Guilhotina






Guilhotina de Baden, Alemanha (réplica).


A guilhotina foi um instrumento utilizado durante a Revolução Francesa para aplicar a pena de morte por decapitação. O aparelho é constituído de uma grande armação reta (aproximadamente 4 m de altura) na qual é suspensa uma lâmina losangular pesada (de cerca de 40 kg). As medidas e peso indicados são os das normas francesas. A lâmina é guiada à parte superior da armação por uma corda, e fica mantida no alto até que a cabeça do condenado seja colocada sobre uma barra que a impede de se mover. Em seguida, a corda é liberada e a lâmina cai de uma distância de 2,3 metros, seccionando o pescoço da vítima.


Foi o médico francês Joseph-Ignace Guillotin[1] (1738-1814) que sugeriu o uso deste aparelho na aplicação da pena de morte. Guillotin considerava este método de execução mais humano do que o enforcamento ou a decapitação com um machado. Na realidade, a agonia do enforcado podia ser longa, caso o dano aos ossos do pescoço não causasse a morte imediata; já em certas decapitações, o machado não cumpria seu papel ao primeiro golpe, o que aumentava consideravelmente o sofrimento da vítima. Guillotin estimava que a instantaneidade da punição era a condição necessária e absoluta de uma morte decente.


Mas não foi ele o inventor desse aparelho de cortar cabeças, usado muitos séculos antes. Guillotin, na verdade, apenas sugeriu sua volta na Revolução Francesa como eficiente método de execução humana. O aparelho serviu para decapitar 2794 "inimigos da Revolução" em Paris. Sua primeira inspiração teria surgido diante de uma gravura do alemão Albrecht Dürer, feita no século XVI, na qual o ditador romano Tito Mânlio decapita seu próprio filho com um aparelho semelhante a uma guilhotina. Há registros de que, durante a Idade Média, equipamentos de cortar cabeças já funcionavam na Alemanha. A partir do século XVI, na Inglaterra e na Escócia, surgiram versões mais aperfeiçoadas. Elas dariam origem à guilhotina francesa.[2]


No primeiro projeto de guilhotina, havia uma lâmina horizontal. Foi o doutor Louis, célebre cirurgião da época, que recomendou, em um relatório entregue em 7 de março de 1792, a construção de um aparelho a lâmina oblíqua, única maneira de matar todos os condenados com certeza e rapidez, o que era impossível com uma lâmina horizontal.


Calculam-se 40 mil vítimas da guilhotina entre 1792 e 1799.
No período do Terror, entre (1793 e 1795), constataram-se 15 mil mortes na guilhotina.



Guilhotinados (França) |




  • 25 de abril de 1792 o operário Nicolas Jacques Pelletier foi o primeiro condenado à guilhotina.


  • 21 de janeiro de 1793: Luís XVI ex-rei da França


  • 16 de outubro de 1793: Maria Antonieta, rainha da França


  • 5 de abril de 1794: Georges Jacques Danton


  • 8 de maio de 1794: Antoine Lavoisier, químico francês, considerado o criador da Química moderna.


  • 17 de Julho de 1794: As Carmelitas de Compiègne


  • 28 de julho de 1794 (10 termidor do ano II): Maximilien de Robespierre.


  • 25 de fevereiro de 1922: Henri Désiré Landru mois, assassino de dez mulheres e de um menino.


  • 17 de junho de 1939: Eugen Weidmann, assassino de seis pessoas (última execução pública na França)


  • 25 de maio de 1946: Marcel Petiot, assassino de pelo menos 27 pessoas.

  • Novembro de 1972: execução de Claude Buffet e Roger Bontemps (por sequestro seguido do assassinato dos sequestrados)


  • 28 de julho de 1976: execução de Christian Ranucci, acusado de matar uma criança.


  • 10 de setembro de 1977, em Marselha: última execução, a de Hamida Djandoubi pela tortura seguida do assassinato de uma mulher de 21 anos.[3]


Estas três últimas execuções contribuíram a por um fim à pena de morte na França, que foi abolida em 1981 pela Assembleia Nacional sob proposta de François Mitterrand e Robert Badinter. Em particular a de Christian Ranucci, pois certos elementos sugeriam que ele fosse talvez inocente do crime pelo qual fora acusado e condenado.



Referências




  1. Que personagens históricos foram guilhotinados? Terra


  2. Guillotin, o 'Doutor Guilhotina' Guia do Estudante


  3. «A guilhotina cai pela última vez na França». Consultado em 23 de março de 2014 



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