Magna Grécia






Magna Grécia (cerca de 280 a.C.)


Magna Grécia era a denominação que recebia o sul da península Itálica, região colonizada na Antiguidade pelos gregos. Num sentido mais amplo, inclui também a ilha da Sicília, onde também se verificou o fenómeno de colonização grega. O nome deriva do latim Magna Graecia (em grego, Megale Hellas), "Grande Grécia", porque para os colonos, que vinham de uma Grécia caracterizada pelo seu relevo montanhoso e pelo excesso populacional, as terras da Itália pareciam estender-se infinitamente.




Índice






  • 1 Colonização


  • 2 Cultura


  • 3 Cidades


    • 3.1 Localização geográfica


      • 3.1.1 Calábria


      • 3.1.2 Campânia


      • 3.1.3 Basilicata (antiga Lucânia)


      • 3.1.4 Apúlia


      • 3.1.5 Sicília






  • 4 Referências





Colonização |


Foi entre os séculos VIII a.C. e VI a.C. que ocorreu este movimento demográfico[1], transformando o curso da civilização ocidental: contingente importante de gregos transferindo-se para a porção ocidental do Mediterrâneo. A colonização, nos litorais da Catalunha, da França, da Sicília e do sul da península Itálica, concentrou-se, entretanto, na costa oriental da Sicília e no litoral do mar Jônico e do Tirreno (atuais regiões italianas da Apúlia, Basilicata, Calábria e Campânia) com a fundação de mais de quarenta grandes cidades. Estas cidades grego-sicilianas e grego-itálicas, por sua origem, constituição, língua e cultura permaneceram genuínas extensões do mar Egeu, razão pela qual, desde a Antiguidade, o nome de Magna Grécia.[2].




Mapa das línguas itálicas antigas.


Os gregos reproduziram nas colônias as formas de vida material e intelectual que lhes eram próprias. A formação da Magna Grécia, cronologicamente, coincidiu com o nascimento de Roma e com o domínio etrusco sobre o Tirreno, resultando em uma complexa formação étnica no Mediterrâneo. Dentre as diversas componentes não itálicas da cultura latina – celta, etrusca, fenícia, etc., a grega é a mais importante pela superioridade cultural. Estes colonizadores eram basicamente gregos – das ilhas e territórios banhados pelo mar Egeu, que interligava a Anatólia à Eubeia (de língua jônica) e ao Peloponeso (de língua dórica): na Sicília fundaram mais de quinze grandes cidades; na península outras vinte, entre as atuais regiões de Nápoles e Taranto. Eram, também, fenícios (Líbano), semitas (Síria): graças à colonização semita surgiram na Sicília as cidades de Solunto, Panormo (atual Palermo) e Motia (atual ilha de São Pantaleão); quatro outras cidades na Sardenha, outras na costa da África (Cartago, Útica, Léptis Magna) e nas ilhas e costas espanholas, como Gades (atual Cádis) e Málaga.[2]


Os calcidenses parecem ter sido os primeiros gregos a aportarem na região. Foram eles que, na Sicília, fundaram a cidade de Lentini (Leôncio). Os coríntios também aportaram na região e fundaram Siracusa (Συρακούσσες), cidade de importância comercial e econômica.


Mégara também enviou colonos que fundaram Mégara Hibleia, que ficava entre Siracusa e Leôncio. Os gregos de Rodes e Creta fundaram Gela, que se tornaria a cidade mais importante da Sicília meridional e Ácragas (Άκραγας , atual Agrigento).


A região meridional da Itália foi colonizada por aqueus, que fundaram a opulenta cidade de Síbaris. Também foram os aqueus que fundaram Crotona (Κρότων), cidade que passou a rivalizar com Síbaris (Σύβαρις). Tarento (Τάρας, atual Taranto) foi fundada por lacônios.


A Magna Grécia era, também, o celeiro da Grécia Antiga na medida em que fornecia cereais, óleos, lãs, vinhos e uma série de outros produtos. Em vista desta riqueza, começam os atritos com os cartagineses e com os etruscos. Além disso, as rivalidades internas entre as próprias colônias gregas acabam fragilizando a região. Os romanos acabariam por dominar toda a região.



Cultura |


A Magna Grécia foi um dos centros mais brilhantes da civilização grega, a partir de onde se difundiram as concepções culturais e religiosas gregas para Etruscos e Romanos.


Na poesia, a Magna Grécia destacou-se com nomes como Estesícoro (natural de Hímera) e Íbico (natural de Régio da Calábria).


Na região desenvolveram-se importantes escolas filosóficas, como a de Parmênides e de Zenão de Eleia a de Xenófanes em Zancle e a de Empédocles em Agrigento, Górgias de Leontinos, Aristoxeno de Tarento. Pitágoras fundou a primeira escola pitagórica em Crotona.
Na ciência, a Magna Grécia destacou-se com nomes como Arquimedes de Siracusa, Arquitas de Tarento, Democedes, Alcmeao de Crotona, na arte com Pitágoras de Régio, Clearco de Regio e provavelmente Zêuxis de Heracleia. Zaleuco de Locros foi um importante e conhecido legislador.


Os atletas da Magna Grécia participaram nos jogos pan-helénicos, sendo um dos mais famosos Milo de Crotona que venceu em seis ocasiões a prova de luta nos Jogos Olímpicos e nos Jogos Píticos.



Cidades |



Localização geográfica |




Calábria |



  • Régio da Calábria

  • Locros


  • Crotone - (Crotona)

  • Síbaris

  • Caulo

  • Escolácio



Campânia |



  • Ísquia

  • Cumas


  • Nápoles - (Neápolis)

  • Posidónia (hoje Paestum)


  • Novi Velia - (Eleia)



Basilicata (antiga Lucânia) |



  • Metaponto

  • Nova Siri

  • Heráclea (Polícoro)

  • Pisticci





Apúlia |




  • Tarento (Taranto}

  • Galípoli



Sicília |



  • Giardini-Naxos

  • Zancle

  • Siracusa


  • Agrigento - (Ácragas)

  • Gela

  • Catânia

  • Leôncio

  • Mégara Hibleia

  • Camarina

  • Milazzo

  • Acras

  • Hímera

  • Selinunte

  • Casmene

  • Heráclea Minoa

  • Lípara




Referências




  1. CAMPOS, Flavio de; MIRANDA, Garcia Renan. A escrita da história. 1.ed. São Paulo: Escala Educacional, 2005. p. 57.


  2. ab Revista História Viva, nº 40, pgs. 42-60. Editora Duetto. São Paulo (fevereiro 2007).







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