|
Quarta República (1946–1964)
|
Ditadura militar (1964–1985)
|
Sexta República (1985–atual)
|
Constituições
|
Listagens
|
Temáticas
|
Portal Brasil |
Esta é uma lista dos governadores e vice-reis do Brasil colonial.
O cargo de governador-geral foi criado pela primeira vez em 1549, por D. João III de Portugal, em favor de Tomé de Sousa, que assumiu o posto na recém-fundada cidade de Salvador. Em 1624, por ocasião da primeira das invasões holandesas, é nomeado o primeiro governador-geral nascido no Brasil, Matias de Albuquerque, o Conde de Alegrete, que administrou a colônia a partir de Olinda por aproximadamente um ano. Seu sucessor, Francisco de Moura Rolim, era também olindense, algo incomum, uma vez que os governadores do Brasil eram geralmente nascidos em Portugal.[1]
O título de vice-Rei foi instituído pela primeira vez em 1640, por Filipe III de Portugal, a favor de D. Jorge de Mascarenhas, Marquês de Montalvão. Como acontecia na Índia Portuguesa, o título de vice-Rei só era, inicialmente, atribuído aos governadores-gerais pertencentes à mais alta fidalguia. Entre 1640 e 1719, foi atribuído somente três vezes: ao Marquês de Montalvão, ao Conde de Óbidos e ao Marquês de Angeja, tendo sido ainda nomeado Vice-Rei do Brasil D. Sancho Manuel de Vilhena, Conde de Vila Flor, mas que morreu antes de tomar posse do cargo. O título de vice-Rei só se tornou permanente a partir de 1719, com a nomeação de Vasco Fernandes César de Menezes, Conde de Sabugosa, muito embora não se conheça nenhum documento oficial que torne esse título permanente. No entanto alguns sustentem que tal terá ocorrido com a transferência de capital de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, após uma vaga do cargo durante um período de três anos. O estatuto oficial do Brasil continuou a ser o de "Estado" - e não de "vice-Reinado" - mesmo sob o governo de vice-reis.
Em 7 de março de 1808 o príncipe regente D. João chegou ao Rio de Janeiro, fugindo às invasões napoleónicas, e aí instalou a corte e a capital da Coroa de Portugal, cessando assim funções o então vice-Rei. Quase oito anos mais tarde, em dezembro de 1815, o Brasil era elevado da condição de Estado a Reino integrado na Coroa de Portugal, formando-se assim o chamado Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Nome | Imagem | Cargo | Início do mandato | Fim do Mandato | Observações | Referências |
---|---|---|---|---|---|---|
Tomé de Sousa | Governador | 7 de julho de 1549 | 1 de maio de 1553 | [2][3][4] | ||
Duarte da Costa | Governador | 1 de maio de 1553 | 3 de janeiro de 1558 | [5] | ||
Mem de Sá | Governador | 3 de janeiro de 1558 | 2 de março de 1572 | [6][7] | ||
Território dividido em dois governos-gerais, um ao Norte na Bahia e outro ao Sul no Rio de Janeiro (1572-1578) | ||||||
Luís de Brito e Almeida | Governador na Bahia | 10 de dezembro de 1572 | 12 de abril de 1578 | [8][9] | ||
Antônio Salema | Governador no Rio de Janeiro | 1574 | 1577 | [10] | ||
Reunificação do governo-geral na Bahia (1578) | ||||||
Lourenço da Veiga | Governador-geral | 12 de abril de 1578 | 17 de junho de 1581 | [11][12][13] [14][15] | ||
Cosme Rangel de Macedo António Barreiros | Junta governativa | 17 de junho de 1581 | 11 de maio de 1582 | [11] | ||
Manuel Teles Barreto | Governador-geral | 11 de maio de 1582 | 9 de maio de 1587 | [11][16] [17][18] | ||
Antônio Barreiros Cristóvão de Barros António Coelho de Aguiar | Junta governativa | 9 de maio de 1587 | 1592 | [11][19] [20][21] | ||
Francisco de Sousa Marquês das Minas | Governador-geral | 1592 | 1 de abril de 1602 | [22] | ||
Diogo Botelho | Governador-geral | 1 de abril de 1602 | 1607 | [23][24][25] | ||
Território dividido em dois governos-gerais, um ao Norte na Bahia e outro ao Sul no Rio de Janeiro (1608-1612) | ||||||
Diogo de Meneses e Sequeira | Governador-geral na Bahia | 1608 | 22 de agosto de 1612 | |||
Francisco de Sousa marquês das Minas | Governador-geral no Rio de Janeiro | 1609 | 1611 | [22] | ||
Reunificação do governo-geral na Bahia (1612) | ||||||
Gaspar de Sousa | Governador-geral | 1613 | 1 de janeiro de 1617 | [11][26] [27][28] | ||
Luís de Sousa, conde do Prado | Governador-geral | 1 de janeiro de 1617 | 12 de outubro de 1621 | |||
Autonomização da Capitania do Maranhão, elevada à dignidade de Estado do Maranhão (1621) | ||||||
Diogo de Mendonça Furtado | Governador-geral | 12 de outubro de 1621 | 26 de julho de 1624 | |||
Matias de Albuquerque, conde de Alegrete | Governador-geral | 1624 | 1625 | |||
Francisco de Moura Rolim | Governador-geral | 1625 | 1627 | |||
Diogo Luís de Oliveira | Governador-geral | 1627 | 11 de dezembro de 1635 | |||
Pedro da Silva, conde de São Lourenço | Governador-geral | 11 de dezembro de 1635 | 23 de janeiro de 1639 | [29] | ||
Fernando de Mascarenhas, conde da Torre | Governador-geral | 23 de janeiro de 1639 | 1640 | |||
Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos | Governador-geral | 1640 | 26 de maio de 1640 | |||
Jorge de Mascarenhas, marquês de Montalvão | Vice-rei | 26 de maio de 1640 | 16 de abril de 1641 | |||
Pedro da Silva Sampaio Luís Barbalho Bezerra Lourenço de Brito Correia | Junta governativa provisória | 16 de abril de 1641 | 14 de julho de 1642 | |||
Antônio Teles da Silva | Governador-geral | 1642 | 26 de dezembro de 1647 | |||
António Teles de Meneses, conde de Vila Pouca de Aguiar | Governador-geral | 26 de dezembro de 1647 | 10 de março de 1650 | |||
João Rodrigues de Vasconcelos e Sousa, conde de Castelo Melhor | Governador-geral | 10 de março de 1650 | 14 de dezembro de 1654 | |||
Jerónimo de Ataíde, 6.º Conde de Atouguia | Governador-geral | 14 de dezembro de 1654 | 20 de junho de 1657 | |||
Francisco Barreto de Meneses | Governador-geral | 20 de junho de 1657 | 21 de julho de 1663 | |||
Vasco de Mascarenhas, conde de Óbidos | Vice-rei | 21 de julho de 1663 | 13 de junho de 1667 | |||
Alexandre de Sousa Freire | Governador-geral | 13 de julho de 1667 | 8 de maio de 1671 | |||
Afonso Furtado de Castro de Mendonça, visconde de Barbacena | Governador-geral | 8 de maio de 1671 | 26 de novembro de 1675 | |||
Agostinho de Azevedo Monteiro Álvaro de Azevedo Antônio Guedes de Brito | Junta governativa provisória | 26 de novembro de 1675 | 5 de março de 1678 | |||
Roque da Costa Barreto | Governador-geral | 5 de março de 1678 | 23 de maio de 1682 | |||
Antônio de Sousa Meneses | Governador-geral | 23 de maio de 1682 | 4 de junho de 1684 | |||
António Luís de Sousa Telo de Meneses, marquês das Minas | Governador-geral | 4 de junho de 1684 | 4 de junho de 1687 | |||
Matias da Cunha | Governador-geral | 4 de junho de 1687 | 24 de outubro de 1688 | |||
Manuel da Ressurreição (presidente) Manuel Carneiro de Sá | Junta governativa | 24 de outubro de 1688 | 8 de outubro de 1690 | |||
Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho | Governador-geral | 8 de outubro de 1690 | 22 de maio de 1694 | |||
João de Lencastre | Governador-geral | 22 de maio de 1694 | 3 de julho de 1702 | |||
Rodrigo da Costa | Governador-geral | 3 de julho de 1702 | 8 de setembro de 1705 | |||
Luís César de Meneses | Governador-geral | 8 de setembro de 1705 | 3 de maio de 1710 | |||
Lourenço de Almada | Governador-geral | 3 de maio de 1710 | 14 de outubro de 1711 | |||
Pedro de Vasconcelos e Sousa | Governador-geral | 14 de outubro de 1711 | 14 de outubro de 1714 | |||
Pedro António de Meneses Noronha de Albuquerque, marquês de Angeja | Vice-rei | 14 de outubro de 1714 | 11 de junho de 1718 | |||
Sancho de Faro e Sousa, conde de Vimieiro | Governador-geral | 21 de agosto de 1718 | 13 de outubro de 1719 | |||
Sebastião Monteiro da Vide Caetano de Brito e Figueiredo João de Araújo e Azevedo | Junta governativa provisória | 14 de outubro de 1719 | 23 de novembro de 1720 | |||
Vasco Fernandes César de Meneses, conde de Sabugosa | Vice-rei | 23 de novembro de 1720 | 11 de maio de 1735 | |||
André de Melo e Castro, Conde das Galveias | Vice-rei | 11 de maio de 1735 | 17 de dezembro de 1749 | |||
Luís Pedro Peregrino de Carvalho e Ataíde, conde de Atouguia | Vice-rei | 17 de dezembro de 1749 | 17 de agosto de 1754 | |||
José Botelho de Matos Manuel António da Cunha Souto Maior Lourenço Monteiro | Junta governativa provisória | 17 de agosto de 1754 | 23 de dezembro de 1755 | |||
Marcos José de Noronha e Brito, conde dos Arcos | Vice-rei | 23 de dezembro de 1755 | 9 de janeiro de 1760 | |||
António de Almeida Soares Portugal, marquês do Lavradio | Vice-rei | 9 de janeiro de 1760 | 4 de julho de 1760 | |||
Tomás Rubi de Barros Barreto José Carvalho de Andrade Gonçalo Xavier de Barros e Alvim | Junta governativa provisória | 4 de julho de 1760 | 27 de junho de 1763 | |||
Transferência da capital da Bahia para o Rio de Janeiro (1763) | ||||||
Antônio Álvares da Cunha, conde da Cunha | Vice-Rei e Capitão-General de Mar e Terra do Estado do Brasil[30] | 27 de junho de 1763 | 31 de agosto de 1767 | |||
Antônio Rolim de Moura Tavares, conde de Azambuja | Vice-rei | 17 de novembro de 1767 | 4 de novembro de 1769 | [31][32] | ||
Luís de Almeida Portugal Soares de Alarcão d'Eça e Melo Silva Mascarenhas, marquês do Lavradio e conde de Avintes | Vice-rei | 4 de novembro de 1769 | 30 de abril de 1778 | [33] | ||
Extinção do Estado do Grão-Pará e Rio Negro e do Estado do Maranhão e Piauí, e sua incorporação ao Estado do Brasil (1775) | ||||||
Luís de Vasconcelos e Sousa, 4.º Conde de Figueiró | Vice-rei | 30 de abril de 1778 | 9 de maio de 1790 | [34][35][36] | ||
José Luís de Castro, conde de Resende | Vice-rei | 4 de junho de 1790 | 14 de outubro de 1801 | [37] | ||
Fernando José de Portugal e Castro, marquês de Aguiar | Vice-rei | 14 de outubro de 1801 | 14 de outubro de 1806 | |||
Marcos de Noronha e Brito, conde dos Arcos | Vice-rei | 14 de outubro de 1806 | 22 de janeiro de 1808 |
Referências
↑ «Biografia de Matias de Albuquerque». eBiografia. Consultado em 11 de junho de 2017
↑ «Governo de Tomé de Sousa». www.mundoeducacao.com. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «Tomé de Sousa». www.brasilescola.com. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «Tomé de Sousa». www.suapesquisa.com. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «Duarte da Costa». www.brasilescola.com. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «Governo de Mem de Sá (1558 – 1572)». cvc.instituto-camoes.pt. Consultado em 23 de julho de 2013
↑ «Mem de Sá». www.historiabrasileira.com. Consultado em 23 de julho de 2013
↑ VICENTE, "História do Brasil, 1500-1627" de 1982 com 437 páginas, citado na página 140.
↑ "Grande enciclopédia portuguesa e brasileira" de 1936, citado na página 60.
↑ Biblioteca Lusitana, de Diogo Barbosa Machado, tomo I, página 383
↑ abcde WORLD STATESMEN.org (em inglês)
↑ pitoresco.com (em português)
↑ Medeiros Barbosa, Maria de Fátima (2006). «IV». As letras e a cruz. pedagogia da fé e estética religiosa na experiência missionária de José de Anchieta, S.I. (1534-1597). Roma: Editrice Pontificia Università Gregoriana. p. 334-335. 461 páginas. ISBN 9788878390560. Consultado em 2 de março de 2011
↑ Medeiros Barbosa, Maria de Fátima (2006). «IV». As letras e a cruz. pedagogia da fé e estética religiosa na experiência missionária de José de Anchieta, S.I. (1534-1597). citando ANCHIETA, J. "Breve Informação do Brasil - 1584", in TH, 41; LEITE, S. "História", II, 155; VIOTTI, H.A. "Anchieta", 190-191; CARDOSO, A. "Um Carismático", 255. Roma: Editrice Pontificia Università Gregoriana. p. 334-335. 461 páginas. ISBN 9788878390560. Consultado em 2 de março de 2011
↑ portugalweb.net (em português)
↑ Klick Educação (em português)
↑ Vainfas, Ronaldo (1995). A heresia dos índios. catolicismo e rebeldia no Brasil colonial. São Paulo: Editora Companhia das Letras. p. 78-80. 275 páginas. ISBN 9788571644601. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ Moniz Bandeira (2000). «III». O feudo. a Casa da Torre de Garcia d'Ávila : da conquista dos sertões à independência do Brasil. São Paulo: Editora Record. p. 133. 601 páginas. ISBN 9788520005231. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ MultiRio. «A União Ibérica e a Expansão Oficial». Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ José Maria da Silva Paranhos Júnior,Barão do Rio Branco,Efemérides brasileiras ,publicado de 1891 até 1916 e republicado pelo Sénado brasileiro em 1999
↑ Francisco Adolfo de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, História Geral do Brasil ed. Melhoramentos
↑ ab "O Epos Bandeirante e São Paulo Vila e Cidade" in Ensaios Paulistanos, 1958, p. 627.
↑ Vicente do Salvador. História do Brasil, 1627
↑ Hermann, J. No reino do desejado. São Paulo: Companhia das Letras, 1998
↑ Vainfas, Ronaldo (direção). Dicionário do Brasil Colonial: 1500 - 1808. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva, 2000
↑ Pereira, João Félix (1854). Chorographia do Brazil. Lisboa: Imprensa de Lucas Evangelista. p. 115-116. 349 páginas. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ Jaboatão, Antônio de Santa Maria (1858). «XIV». Novo orbe serafico brasilico ou Chronica dos frades Menores da provincia do Brasil. 1. livro de 1761. Rio de Janeiro: Typografia brasiliense de Maximiano Gomes Ribeiro. p. 182-187. 349 páginas. Consultado em 3 de março de 2011
↑ «Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa»
↑ «São Lourenço (Pedro da Silva, 1.º conde de).». www.arqnet.pt/dicionario/saolourenco1c.html Portugal - Dicionário Histórico. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ Anais do Congresso, comemorativo do bicentenário da transferência da sede do govêrno do Brasil da cidade do Salvador para o Rio de Janeiro. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Vol. 4, p. 139.
↑ «Quem foi Rolim de Moura?». www.supermercadostrento.com.br. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «O fantástico Rolim de Moura». www.gentedeopiniao.com.br. Consultado em 9 de setembro de 2013
↑ «1769 – 1779: D. LUÍS DE ALMEIDA PORTUGAL SOARES D'EÇA ALARCÃO DE MELO E SILVA MASCARENHAS (MARQUÊS DE LAVRADIO)». www.pensario.uff.br identidades do Rio. Consultado em 10 de setembro de 2013
↑ MACEDO, Joaquim Manuel de, Anno biographico brazileiro (v.1), Typographia e litographia do imperial instituto artístico, Rio de Janeiro, 1876.
↑ «d.Luís de Vasconcelos». www.passeiopublico.com. Consultado em 10 de setembro de 2013
↑ «Vasconcelos e Sousa (Luís de).». www.arqnet.pt Portugal - Dicionário Histórico. Consultado em 10 de setembro de 2013
↑ Joaquim Manuel de Macedo (1878). «7». Memórias da Rua do Ouvidor. [S.l.: s.n.] 227 páginas. ISBN 8523001107. Digitalizado por Google Livros
Ligações externas |
- Marcelino, Maria da Graça dos Santos (2009), O Vice-reinado do Brasil, in O esclarecido vice-reinado de D. Luís de Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio: Rio de Janeiro 1769-1779. Tese de mestrado, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2009.