Adandozan
Adandozan | |
---|---|
Rei do Daomé | |
Reinado | 1797 — 1818 [1] |
Antecessor(a) | Agonglo |
Sucessor(a) | Ghezo |
Adandozan foi um rei do Daomé (atual Benin), tecnicamente o nono, embora não seja contado como um dos doze reis e tenha seu nome largamente apagado da história de Abomey (capital do Daomé) [2].
Biografia |
Tornou-se rei com a morte de seu pai, Agonglo, em 1797 [2]. Seus símbolos eram um babuíno com uma espiga de milho na mão (uma referência pouco lisonjeira ao seu inimigo, o rei de Oyó) e um grande guarda-sol (o rei ofusca seus inimigos) [3]. Esses símbolos não estão incluídos nos Apliqués de Abomey, pelas mesmas razões de sua exclusão da história de Abomey [2].
As histórias tradicionais sobre o governo de Adandozan (que são recontadas, com algumas mudanças de nomes, no romance "The Viceroy of Ouidah", de Bruce Chatwin) retratam-no como extremamente cruel: diz-se que ele atirava pessoas vivas às hienas por puro divertimento e teria aberto o ventre de uma mulher grávida por ter apostado que era capaz de prever o sexo do feto.
Adandozan também é retratado como incompetente - como comandante e guerreiro - e como um traidor da família real, pois teria vendido sua madrasta, a rainha Nã Agontimé, aos traficantes de escravos. Gakpe, que já havia fingido problemas mentais para evitar atrair a atenção do irmão, fugiu para o exílio. Pesquisas realizadas por Pierre Verger sugerem que Nã Agontimé teria sido enviada como escrava a São Luís do Maranhão - onde foi renomeada como Maria Jesuína - e seria a fundadora da célebre Casa das Minas [4]. Após destronar Adandozan, Gakpe organizou uma embaixada às Américas para procurar sua mãe, sem sucesso [4]. Descrito como irremediavelmente louco, Adandozan lutava insensatamente com as potências européias. Ele recusou-se a pagar Francisco Félix de Sousa, um brasileiro que havia se tornado o maior traficante de escravos de Ouidah, por serviços prestados a ele. Após prender e torturar Francisco, Adandozan tentou fazer com que seus próprios ministros se encarregassem de negociar escravos.
Voltando secretamente do exílio, Gakpe ajudou na fuga de Francisco. Em contrapartida, Francisco ajudou Gakpe a organizar uma força militar e assumir o trono com o apoio do aterrorizado conselho de ministros. Gakpe aprisionou Adandozan em seguida.
Arquivos históricos possuem um grande número de cartas que Adandozan enviou a vários mandatários estrangeiros, especialmente aos reis e outras autoridades de Portugal, que haviam fugido para o Brasil após a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. Nessas cartas, Adandozan descreve importantes campanhas militares (vitoriosas, segundo seus relatos), bem como suas negociações com os europeus. Algumas dessas cartas foram publicadas por Pierre Verger em 1960 [3]. Um grande arquivo encontrado no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro, permanece inédito.
Referências
↑ Dahomey Encyclopædia Britannica
↑ abc Blier, Suzanne Preston. "African Vodun: Art, Psychology, and Power". University of Chicago, 1995. pp. 424. ISBN 0-226-05858-1.
↑ ab Verger, Pierre. "Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos dos Séculos XVII a XIX". Salvador, 1987
↑ ab Parés, Luis Nicolau. "Antes dos Orixás". in Revista de História da Biblioteca Nacional nº 6, dezembro de 2005.
Nota |
- Este artigo foi inicialmente traduzido do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Adandozan», especificamente desta versão.
Reino do Daomé Adandozan | ||
---|---|---|
Precedido por Agonglo | Rei do Daomé 1797–1818 | Sucedido por Ghezo |