Anarcossindicalismo









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Bandeira anarcossindicalista.





































Anarco-sindicalismo também conhecido como o sindicalismo revolucionário[1] ou anarcossindicalismo, não é uma simples vertente anarquista que tem como forma de organização transformacional principal o sindicalismo enquanto modo de organização, mas uma corrente autônoma, fundamentada em uma doutrina própria, que conserva tanto elementos do anarquismo como do marxismo.Os anarco-sindicalistas, ou anarcossindicalistas, acreditam que os sindicatos podem ser utilizados como instrumentos para mudar a sociedade, substituindo o capitalismo e o Estado por uma nova sociedade democraticamente autogerida pelos trabalhadores.


O anarco-sindicalismo vê o sindicalismo revolucionário industrial ou o sindicalismo como um método para os trabalhadores na sociedade capitalista ganharem o controle de uma economia e, com esse controle, a influência da sociedade de forma mais ampla. Sindicalistas consideram suas teorias econômicas uma estratégia para facilitar a auto-atividade do trabalhador, e também como um sistema econômico cooperativo alternativo com valores democráticos e produção centrada na satisfação das necessidades humanas.


Os princípios básicos do anarco-sindicalismo são a solidariedade, a ação direta (ação realizada sem a intervenção de terceiros, como os políticos, burocratas e árbitros ) e democracia direta, ou a auto-gestão dos trabalhadores. O objetivo final do anarco-sindicalismo é abolir o sistema de salários, relacionando este sistema de salários com a escravidão assalariada. A teoria anarco-sindicalista, portanto, geralmente se concentra no movimento operário.[2]


Anarco-sindicalistas visualizam o objetivo principal do Estado como sendo a defesa da propriedade privada e, portanto, de privilégio econômico, social e político, negando a maioria de seus habitantes a possibilidade de gozar da independência material e da autonomia social que surge a partir dele. Em contraste com outros órgãos de pensamento, especialmente com o marxismo-leninismo, anarco-sindicalistas negam que pode haver qualquer tipo de estado operário, ou um estado que age no interesse dos trabalhadores, em oposição àqueles dos poderosos, e que qualquer Estado, com a intenção de capacitar os trabalhadores vai inevitavelmente acabar fortalecendo a si mesmo ou a elite existente em detrimento dos trabalhadores. Refletindo a filosofia anarquista do qual ele retira sua principal inspiração, o anarco-sindicalismo sustenta a ideia de que o poder corrompe.




Índice






  • 1 História


    • 1.1 Origem




  • 2 Ver também


  • 3 Referências





História |



Origem |


Hubert Lagardelle escreveu que Pierre-Joseph Proudhon tinha estabelecido as teorias fundamentais do anarco-sindicalismo, através de seu repúdio tanto ao capitalismo como ao Estado, o seu desprezo do governo político, a sua ideia de liberdade e de grupos econômicos autônomos, a sua visão de luta, e não de pacifismo, como o núcleo da humanidade.[3] As primeiras expressões da estrutura e métodos anarco-sindicalista foram formuladas na Associação Internacional dos Trabalhadores, ou Primeira Internacional, em particular na federação do Jura. A Primeira Internacional, no entanto, dividida entre duas tendências principais dentro da organização sobre a questão da política, e a da ação parlamentar; a ala anarquista representada por Mikhail Bakunin e a ala do Estado socialista representado por Karl Marx.


Fernand Pelloutier foi um ativista influente para o anarco-sindicalismo, desde que ele era o líder do Bourses du Travail, um importante sindicato francês, a partir de 1895 até sua morte, em 1901. Em 1895 , a Confederação Générale du Travail (CGT ) na França expressou totalmente a estrutura organizacional e os métodos do sindicalismo revolucionário influenciando movimentos operários de todo o mundo. A CGT foi modelada no desenvolvimento da Bourse de Travail, uma organização central de trabalhadores que deveria encorajar autodidatismo, apoio mútuo, e facilitar a comunicação com sindicato dos trabalhadores locais.


A união da corrente ideológica anarquista com o sindicalismo não se deu desde o princípio e nem de forma harmoniosa e regular. O primeiro contato foi feito com a entrada de Bakunin e seus adeptos na AIT. Tal inserção foi contestada por alguns anarquistas, como Errico Malatesta, que acreditavam que os sindicatos não eram locais propícios para a prática revolucionária uma vez que serviam a interesses meramente econômicos e, portanto, até mesmo retrógrados em relação a uma possível revolução que deveria estar focada na abolição do Estado e de toda exploração dos homens uns sobre os outros, assim com a autogestão da produção.


No entanto, a difusão do pensamento anarquista nas organizações sindicais ganhou significativa força em países como França, Itália e Espanha.


No Brasil do início do século XX, com chegada dos imigrantes europeus, o desenvolvimento de sindicatos de base anarquista foi predominante.O anarcossindicalismo foi a principal base de reivindicações trabalhistas e de grandes greves como foi a greve de 1917


Anarco-sindicalismo no Brasil


Com a chegada dos imigrantes europeus ao Brasil, empolgados pela Lei de Terras, chega junto a eles o ideal anarquista em terras brasileiras. Após descobrirem que a promessa de terras era uma mentira, e fazendo um enorme exército de reserva junto aos escravos recém-libertos, esses trabalhadores são obrigados a aceitar qualquer condição de trabalho para garantir sua sobrevivência.


Parte desses imigrantes já possuía ideologia política sólida, e experiência de luta sindical, fatores dos quais se utilizam para começar o trabalho sindical no Brasil. O anarco-sindicalismo, no Brasil, não deve ser confundido com o Sindicalismo Revolucionário, já que há autores como Edgar Rodrigues e Raymundo Primitivo Soares, que dão definições diferentes (e quase opostas) para esses modos de luta[4][5]. Para esse autores, o anarco-sindicalismo era a vertente da luta anarquista voltada para a classe trabalhadora de fabril, de extrema importância na sociedade pós-revolucionária.



Ver também |



  • Democracia direta

  • Conselhos operários

  • Revolução espanhola

  • Anarquismo

  • Confederação Operária Brasileira

  • Anarcocomunismo



Referências




  1. "Revolutionary syndicalism" , Encyclopædia Britannica


  2. Jeremy, Jennings (1990). Syndicalism in France. [S.l.]: Macmillan. ISBN 978-0312040277 


  3. Jameson, J. F. (1895). The American Historical Review. [S.l.: s.n.] p. 731 


  4. RODRIGUES, Edgar (2010). A história do Anarquismo no Brasil. Piracicaba: Ateneu. pp. Capítulo 1  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)


  5. CARAVALHO, Florentino (2015). Da escravidão à liberdade: a derrocada burguesa e o advento da igualdade social. Seridó, RN: Tumulto  Verifique data em: |acessodata= (ajuda); |acessodata= requer |url= (ajuda)



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