Bispo do Rosário










































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































Bispo do Rosário


Estátua do artista em sua terra natal, Japaratuba, Sergipe.
Nome nativo
Arthur Bispo do Rosário
Nascimento

10 de maio de 1909
Japaratuba
Morte

5 de julho de 1988 (79 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania

Brasil
Ocupação
pintor, artista plástico
Prêmios

Ordem do Mérito Cultural

[edite no Wikidata]


Arthur Bispo do Rosário Paes (Japaratuba, Sergipe, 10 de maio de 1909[1] ou, segundo outras fontes, 16 de março de 1911[Nota 1] – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 5 de julho de 1989[1]) foi um artista plástico brasileiro.


Considerado louco por alguns e gênio por outros, a sua figura insere-se no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil. A sua história liga-se também à da Colônia Juliano Moreira, instituição criada no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XX, destinada a abrigar aqueles classificados como anormais ou indesejáveis (doentes psiquiátricos, alcoólatras e desviantes das mais diversas espécies).




Índice






  • 1 Biografia


  • 2 Notas e referências


    • 2.1 Notas


    • 2.2 Referências




  • 3 Bibliografia


  • 4 Ver também


  • 5 Ligações externas





Biografia |


Arthur Bispo do Rosário era natural de Japaratuba, no interior do estado de Sergipe – onde nascera em 1909, e para onde jamais retornou – para ingressar, em 1925, na Marinha ele foi boxeador e biscateiro. Entre 1933 e 1937, trabalhou no Departamento de Tração de Bondes, na cidade do Rio de Janeiro. Por fim, como empregado doméstico da família Leone, no bairro carioca do Botafogo.[2][3]


Na noite 21 de dezembro de 1938, despertou com alucinações que o conduziram ao patrão, o advogado Humberto Magalhães Leoni, a quem disse que iria se apresentar à Igreja da Candelária. Depois de peregrinar pela rua Primeiro de Março e por várias igrejas do então Distrito Federal, terminou subindo ao Mosteiro de São Bento, onde anunciou a um grupo de monges que era um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos. Dois dias depois foi detido e fichado pela polícia como negro, sem documentos e indigente, e conduzido ao Hospício Pedro II (o hospício da Praia Vermelha), primeira instituição oficial desse tipo no país, inaugurada em 1852, onde anos antes havia sido internado o escritor Lima Barreto (1881-1922).[4]


Um mês após a sua internação, foi transferido para a Colônia Juliano Moreira, localizada no subúrbio de Jacarepaguá, sob o diagnóstico de "esquizofrênico-paranoico". Aqui recebeu o número de paciente 01662, e permaneceu por mais de 50 anos.[5]


Em determinado momento, Bispo do Rosário passou a produzir objetos com diversos itens oriundos do lixo e da sucata que, após a sua descoberta, seriam classificados como arte vanguardista e comparados à obra de Marcel Duchamp. Entre os temas, destacam-se navios (tema recorrente devido à sua relação com a Marinha na juventude), estandartes, faixas de misses e objetos domésticos.[6] A sua obra mais conhecida é o Manto da Apresentação, que Bispo deveria vestir no dia do Juízo Final. Com eles, Bispo pretendia marcar a passagem de Deus na Terra.


Os objetos recolhidos dos restos da sociedade de consumo foram reutilizados como forma de registrar o cotidiano dos indivíduos, preparados com preocupações estéticas, onde se percebem características dos conceitos das vanguardas artísticas e das produções elaboradas a partir de 1960.


Utilizava a palavra como elemento pulsante. Ao recorrer a essa linguagem manipula signos e brinca com a construção de discursos, fragmenta a comunicação em códigos privados.


Inserido em um contexto excludente, Bispo driblava as instituições todo tempo. A instituição manicomial se recusando a receber tratamentos médicos e dela retirando subsídios para elaborar sua obra, e museus, quando sendo marginalizado e excluído, é consagrado como referência da Arte Contemporânea brasileira.


Em 2018 foi homenageado no Carnaval do Rio de Janeiro pela Acadêmicos do Cubango, escola de Niterói que desfila na Série A da capital (segunda divisão). O enredo foi intitulado "O rei que bordou o mundo", e recebeu muitas críticas positivas da imprensa especializada.[7][8] Anteriormente, Bispo do Rosário já havia sido citado em dois outros enredos no carnaval carioca, pela Unidos do Porto da Pedra em 1997 e pela Tradição em 1999.[9][10]



Notas e referências


Notas





  1. De acordo com registros da Light, onde prestou serviço entre 1933 e 1937.




Referências




  1. ab «ARTHUR BISPO DO ROSARIO – BIOGRAFIA CLÍNICA» (PDF). Abpbrasil. 20 de outubro de 2001. Consultado em 5 de julho de 2011 


  2. http://cartanaescola.com.br/single/show/112


  3. http://www.almanaquebrasil.com.br/personalidades-arte/9730-arthur-bispo-do-rosario.html


  4. Bruno Dorigatti (27 de setembro de 2010). «Lima Barreto, entre o hospício e o cemitério». Saraiva. Consultado em 21 de novembro de 2012 


  5. Rodrigo Correia (7 de setembro de 2012). «Paciente 01662: a arte que transformou o manicômio e a visão sobre o louco». Encena. Consultado em 21 de novembro de 2012 


  6. «Rosário, Arthur Bispo do (1911 - 1989)». Itau Cultural. 23 de outubro de 2008. Consultado em 21 de novembro de 2012 


  7. «Cubango ganha os dois Estandartes de Ouro da Série A.». O Globo. 11 de fevereiro de 2018 


  8. «Carnavalescos brilham em homenagem da Cubango ao Bispo do Rosário». Redação Carnavalesco. 11 de fevereiro de 2018 


  9. «Galeria do Samba: Unidos do Porto da Pedra 1997» 


  10. «Galeria do Samba: Tradição 1999» 



Bibliografia |



  • Almeida, Jane de; Silva, Jorge Anthonio. Ordenação e vertigem / Ordering and vertigo. São Paulo: CCBB/Takano, 2003.

  • Burrowes, Patricia. O Universo segundo Arthur Bispo do Rosário.


  • Hidalgo, Luciana. Arthur Bispo do Rosário O Senhor do Labirinto. Ed Rocco.

  • Kato, Gisele. O artista redentor. São Paulo, Revista Bravo!, 2003.

  • Lázaro, Wilson. (org.). Arthur Bispo do Rosário - Século XX. Cosac Naify.

  • Seligmann-Silva, Márcio. Arthur Bispo do Rosário: a arte de enlouquecer os signos. Artefilosofia, nº 3, julho.2007, pp. 144–158. (Instituto de Filosofia, Artes e Cultura - IFAC-UFOP).

  • Silva, Jorge Anthonio. Arthur Bispo do Rosário - Arte e loucura.

  • Diversos. A vida ao rés-do-chão. Artes de Arthur Bispo do Rosário. Ed. Sete Letras.



Ver também |


  • Nise da Silveira


Ligações externas |



  • Informações sobre o Museu Bispo do Rosário - Arte Contemporânea (MBR)

  • Na Mostra Brasil 500 anos

  • Música da Escola de Samba Rosa de Prata de Campinas - SP, que homenageia o bispo

  • Rosa de Prata - Bispo do Rosário (VideoClip)



  • Portal da arte
  • Portal de Sergipe








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