Imperial Ordem da Rosa
A Imperial Ordem da Rosa é uma ordem honorífica brasileira. Foi criada em 27 de fevereiro de 1829[1] pelo imperador D. Pedro I (1822 — 1831) para perpetuar a memória de seu matrimônio, em segundas núpcias, com Dona Amélia de Leuchtenberg e Eischstädt.
Índice
1 História
2 Características
2.1 Insígnia
2.2 Fita e banda
2.3 Graus
3 Titulares
4 Lista de Grão-mestres da imperial ordem da rosa
4.1 Notas
4.2 Ligações externas
História |
O seu desenho foi idealizado por Jean-Baptiste Debret que, segundo discutido por historiadores, ter-se-ia inspirado ou nos motivos de rosas que ornavam o vestido de D. Amélia ao desembarcar no Rio de Janeiro, ou ao se casar, ou num retrato da mesma enviado da Europa ao então Príncipe.
A ordem premiava militares e civis, nacionais e estrangeiros, que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do Imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas então existentes.
De 1829 a 1831 D. Pedro I concedeu apenas cento e oitenta e nove insígnias. O seu filho e sucessor, D. Pedro II (1840 — 1889), ao longo do segundo reinado, chegou a agraciar 14.284 cidadãos. Além dos dois imperadores, apenas o duque de Caxias foi grande-colar da ordem durante sua vigência.
Um dos primeiros agraciados recebeu a comenda em virtude de serviços prestados quando de um acidente com a família imperial brasileira: conta a pequena história da corte que, em 7 de dezembro de 1829, recém-casado, D. Pedro I regressava com a família do Paço de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista. Como de sua predileção, conduzia pessoalmente a carruagem quando, na rua do Lavradio, se quebrou o varal da atrelagem e os cavalos se assustaram, rompendo as rédeas e fazendo tombar o veículo, arrastado perigosamente. O Imperador fraturou a sétima costela do terço posterior e a sexta do terço anterior, teve contusões na fronte e luxação no quarto direito, perdendo os sentidos. Mal os havia recobrado quando o recolheram à casa mais próxima, do marquês de Cantagalo, João Maria da Gama Freitas Berquó. Segundo o Boletim sobre o Desastre de Sua Majestade Imperial e Fidelíssima publicado no Jornal do Commercio, Dona Amélia foi a que menos cuidado exigiu: "não teve dano sensível senão o abalo e o susto que tal desastre lhe devia ocasionar". A filha primogênita, futura Maria II de Portugal, "recebeu grande contusão na face direita, compreendendo parte da cabeça do mesmo lado". Augusto de Beauharnais, príncipe de Eichstadt, Duque de Leuchtenberg e de Santa Cruz, irmão da imperatriz, "teve uma luxação no cúbito do lado direito com fratura do mesmo". A baronesa Slorefeder, aia da Imperatriz, "deu uma queda muito perigosa sobre a cabeça". Diversos criados de libré, ao dominarem os animais, ficaram contundidos. Convergiram para a casa de Cantagalo os médicos da Imperial Câmara e outros, os doutores Azeredo, Bontempo, o barão de Inhomirim, Vicente Navarro de Andrade, João Fernandes Tavares, Manuel Bernardes, Manuel da Silveira Rodrigues de Sá, barão da Saúde. Ao partir, quase restabelecido, D. Pedro I condecorou Cantagalo a 1 de janeiro de 1830 com as insígnias de dignitário da Ordem e D. Amélia lhe ofereceu o seu retrato, circundado por brilhantes, e pintado por Simplício Rodrigues de Sá.
Foram ainda agraciados com a Imperial Ordem da Rosa os membros da Guarda de Honra que acompanhavam o então Príncipe Regente em sua viagem à Província de São Paulo, testemunhas do "Grito do Ipiranga", marco da Independência do Brasil.[carece de fontes]
Após o banimento da família imperial brasileira, a ordem foi mantida por seus membros em caráter privado, sendo seu grão-mestre o chefe da casa imperial brasileira.
Características |
Insígnia |
- Grã-cruz
- Anverso: Estrela branca de seis pontas maçanetadas, unidas por guirlanda de rosas. Ao centro, medalhão redondo com as letras "P" e "A" entrelaçadas, em relevo, circundado por orla azul-ferrete com a legenda "AMOR E FIDELIDADE".
- Reverso: igual ao anverso, com alteração na inscrição para a data de 2-8-1829, e, na legenda, para "PEDRO E AMÉLIA".
Fita e banda |
De cor rosa-claro, com duas orlas brancas.
Graus |
Os graus em ordem decrescente são:
- Grã-cruz
- Grande Dignitário
- Dignitário
- Comendador
- Oficial
- Cavaleiro
Titulares |
- Agostinho José da Motta
- Alfred Nobel
- Antônio Augusto De Souza. Comendador Souza
- Antônio da Costa Pinto Júnior
- Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho
- Antônio José Dias Carneiro
- Antônio Luís von Hoonholtz
- Antônio de Orléans e Bragança
- Antônio Ribeiro de Castro
- Antônio Rodrigues de Azevedo Ferreira
- Bertrand de Orléans e Bragança
Carlos Pereira Nunes. 1º barão e visconde de São Carlos, político e fazendeiro ilustre.- Dr. Carlos Chidloe. Médico homeopata, um dos grandes difusores desta ciência médica no Brasil.[2]
- Christine de Ligne e Orléans e Bragança
- Dr. Jean Maurice Faivre, fundador da Colônia Thereza Cristina e médico pessoal da Imperatriz Teresa Cristina
- Daniel Makinson Fox
- Eleonora de Ligne e Orléans e Bragança
Firmin François Alibert [3]
- Francisco Antônio de Barros e Silva
- Francisco de Assis e Oliveira Borges
Francisco Joaquim de Noronha e Silva [4][5]
- Francisco Lopes de Oliveira Araújo
- Gel. Francisco Marconde Homem de Mello, 2.° barão, depois visconde de Pindamonhagaba
Gustave Rumbelsperger, naturalista francês
Francisco Ignácio Marcondes Homem de Mello, barão Homem de Mello, Ministro do II Império- Horácio Fortunato Urpia
- Henri de Ligne e Orléans e Bragança
- Ildefonso Pereira Correia
- Inácio de Sousa Rolim
- Isabel Maria de Orléans e Bragança
- James Norton
- Jean Pierre Gay
- Joaquim Fernandes Lopes Ramos
- Joaquim José de Sousa Breves
- Joaquim Xavier Neves
- Jonathas Abbott
José Alves Rangel[6], primeiro barão com grandeza de São João da Barra e, cavaleiro da Imperial Ordem de Cristo e oficial da Imperial Ordem da Rosa
- José Antônio Gomes Neto
- José Francisco Nogueira Paranaguá
- Jules Le Chevrel
- Luís Gonzaga de Brito Guerra
- Luís Martins Collaço
- Machado de Assis
- Manuel Pereira da Silva
- Cel. Manoel Marcondes de Oliveira Mello, Comandante da Guarda de Honra de Dom Pedro I na Independência, 1.° barão de Pindamonhangaba
- Maria Gabriela de Orléans e Bragança
- Olyntho José Meira (Jurista, presidente das Províncias do Pará e do Rio Grande do Norte)
- Rafael de Orléans e Bragança
João Gualberto de Carvalho (1.º barão de Cajuru)
Lista de Grão-mestres da imperial ordem da rosa |
O grão-mestre desta ordem é o chefe da casa imperial do Brasil, são eles:
- Dom Pedro I do Brasil
- Dom Pedro II do Brasil
- Dona Isabel I do Brasil
- Dom Pedro III do Brasil
- Dom Luiz I do Brasil
Notas
↑ Lições de História do Brasil
↑ Diccionario bibliográphico portuguez: Estudos. Applicaveis a Portugal e ao Brasil. Suppl. 2. C - G, Volume 9 - Innocencio Francisco da Silva, Pedro W. de Brito AranhaImpr. Nacional, 1870
↑ Dousseau: Franceses no império do café - Marly Mayrink, Editora: Usina de Letras, 2012, 142 pgs.
↑ Jornal "A Província de Minas", ANNO IX, N. 582, Ouro Preto, 8 de maio de 1889.
↑ Jornal "O MAR DE HESPANHA "14 de abril de 1889.
↑ «José Alves Rangel». Wikipédia, a enciclopédia livre. 6 de outubro de 2017
Ligações externas |
Ordem da Rosa (em português)