Capitania de São Vicente









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Capitania de São Vicente

Capitania do Brasil Colonial








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1534 – 1709

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Flag

Brasão

Bandeira do Brasil Colonial

Brasão do Brasil Colonial


Localização de São Vicente

A baixada santista, na Capitania de São Vicente (1624)

Continente

América do Sul

Capital

São Vicente
23° 57' S 46° 23' O

Língua oficial

Português

Religião

Catolicismo

Governo

Monarquia absoluta

Donatário

 • 1533 — 1571

Martim Afonso de Sousa (primeiro)
 • 1708 — 1753

António Carneiro de Sousa (último)

Capitão-mor

 • 1533 — 1536

Pero de Gois (primeiro)
 • 1709 — 1710

Francisco do Amaral Coutinho (último)

História

 • 1534
Criação da Capitania
 • 3 de novembro de 1709

Guerra dos Emboabas

Moeda

Réis


A Capitania de São Vicente foi uma das capitanias hereditárias originais, de 1534. Destacou-se entre as capitanias do sul pela relativa prosperidade no século XVI.




Índice






  • 1 Território


  • 2 História


  • 3 Brás Cubas


  • 4 O empobrecimento da capitania


  • 5 Conclusão


  • 6 Divisão territorial


  • 7 Arqueologia


  • 8 Referências


  • 9 Ver também


  • 10 Ligações externas





Território |


Originalmente a capitania consistia em duas seções: a seção sul (a São Vicente propriamente dita que se destacou efemeramente), de Bertioga (SP) a Cananéia/Ilha do Mel (PR) e a seção ao norte, de Macaé (RJ) a Caraguatatuba (SP), interrompidas pela Capitania de Santo Amaro.



História |


São Vicente foi uma das capitanias hereditárias estabelecidas em 1534 por Dom João III, visando incrementar o povoamento e defesa no Brasil Colônia.[1]


Seu primeiro donatário foi Martim Afonso de Sousa, sendo a capitania dividida em duas partes, das quais a mais setentrional foi abandonada pelo donatário e parte dela foi refundada em 1567 como Capitania Real do Rio de Janeiro sob o comando de Salvador Correia de Sá.


Assim como a capitania de Pernambuco, a capitania de São Vicente progrediu economicamente devido ao cultivo da cana-de-açúcar.


Além da vila de São Vicente, datada de 1532, progressivamente foram fundadas outras povoações como Santos, São Paulo, Sant'Ana de Mogi, entre outras.


O colonizador e sertanista Brás Cubas, um dos fundadores da vila de Santos, teve papel de destaque no desenvolvimento da capitania. De família nobre, filho de João Pires Cubas e Isabel Nunes, veio para o Brasil com Martim Afonso de Sousa e governou por duas vezes a Capitania de São Vicente (de 1545 a 1549 e de 1555 a 1556).


A controvérsia entre os donatários Conde de Monsanto e Condessa de Vimieiro na década de 1620 acabou dividindo a Capitania de São Vicente em duas partes. Uma ficou com o primeiro, que incluía São Vicente (a sede), Santos e São Paulo, entre outras localidades; prevalecendo o nome. A outra porção, que corresponde principalmente ao atual Litoral Sul paulista, ficou com a condessa, que estabeleceu a sede em Itanhaém, sendo por isso mesmo conhecida como Capitania de Itanhaém.


Segundo uma versão, em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, teria transferido a capital da capitania para a Vila de São Paulo, passando a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital teria sido instalada em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos. O historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, com base em investigação de documentos históricos, contesta a concretização dessa transferência.


Como consequência do fim da Guerra dos Emboabas, em 1709 a coroa portuguesa comprou a Capitania de São Vicente do Marquês de Cascais, fundiu-a com a Capitania de Itanhaém criando então a capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Graças à ação desbravadora dos bandeirantes, tal capitania ainda abarcará um território muito maior, abrangendo grosso modo o que hoje são os estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.




Brás Cubas |



Ver artigo principal: Brás Cubas

Brás Cubas chegou a ser o maior proprietário de terras da zona litorânea. Fundou em 1543 a primeira Santa Casa de Misericórdia, à qual chamou Todos os Santos, nome que passaria à vila de Santos, cujo porto era mais bem localizado que o de São Vicente. Em 1551 foi nomeado por Dom João III provedor e contador das rendas e direitos da capitania. No ano seguinte construiu o Forte de São Filipe na ilha de Santo Amaro. Teve participação destacada na defesa da capitania contra os ataques dos Tamoios, aliados aos franceses. Mais tarde, por ordem do terceiro governador-geral Mem de Sá, realizou expedições ao interior em busca de ouro e prata e teria chegado até a Chapada Diamantina, no sertão baiano. Ao morrer era fidalgo da Casa Real e um dos homens mais respeitados da colônia. O título de alcaide-mor da vila de Santos passou a seu filho, Pero Cubas.



O empobrecimento da capitania |


Apesar de ser uma das mais ricas capitanias da repartição do Sul, São Vicente não teve como competir com a indústria de açúcar nordestina e secundariamente de Campos dos Goytacazes. Isso forçou o bandeirante a buscar novas alternativas de sobrevivência, o que somado ao ciclo da prata no Rio de Janeiro (que fornecia escravos para exploração de prata em Potosí, na Bolívia) contribuiu para estender os limites da América Portuguesa para o sul e o centro-oeste. Somente no século XIX, com a cafeicultura, é que São Paulo acharia o caminho do seu desenvolvimento. No final do século XIX, São Paulo emergiu como principal produtor de café superando Minas e Rio (principalmente, devido a qualidade superior do café tipo Santos sobre o café tipo Rio, devido ao solo do oeste paulista), gerando capital e infraestrutura que serviriam de base para o desenvolvimento industrial do século XX.



Conclusão |


A Capitania de São Vicente foi uma das mais conhecidas da história brasileira, foi nela que a primeira vila brasileira foi fundada e foi nesta região que grandes cidades brasileiras surgiram.


O povoamento desta capitania já existia antes desta existir oficialmente e antes que o rei de Portugal ordenasse a colonização desta área, provavelmente por parte daqueles náufragos que fundaram os seus pequenos portos, principalmente para comercialização de escravos.


A colonização e povoamento da Capitania de São Vicente se deu por dois fatores principais muito importantes: o primeiro é o fator de que as terras brasileiras precisavam ser defendidas de ataques de outros reinos europeus, e para se defender uma terra é necessário que existam pessoas nesta terra. São Vicente era ainda um ponto de perigo de perda para os portugueses, pois esta capitania ficava perto das áreas de domínio castelhano e também próxima ao Rio de Janeiro, onde os franceses se instalaram, e também era uma zona de passagem para o Rio da Prata. O segundo fator importante para a colonização, e mais importante, povoamento desta capitania é o da busca pelo ouro e pela prata, em suma, a busca pelo El Dorado; trazendo muitos portugueses que se aventuravam pelos sertões da capitania em busca do ouro.


A capitania de São Vicente foi uma das poucas capitanias em que a colonização não se deu apenas na faixa litorânea, mas também no sertão, já que a sua existência não se deu para a plantação de cana-de-açúcar como nas capitanias nordestinas. A colonização e povoamento na Capitania de São Vicente foi muito diferente das outras capitanias brasileiras.



Divisão territorial |


De acordo com um levantamento feito pelo SEADE em 2001, o qual traçou a "árvore genealógica" dos 645 municípios do estado de São Paulo, os primeiros municípios paulistas, que deram origem à atual divisão político-administrativa do estado, foram São Vicente (1532), Santos (1546), São Paulo (1553), Itanhaém (1561), Cananéia (1600), Mogi das Cruzes (1611), Santana de Parnaíba (1625), São Sebastião (1636), Ubatuba (1637), Taubaté (1645), Guaratinguetá (1651), Jacareí (1653), Jundiaí (1655), Itu (1657), Sorocaba (1661) e Iguape (1665).[2] Outras fontes descartam desta condição de originários os municípios
de Guaratinguetá, Jundiaí e Sorocaba.[3]



Arqueologia |


Nas últimas décadas, trabalhos em arqueologia vêm complementando ou rediscutindo as pesquisas historiográficas a respeito do período paulista colonial e pré-colonial,[4][5] como em estudos sobre artefatos de povos indígenas, [6]sambaquis,[7]registros rupestres,[8] as casas bandeiristas ("malocas"),[9]quilombos,[10]engenhos e as trilhas e caminhos.[11]



Referências




  1. Fabra, Carlos. São Vicente - Primeiros Tempos. 2010.


  2. Folha de S. Paulo, 26 de Agosto de 2001: Municípios pioneiros perdem espaço.


  3. FAVERO, Edison. Desmembramento territorial : o processo de criação de municípios - avaliação a partir de indicadores econômicos e sociais [online]. São Paulo : Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2004. Tese de Doutorado em Engenharia de Construção Civil e Urbana. [acesso 2014-04-23]. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-20122004-125028/>


  4. Zanettini Arqueologia (2010). Mosaico Paulista: guia do patrimônio arqueológico do estado de São Paulo. Moraes Wichers, C. A. (org.). São Paulo: Zanettini Arqueologia.


  5. WICHERS, Camila Azevedo de Moraes. Patrimônio arqueológico paulista: proposições e provocações museológicas. 2012. Tese (Doutorado em Arqueologia) - Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012, [1].


  6. Moraes, C. A. (2007). Arqueologia Tupi no nordeste de São Paulo: um estudo de variabilidade artefatual. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.


  7. Alves, D. M. (2010). A indústria lítica do sambaqui Mar Casado, litoral do estado de São Paulo]. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.


  8. Alberto, L. A. (2014). Registros rupestres de São Paulo: conhecer para preservar. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.


  9. Zanettini, P. E. (2005). Maloqueiros e seus palácios de barro: o cotidiano doméstico na Casa Bandeirista. Tese de Doutorado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.


  10. Almeida, F. G. (2012). Terra de Quilombo: arqueologia da resistência e etnoarqueologia no território Mandira, município de Cananéia/SP. Dissertação de Mestrado, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.


  11. Zanettini, Paulo. A Calçada do Lorena: o caminho para mar. Dissertação de Mestrado. Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (Margarida Davina Andreatta, orientadora), São Paulo.



Ver também |



  • Feitoria de São Vicente

  • História do Rio de Janeiro


  • Lista de governadores de São Paulo (com os mandatários da capitania)

  • Lista de governadores do Rio de Janeiro no período colonial

  • Lista de capitães-mores de São Paulo



Ligações externas |




  • Edição integral do livro História da Capitania de São Vicentede Pedro Taques de Almeida Pais Leme (em formato PDF)

  • Memórias para a história da capitania de S. Vicente, autor Frei Gaspar da Madre de Deus

  • SEADE - Histórico da formação dos municípios do Estado de São Paulo

  • SEADE - Mapas históricos das divisões político-administrativas do Estado de São Paulo




























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