Bíblia







































A Bíblia (do grego βιβλία, plural de βιβλίον, transl. bíblion, "rolo" ou "livro", diminutivo de "byblos", “papiro egípcio”, provavelmente do nome da cidade de onde esse material era exportado para a Grécia, Biblos, atual Jbeil, no Líbano)[1][2][3][4] é uma coleção de textos religiosos de valor sagrado para o cristianismo,[5][6][7] em que se narram interpretações religiosas do motivo da existência do homem na Terra. É considerada pelos cristãos como divinamente inspirada,[2] tratando-se de importante documento doutrinário.


Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por 40 autores, entre 1 500 a.C. e 450 a.C. (livros do Antigo Testamento) e entre 45 d.C. e 90 d.C. (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1600 anos.[8] A maioria dos historiadores considera que a data dos primeiros escritos acreditados como sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca Moisés como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia (Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o exílio babilônico, a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de Cristo.[9] Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.[10][11]


Segundo uma interpretação literal do Gênesis (primeiro livro da Bíblia), o homem foi criado por Deus a partir do pó,[12] após os céus e a terra,[13] entre seis e oito mil anos atrás,[14] e ganhou a vida após Deus soprar o fôlego da vida em suas narinas.[13][15]


É o livro mais vendido de todos os tempos[16] com mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade sete vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da lista dos livros mais vendidos, O Livro Vermelho.[17]


Nos Estados Unidos, o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em uma Bíblia foi Theodore Roosevelt (1901-1909), de acordo com os registros oficiais do Arquiteto do Capitólio.[18]John Quincy Adams (1825-1829), em sua posse, de acordo com cartas escritas pelo mesmo, colocou a mão em um volume de direito constitucional ao invés da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade.[18] Não há registros para presidentes anteriores a John Tyler (1841-1845).[18]




Índice






  • 1 Inspiração divina


  • 2 Interpretação


  • 3 Estrutura interna


    • 3.1 Livros do Antigo Testamento


    • 3.2 Livros do Novo Testamento


    • 3.3 Origem do termo "testamento"




  • 4 Traduções


    • 4.1 Número de traduções


    • 4.2 Mundo lusófono




  • 5 Versões


  • 6 Religiões


  • 7 Erros e adulterações


  • 8 Crítica


  • 9 Ver também


  • 10 Bibliografia


  • 11 Notas


  • 12 Referências





Inspiração divina












































Ver artigos principais: Autores da Bíblia e Inspiração (teologia)

A Bíblia se diz escrita por pessoas sob efeito da inspiração divina.[2][11]


O apóstolo Paulo afirma que "toda a Escritura é inspirada por Deus", literalmente, "soprada por Deus" [que é a tradução da palavra grega θεοπνευστος, theopneustos] (2 Timóteo 3:16).


O apóstolo Pedro diz que "nenhuma profecia foi proferida pela vontade dos homens. Inspirados pelo Espírito Santo é que homens falaram em nome de Deus." (2 Pedro 1:21). O apóstolo Pedro atribui aos escritos de Paulo a mesma autoridade do Antigo Testamento: "E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição" (2 Pedro 3:15-16).



Interpretação



Ver artigos principais: Historicidade da Bíblia, Datação da Bíblia e Simbologia bíblica

Segundo o jornalista David Plotz, da revista eletrônica Slate, até um século atrás, a maioria dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo.[19] Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não-religiosas.[19] Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bíblia é irregular: a Igreja Católica inclui somente uma pequena parcela do Antigo Testamento nas leituras oficiais; os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante; os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo o Talmude ou outra coisa que a Bíblia em si; muitos protestantes e/ou evangélicos leem a Bíblia frequentemente, mas geralmente dão mais ênfase ao Novo Testamento.[19]


A inacessibilidade da Bíblia[20] entre a Antiguidade e a Idade Média resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens bíblicos, criando acréscimos e distorções.[21] A Igreja Católica não permitia que seus fiéis possuíssem exemplares da Bíblia, alegando que estes não teriam nunca a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade.[22] Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de Deus era exclusivamente sua.[22]


Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia.[23] Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade ou uma descrição perfeita da natureza.[23]Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza.[24]


Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu filho Cam e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão.[25]


Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia.[22] Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas.[20] A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.[26]


As Testemunhas de Jeová consideram 66 livros como componentes da Bíblia, interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.[27] Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento de Escrituras Hebraicas.[27]Usam o método de comparação de textos bíblicos com outros textos bíblicos, encontrando, por temas, o que a Bíblia ensina como um todo. Suas conclusões são registradas por escrito, sendo utilizado para outras pesquisas bíblicas


Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual (não é a principal).[28]


Estrutura interna


A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo e o Novo Testamentos. O primeiro, na versão aceita de forma geral por protestantes e judeus, apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio babilônico, no século IV a.C. Os católicos e ortodoxos, por outro lado, têm um cânon mais extenso, cobrindo até os asmoneus do século II a.C.


O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte e ressurreição, no século I. (ver: Vida de Cristo) A Bíblia não era dividida em capítulos até 1227, quando o cardeal Sthepen Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1551 por Robert Stephanus[2].


Livros do Antigo Testamento



Ver artigo principal: Antigo Testamento

A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou denominação cristã que o adota: a Bíblia dos cristãos protestantes e o Tanakh judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica possui 46 e a Igreja Ortodoxa em geral aceita 51. Os sete livros existentes na Bíblia católica, ausentes da judaica e da protestante são conhecidos como deuterocanônicos para os católicos e apócrifos para os protestantes. O mesmo se aplica aos livros da bíblia ortodoxa, que por sua vez pode vir a ter mais livros.[29]


Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados (chamados protocanônicos pela Igreja Católica) são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.[30]


Os deuterocanônicos, aceitos pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque. Estes estão disponíveis na tradução grega do Antigo Testamento, datada do Século I a.C., a Septuaginta.


Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "Livros apócrifos" pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e o Novo Testamento, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa (ver: Testimonium Flavianum). O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica, porque Jesus afirma que durou até João Batista, "A lei e os profetas duraram até João" (cf. Lucas 16:16; Mateus 11:13).[30]


Livros do Novo Testamento



Ver artigo principal: Novo Testamento

O Novo Testamento é composto de 27 livros: Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse[30].


As traduções do Novo Testamento foram feitas a partir de mais de 5000 manuscritos, que podem ser divididos em duas categorias: Texto-Tipo Bizantino e Texto-Tipo Alexandrino[31]. Os pergaminhos do Texto-Tipo Bizantino (também chamado Textus Receptus) são representados pela maioria (cerca de 95%) dos manuscritos existentes[32].


Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento, embora houvesse em Lutero, no processo da Reforma Protestante, a intenção de remover determinados livros do Novo Testamento por considerá-los apócrifos ou dolosos, como a Epístola de Tiago.[33] (ver: Apócrifos do Novo Testamento).



Origem do termo "testamento"


Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra portuguesa "testamento" corresponde à palavra hebraica berith (que significa aliança, pacto, convênio, contrato), e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no monte Sinai, tal como descrito no livro de Êxodo (Êxodo 24:1-8 e Êxodo 34:10-28). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança (Jeremias 31:31-34) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo (Mateus 26:28). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga (Hebreus 8:13), em contraposição à nova (2 Coríntios 3:6-14).


Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).[34]


As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo "testamento" surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do Velho Testamento grego traduziu diatheke por testamentum . Jerônimo de Estridão, revisando esta versão latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao hebraico berith — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no grego (ver: Vulgata). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.[34][35]



Traduções



Ver artigo principal: Tradução da Bíblia



Livro do Gênesis, Bíblia em tâmil de 1723


Eusébio Sofrônio Jerônimo (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim, criando a Vulgata.[36][37] No Concílio de Trento em 1542, essa tradução foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica (vide Cânone de Trento).[38][37]


Em meados do século XIV o teólogo John Wyclif realizou a tradução da Bíblia para o inglês.[39] Após a Reforma Protestante a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.[40]


Martinho Lutero traduziu a Bíblia para a língua alemã [41] enquanto estava escondido em Wittenberg do papa Leão X, que queria fazer um "julgamento" após a publicação das 95 Teses.[22]


A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o texto massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original.[42]


No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. É o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta grega (sigla LXX).[43]


A Versão dos Setenta ou Septuaginta grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e I a.C., feita em Alexandria, no Egito. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os Deuterocanônicos, e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético.[44][45]


A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Velho Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo judaísmo.[2] Já a Bíblia usada pela Igreja Ortodoxa contém 78 livros, 5 a mais que a católica e 12 a mais que a protestante.[46]



Número de traduções


De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida, até 31 de dezembro de 2007, para pelo menos 2 454 línguas e dialetos.[47] (ver: Traduções da Bíblia em línguas indígenas do Brasil).



Mundo lusófono



Ver artigos principais: Tradução Brasileira e Traduções da Bíblia em língua portuguesa

A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu apenas em 1748, a partir da Vulgata Latina,[2] traduzida para o português por João Ferreira de Almeida. Almeida faleceu antes de concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores holandeses.



Versões




Cópia da Bíblia de Gutenberg, de propriedade do Congresso dos Estados Unidos


As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus cânones sagrados,[nota 1] inclusive entre protestantes.[nota 1]


A Igreja Católica possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico.[48] Os livros de Livro de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II Macabeus e as chamadas Adições em Ester e Adições em Daniel) são considerados "deuterocanônicos" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica.[49] Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento.[48]


As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca).[nota 2]



Religiões


Os judeus têm o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio) como seu mais importante livro sagrado, o qual chamam de Torá. O restante do Antigo Testamento de acordo com a tradição protestante são chamados de Nevi'im e Ketuvim, coletivamente com a Torá chamados de Tanakh.[50] Os samaritanos, cuja fé se originou em uma antiga divisão no seio de Israel, usam apenas a Torá. A fé bahá'i tem tanto a Bíblia quanto o Alcorão como livros sagrados, além de seu livro particular, o Kitáb-i-Aqdas.


O Alcorão, livro sagrado do Islã, possui várias passagens em coincidência com a Bíblia, o que leva alguns estudiosos islâmicos a estudarem-na em busca de informações adicionais. As visões dentro do Islã sobre esta Escritura, no entanto, são variadas, com o próprio Alcorão denunciando-a como corrupta e estudiosos como Abzeme denunciando os supostos textos subjacentes à Bíblia condizentes à ortodoxia islâmica como irrecuperáveis.[51][52]


Os Espíritas consideram a Primeira Aliança como um livro histórico, e têm sua doutrina, seus princípios morais, fundamentada em O Evangelho segundo o Espiritismo, que alegam ser uma terceira revelação, superando o Antigo e o Novo Testamentos, que creem ser, respectivamente, a revelação da lei por Moisés e a da graça por Jesus Cristo.[53]



Erros e adulterações


No século XIII, diversos estudiosos, especialmente de ordens dominicanas e franciscanas, como Roger Bacon, denunciavam erros e buscavam corrigir (através de pesquisas em textos hebraicos e gregos) as traduções usadas nas cópias em latim mais populares da época, chamadas "Bíblias de Paris".[54] Com as descobertas da biblioteca de Nag Hammadi e dos Manuscritos do Mar Morto (ou Qumram), no século XX, essas dúvidas dissiparam-se e, com o advento das técnicas de crítica textual, hoje a Bíblia está disponível com pelo menos 99% de fidelidade aos originais; sendo que a maioria das discrepâncias presentes nos outros 1% dos trechos são de natureza trivial, i. e., sem relevância.[55]


Segundo alguns estudiosos, em maioria de origem nas Testemunhas de Jeová, um erro de tradução da Bíblia seria o de tomar σταυρός (transliterado stavrós) como cruz, e baseando-se nisto, dizer que Jesus foi pregado em uma cruz ao invés de uma estaca de tortura que significa simplesmente um madeiro,[56] pois na época da morte de Jesus, o significado da palavra abrangia apenas uma só estaca ou madeiro.[56] Este posicionamento, no entanto, é rechaçado por outras denominações, que apontam a polissemia da palavra σταυρός e o antigo testemunho de Santos Justino Mártir,[57]Irineu de Lyon[58] e Hipólito de Roma.[59]



Crítica



Ver artigos principais: Crítica bíblica e Crítica da Bíblia

A Bíblia gera uma grande polêmica por condenar um ato homossexual.[60] Contudo, qualquer que seja o ato declarado abominação pela Bíblia, esta promete o perdão dos pecados ao arrependido, de modo que este é "trazido à condição de não ter nenhuma condenação mais", levando-se em conta que o pecado não seja mais cometido, [61] "não tendo nada pesando contra ele mais" (Romanos 8:1).[61]


Segundo o jornalista David Plotz, da revista online Slate Magazine, a Bíblia tem muitas passagens "difíceis, repulsivas, confusas e entediantes"[19], enquanto especialistas em literatura discordam e abordam a beleza da literatura bíblica em artigos acadêmicos.[62][63][64][65]


Alguns autores, tal como James Kugel com o livro How To Read The Bible?, afirmam que não há veracidade histórica na Bíblia[20], enquanto outros, tal como o filósofo cristão William Lane Craig, compartilham opinião oposta.[66]


A versão hebraica da Bíblia não oferece uma orientação clara de como devemos agir. A maioria das pessoas trava contato com a Bíblia por meio de outra pessoa, ficando dependentes da interpretação dada por seu rabino, pastor, professor ou padre.[26]


De acordo com Mark Twain, a Bíblia retrata Deus como um homem de impulsos maus, muito além dos limites humanos, sendo classificada por ele a biografia mais condenável já vista.[26] Ainda de acordo com ele, no Antigo Testamento, Deus é mostrado como sendo injusto, mesquinho, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes; descarregando sua vingança em ovelhas e bezerros inofensivos, como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários.[26]



Ver também




  • Terminologia da Cristologia

  • Antigo Testamento

  • Apócrifos

  • Arqueologia bíblica

  • A Bíblia e a história

  • Bíblia Satânica

  • Cânon Bíblico

  • Cronologia Bíblica

  • Harmonia evangélica

  • Inerrância bíblica

  • Literalismo bíblico

  • Manuscritos do Mar Morto

  • Novo Testamento

  • Revelação divina

  • Revelação divina, Tradição e Bíblia na doutrina católica

  • Tradição


  • Versões e traduções bíblicas

    • Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Atualizada

    • Bíblia Sagrada - Almeida Revista e Corrigida

    • Bíblia de Jerusalém

    • Bíblia Sagrada - Ave Maria

    • Bíblia Sagrada - Edição Pastoral

    • Tradução Brasileira

    • Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas

    • Nova Tradução na Linguagem de Hoje

    • Nova Versão Internacional

    • King James Atualizada

    • Almeida Corrigida Fiel



  • YouVersion



Bibliografia




















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  • LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.


  • Gibert, Pierre (2003). A Bíblia: o Livro, os livros. Col: «Descobrir», série Religiões. Lisboa: Quimera Editores. ISBN 9789725890929 

  • PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.

  • ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.



Notas




  1. ab Veja por exemplo em Wikisource-logo.svg "Canon of the New Testament" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.. Para uma discussão mais aprofundada, veja o artigo Cânon bíblico


  2. Veja por exemplo, Taylor, Larry A (1999). [The Canon of the Bible The Canon of the Bible] Verifique valor |url= (ajuda) (em inglês). [S.l.: s.n.] . O artigo «Biblical canon» na Wikipédia em inglês da Wikipedia em inglês contém uma tabela com as diferenças entre as diversas denominações cristãs.



Referências




  1. Rainer Sousa. «Bíblia». Mundo educação. Consultado em 31 de março de 2011. Em seu significado original, o termo bíblia vem da palavra grega “biblos” que significa “papel, livro, papiro” e pode ser utilizado para todo e qualquer conjunto de textos sagrados que contém os ensinamentos fundamentais de qualquer tipo de religião. Entretanto, o uso desse termo acabou sendo também utilizado para se nomear o principal livro adotado pela religião cristã. Contendo sessenta e seis livros, a Bíblia é tida como uma das publicações mais vendidas ao redor do mundo. 


  2. abcdef «Bíblia». Infoescola. 26 de fevereiro de 2008. Consultado em 15 de abril de 2011. A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja inspirada diretamente por Deus. [...] Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. [...] A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo cristianismo a partir do ano 200 d.C. [...] A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo [...] Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo Professor Stephen Langton, em 1227 d.C [...]. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. [...] Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir da Vulgata Latina. 


  3. «Bible». Online Etymology Dictionary. Consultado em 06 de setembro de 2016. early 14c., from Anglo-Latin biblia, Old French bible (13c.) "the Bible," also any large book generally, from Medieval and Late Latin biblia "the Bible" (neuter plural interpreted as feminine singular), from phrase biblia sacra "holy books," a translation of Greek ta biblia to hagia "the holy books." The Latin word is from Greek biblion "paper, scroll," the ordinary word for "book," originally a diminutive of byblos "Egyptian papyrus." The Greek word perhaps is from Byblos, the name of the Phoenician port from which Egyptian papyrus was exported to Greece (modern Jebeil, in Lebanon; compare parchment). Or the place name might be from the Greek word, which then would be probably of Egyptian origin. The Christian scripture was referred to in Greek as Ta Biblia as early as c. 223. Bible replaced Old English biblioðece (see bibliothek) as the ordinary word for "the Scriptures." Figurative sense of "any authoritative book" is from 1804. Bible-thumper "strict Christian" is from 1870. Bible belt in reference to the swath of the U.S. South then dominated by fundamentalist Christians is from 1926; likely coined by H.L. Mencken in the "American Mercury."  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)


  4. «Bíblia». Origem da Palavra - Site de Etimologia. Consultado em 06 de setembro de 2016. É o Latim medieval BIBLIA, retirado da expressão BIBLIA SACRA, “livros sagrados” (BIBLIA é um plural em Latim) , uma tradução do Grego TA BIBLIA TO HAGIA, “os livros sagrados”, de BIBLION, “papel, rolo, livro”. Originalmente BIBLION era diminutivo de BYBLOS, “papiro egípcio”, provavelmente do nome da cidade (hoje JEBEIL, no Líbano), de onde esse material era exportado para a Grécia.  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)


  5. Rainer Sousa. «Hebreus». Brasil Escola. Consultado em 30 de março de 2011. Uma das maiores fontes de estudo da trajetória do povo hebreu se encontra na Bíblia, principalmente na parte do conhecido Velho Testamento. Nesse livro, hoje de valor sagrado para o Cristianismo, podemos ver alguns traços da história e da cultura desse povo. 


  6. Tiago Dantas. «Cristianismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc. 


  7. Mundo educação. «Dia Mundial da Religião». Consultado em 31 de março de 2011. Com o cristianismo, a igreja se dividiu em três vertentes[...]. Seu livro sagrado é a bíblia, e traz como forma de vida os ensinamentos do filho do Messias, Jesus Cristo. 


  8. Lorna Daniels Nichols (2009). Big Picture of the Bible — New Testament. [S.l.]: Winepress Publishing. ISBN 978‐1‐433‐67181‐4 


  9. John J. McDermott (2002). Reading the Pentateuch: a historical introduction. [S.l.]: Paulist Press. ISBN 978‐0‐8091‐4082‐4 


  10. Bruce M. Metzger; Michael David Coogan (1993). The Oxford Companion to the Bible. [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 978‐0‐19‐504645‐8 


  11. ab Ehrman, Bart D (2014). Quem escreveu a Bíblia?: Por que os autores da Bíblia não são quem pensamos que são. Rio de Janeiro: Agir Editora. ISBN 9788522030033 


  12. Gênesis 2:7 7. Do pó da terra formou Deus Jeová ao homem, e soprou-lhes nas narinas o fôlego de vida; e o homem tornou-se um ser vivente.


  13. ab Rainer Souza. «Criacionismo». Brasil Escola. Consultado em 31 de março de 2011. O cristianismo adota a Bíblia como fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o homem foi concebido depois que Deus criou céus e terra. Também feito a partir do pó, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego da vida em suas narinas. 


  14. «James Hutton, avô da seleção natural». Ciência Hoje. 13 de novembro de 2003. Consultado em 21 de maio de 2011. Segundo ele, a composição das rochas do planeta é uma das muitas provas de que ele foi formado bem antes do que relata a Bíblia (somente 8 mil anos). 


  15. «Evolução e religião». Ciência Hoje. 8 de outubro de 2009. Consultado em 29 de maio de 2011. Apenas algumas denominações protestantes fundamentalistas fazem uma interpretação literal estrita, criacionista, do livro do Gênesis na Bíblia que os leva a rejeitar em princípio a evolução biológica. Para eles a Terra tem menos de 10 mil anos e Deus criou o homem diretamente. No seu livro Os anais do velho testamento, publicado em 1650, o bispo inglês James Ussher calculou que Deus criou o universo na véspera do dia 23 de outubro de 4004 a.C. Até o final dos anos 1970 todas as Bíblias colocadas em quartos de hotel nos Estados Unidos pela Gideon Society continham essa estimativa, que também fez parte da arguição a que Clarence Darrow submeteu William Jennings Bryan no famoso julgamento de Scopes, no Tennessee, em 1926. 


  16. «Ler ou não ler?». Ciência Hoje. 1 de fevereiro de 2006. Consultado em 18 de maio de 2011. Uma pesquisa sobre os livros mais vendidos de todos os tempos revela unanimidade apenas nos dois primeiros lugares. Na cabeça da lista vem a Bíblia [...]. 


  17. Editores da Publications International Ltd (2007). «21 livros mais vendidos de todos os tempos». Como tudo funciona. Consultado em 29 de março de 2011 


  18. abc «Why Doesn't Every President Use the Lincoln Bible?» (em inglês). Slate. 19 de janeiro de 2009. Consultado em 19 de junho de 2011. According to official records kept by the Architect of the Capitol, Teddy Roosevelt is the only president who wasn't sworn in using a Bible; he took a rushed oath of office in 1901 following the assassination of William McKinley. [...] John Quincy Adams, according to his own letters, placed his hand on a constitutional law volume rather than a Bible to indicate where his fealty lay. [...] There are no known inauguration Bibles for presidents John Adams through John Tyler; in fact, there's no concrete evidence that those early presidents used a Bible at all for the oath.  |língua2= e |língua= redundantes (ajuda)


  19. abcd «Good Book» (em inglês). Slate. 3 de março de 2009. Consultado em 7 de junho de 2011. A century ago, most well-educated Americans knew the Bible deeply. Today, biblical illiteracy is practically universal among nonreligious people. [...] Even among the faithful, Bible reading is erratic. The Catholic Church, for example, includes only a teeny fraction of the Old Testament in its official readings. Jews study the first five books of the Bible pretty well but shortchange the rest of it. Orthodox Jews generally spend more time on the Talmud and other commentary than on the Bible itself. Of the major Jewish and Christian groups, only evangelical Protestants read the whole Bible obsessively. [...] Maybe it doesn't make sense for most of us to read the whole Bible. After all, there are so many difficult, repellent, confusing, and boring passages. 


  20. abc «Biblically Speaking» (em inglês). Slate. 4 de março de 2009. Consultado em 7 de julho de 2011. My book is by no means a substitute for the Bible. It's an effort to bring a new [...] perspective to a book that has been made inaccessible and difficult by clergy and academics. [...] James Kugel's recently published How To Read the Bible? [...] I read Kugel's book [...]. [...] Kugel demolishes, chapter by chapter, the idea that the Bible is historically true (No exodus from Egypt, no conquest of the Promised Land, God is an offshoot of Baal, etc). [...] Here we have a book written 3,000 years ago, with bizarre stories, peculiar laws, erratic deity [...] Martin Luther was one of the first theologians to suggest that people read AND interpret the Bible for themselves. [...] Clergy have mostly discouraged us from reading the Bible, insisting that we should only do it under their tutelage. 


  21. Rainer Sousa. «Onde Judas perdeu as botas». Brasil Escola. Consultado em 30 de março de 2011. Entre a Antiguidade e a Idade Média, por exemplo, a inacessibilidade aos textos bíblicos foi responsável pela criação de várias narrativas envolvendo os personagens cristãos. Os feitos e destinos de certos nomes presentes na Bíblia ganhavam acréscimos e certas distorções que salientavam a forte presença do cristianismo no imaginário dessa época. Levando em conta que boa parte da população era iletrada, ficava difícil de impor um rigor de verdade entre as várias histórias de cunho bíblico. 


  22. abcd «Lutero». [HistoriaNet]]. 22 de abril de 2005. Consultado em 7 de junho de 2011. Martin Lutero alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente. [...] A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa. 


  23. ab «É possível a convivência pacífica entre ciência e religião?». Ciência Hoje. 10 de janeiro de 2003. Consultado em 18 de maio de 2011. A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião. A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis. 


  24. «Com os pés na terra e os olhos no céu». Ciência Hoje. 27 de outubro de 2009. Consultado em 18 de maio de 2011. Para o astrônomo e filósofo, as escrituras deveriam ser interpretadas a partir do estudo da natureza. 


  25. «O DNA do racismo». Ciência Hoje. 11 de julho de 2008. Consultado em 18 de maio de 201. Mas a conciliação do inconciliável precisava ser racionalizada com argumentos da própria religião. Isso envolveu duas vertentes principais. A primeira consistiu em substituir a ênfase da unidade da humanidade a partir da Adão e Eva por uma divisão tricotômica baseada nos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé. Segundo o livro do Gênese na Bíblia, Cam viu Noé nu e bêbado e contou para seus irmãos, zombando do pai. Ao saber disso, Noé amaldiçoou Cam e o condenou, assim como toda a sua descendência, à servidão. Os escravocratas avidamente adotaram uma identificação dos africanos com os descendentes de Cam, uma cômoda justificativa religiosa para a escravidão, embora na própria Bíblia não haja nenhuma referência à cor de Cam ou qualquer descrição de seus descendentes.  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)


  26. abcd «Chatting the Bible» (em inglês). Slate. 13 de abril de 2007. Consultado em 8 de julho de 2011. the Bible, at least the Hebrew Bible, does not offer clear guidance about how we are supposed to behave. [...] Most people encounter the Bible through someone else—as their rabbi or pastor or professor or priest interprets it for them. [...] here you have a book that is thousands of years old, written by a small primitive tribe [...]. [...] "The Bible," according to Mark Twain, "reveals the character of its God with minute exactness. It is a portrait of a man, if one can imagine a man with evil impulses far beyond the human limit. In the Old Testament He is pictured as unjust, ungenerous, pitiless, and revengeful, punishing innocent children for the misdeeds of their parents; punishing unoffending people for the sins of their rulers, even descending to bloody vengeance upon harmless calves and sheep as punishment for puny trespasses committed by their proprietors. It is the most damnatory biography that ever found its way into print." 


  27. ab Patrícia Lopes. «Testemunhas de Jeová». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. As Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, tendo-a como base para suas crenças. O Novo Testamento é chamado de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento, de Escrituras Hebraicas. Consideram os 66 livros que compõem a Bíblia, interpretando-a de forma literal, salvo quando as expressões ou o contexto revelam que o sentido é figurado ou simbólico. 


  28. Rainer Sousa. «Espiritismo». Brasil Escola. Consultado em 5 de abril de 2011. Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos. Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados. 


  29. Orthodox Christian Info: Old Testament


  30. abc Bíblia On Line (http://www.bibliaon.com/)


  31. «Estudo: O Senhor deu a Palavra». www.biblias.com.br. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 


  32. «Textus Receptus». www.1611kingjamesbible.com. Consultado em 18 de fevereiro de 2016 


  33. Um dos livros que Martinho Lutero tinha intenção de remover era a Epístola de Tiago.


  34. ab Pedro Apolinário (1985). História do Texto Bíblico. [S.l.: s.n.] 


  35. Louis Berkhof. Teologia Sistemática. [S.l.: s.n.] ISBN 9788576222590 


  36. «A Igreja na Idade Média». Historianet. Consultado em 30 de março de 2011. Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. 


  37. ab «A Igreja na Idade Média». HistoriaNet. Consultado em 4 de junho de 2011. Os principais Padres do Ocidente são: [...] Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. 


  38. «Reforma Protestante - Contra-reforma». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, [...] . No Concílio de Trento estabeleceu-se [...] . Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, [...]. 


  39. «Reforma Protestante - Anglicanismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. 


  40. «Protestantismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas. 


  41. «Reforma Religiosa». HistoriaNet. Consultado em 5 de junho de 2011. Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, [...]. 


  42. Nahum M. Sarna and S. David Sperling (2006), Text, in Bible, Encyclopaedia Judaica 2nd ed.; via Jewish Virtual Library


  43. Jewish Encyclopedia: Samaritans: Samaritan Version on the Pentateuch


  44. Karen H. Jobes e Moises Silva (2001). Invitation to the Septuagint (em inglês). [S.l.]: Paternoster Press. ISBN 1-84227-061-3 


  45. Life after death: a history of the afterlife in the religions of the West, Alan F. Segal, p.363 (em inglês)


  46. (em romeno)bibliaortodoxa.ro


  47. «Sumário estatístico de idiomas com traduções das Escrituras» (em inglês). Sociedades Bíblicas Unidas. Consultado em 27 de março de 2009 


  48. ab «Cânone Católico» (em inglês). Catholic Culture. Consultado em 16 de abril de 2011 


  49. Wikisource-logo.svg "Canon of the Old Testament" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.


  50. Dictionary.com: Tanach


  51. Alcorão 2:79


  52. Answering Islam: Can we trust the Gospels?


  53. Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo (PDF). [S.l.]: FEB Editora. ISBN 978-85-7328-730-1 


  54. Susan Boynton. The Practice of the Bible in the Middle Ages. Production, Reception, & Performance in Western Christianity. [S.l.]: Columbia University Press. p. 188-190. ISBN 9780231148276 


  55. «É possível acreditar em Deus usando a razão». Consultado em 24 de julho de 2012. Os textos da Bíblia passaram por diversas revisões ao longo do tempo. Como podemos ter certeza de que as informações às quais temos acesso hoje são as mesmas escritas há 2.000 anos? Além disso, como lidar com o fato de que informações podem ser perdidas durante a tradução? Você tem razão quanto a variedade de revisões e traduções. Por isso, é imperativo voltar às línguas originais nas quais esses textos foram escritos. Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial. Alguém que realmente queira entender os textos deverá aprender grego, a língua original em que o Novo Testamento foi escrito. Contudo, as pessoas também podem comprar diferentes traduções e compará-las para perceber como o texto se comporta em diferentes versões. 


  56. ab «A cruz de Cristo». O Nortão. 4 de novembro de 2011. Consultado em 11 de novembro de 2011. Outro erro refere-se à cruz. Afirma-se que a cruz é um símbolo pagão e que Jesus teria sido pregado em uma estaca e com as mãos transpassadas por um só prego, por isto escolhendo traduzir σταυρός como "estaca". Originalmente, “staurós” significava poste, conforme se pode ver em Homero, Hesíquio de Alexandria e outros. Porém, passou a significar duas traves (uma vertical e outra horizontal) atravessada uma na outra. E tanto os escritores pagãos como os cristãos nos apresentam a cruz no tempo de Cristo usada para punir os criminosos: havia uma trave vertical chamada “stipes” ou “staticulum”, e uma outra dita “patibulum”, que era fixada à anterior em sentido horizontal. O réu era preso à trave horizontal com os braços abertos e depois fixo ao poste vertical. 


  57. Diálogo com Trifão, 40: That lamb which was commanded to be wholly roasted was a symbol of the suffering of the cross which Christ would undergo. For the lamb, which is roasted, is roasted and dressed up in the form of the cross. For one spit is transfixed right through from the lower parts up to the head, and one across the back, to which are attached the legs of the lamb.


  58. Contra as Heresias 2:14:4: The very form of the cross, too, has five extremities, two in length, two in breadth, and one in the middle, on which [last] the person rests who is fixed by the nails.


  59. Ad Damasum, 18


  60. Gabriela Cabral. «Homofobia». Brasil Escola. Consultado em 5 de abril de 2011. Há uma grande polêmica entre homossexualidade e religião, pois a Bíblia (livro utilizado pelo cristianismo e, na versão chamada Tanakh, pelo judaísmo) condena o ato homossexual, declarando-o como sendo um pecado, e isso gera grande revolta nos homossexuais. 


  61. ab «O Perdão entre os Cristãos» (PDF). O perdão que Deus dá é completo. O homem perdoado por Deus é trazido à condição de não ter nenhuma condenação mais (Rom 8:1), ele é libertado da lei do pecado e da morte (Rom 8:2). Judicialmente o homem é justificado diante de Deus, não tendo nada pesando contra ele mais (Rom 5:1). Posicionalmente o homem perdoado é feito um filho de Deus e co-herdeiro com Cristo (Rom 8:17) e, agora, com todas as bênçãos espirituais (amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança – Gal 5:22) nos lugares celestiais (nos céus onde o Pai e o Salvador estão) em Cristo (Efés 1:3). Deus perdoa todas as iniqüidades e sara as enfermidades do homem graças ao Seu muito amor para com esse (Sal 103:3). Assim como está longe o oriente do ocidente (Sal 103:12), os pecados que antes faziam separação entre Deus e o homem agora estão longe do onipresente Deus, o que se deve ao perdão dado pelo Deus onipotente. Os pecados dos homens perdoados são agora lançados atrás das costas do Senhor (Isa 38:17) e, o onisciente Deus jamais lembrará de seus pecados e das suas iniqüidades (Heb 10:17). 


  62. «A Bíblia como obra literária. Hermenêutica literária dos textos bíblicos em diálogo com a teologia» (PDF) 


  63. «Textos do Novo Testamento nas crônicas de Machado de Assis» 


  64. «A Bíblia como Literatura - Lendo as narrativas bíblicas» 


  65. «Estudos Literários Aplicados à Bíblia» (PDF) 


  66. «É possível acreditar em Deus usando a razão». Consultado em 24 de julho de 2012. Temos boas bases históricas. A palavra ‘prova’ pode ser enganosa porque muitos a associam com matemática. Certamente, não temos prova matemática de qualquer coisa que tenha acontecido na história do homem. Não temos provas, nesse sentido, de que Júlio César foi assassinado no senado romano, por exemplo, mas temos boas bases históricas para isso. Meu argumento é que se você considera os documentos do Novo Testamento como fontes da história antiga, — como os historiadores gregos Tácito, Heródoto ou Tucídides — o evangelho aparece como uma fonte histórica muito confiável para a vida de Jesus de Nazaré. A maioria dos historiadores do Novo Testamento concorda com os fatos fundamentais que balizam a inferência sobre a ressurreição de Cristo. Coisas como a sua execução sob autoridade romana, a descoberta das tumbas vazias por um grupo de mulheres no domingo depois da crucificação e o relato de vários indivíduos e grupos sobre os aparecimentos de Jesus vivo após sua execução. Com isso, nos resta a seguinte pergunta: qual é a melhor explicação para essa sequência de acontecimentos? Penso que a melhor explicação é aquela que os discípulos originais deram — Deus fez Jesus renascer dos mortos. Não podemos falar de uma prova, mas podemos levantar boas bases históricas para dizer que a ressurreição é a melhor explicação para os fatos. E como temos boas razões para acreditar que Cristo era quem dizia ser, portanto temos boas razões para acreditar que seus ensinamentos eram verdade. Sendo assim, podemos ver que a Bíblia não foi criação contingente de um tempo, de um lugar e de certas pessoas, mas é a palavra de Deus para a humanidade. 





































































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