Irão







































































































































جمهوری اسلامی ایران
(Jomhuri ye Eslāmi ye Irān)

República Islâmica do Irão / Irã











Bandeira do Irão / Irã

Emblema


Bandeira

Brasão de armas


Lema: "استقلال، آزادی، جمهوری اسلامی"
(transliteração: "Esteqlāl, āzādī, jomhūrī-ye eslāmī")
("Independência, Liberdade, (a) República Islâmica")

Hino nacional: Soroud-e Melli-e Jomhouri-e Eslami-e Iran
("Hino Nacional da República Islâmica do Irã")


Gentílico: Iraniano


Localização do Irão / Irã




Capital

Teerão (Teerã)
35°41'N 51°25'E

Cidade mais populosa
Teerão (Teerã)

Língua oficial

Persa (parse ou pársi)

Governo

República Islâmica
 - Líder Supremo

Ali Khamenei
 - Presidente

Hassan Rouhani
 - Vice-presidente
Eshaq Jahangiri
 - Presidente do Parlamento

Ali Larijani
 - Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
Sadeq Larijani

Revolução Iraniana
 
 - Fim da monarquia

11 de Fevereiro de 1979 

Área
 
 - Total 1 648 195 km² (18.º)
 - Água (%)
0,7%
 Fronteira

Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Turquia, Azerbaijão e Arménia

População
 
 - Censo 2012
75 149 669[1] hab. 
 - Densidade
42 hab./km² (158.º)

PIB (base PPC)
Estimativa de 2014
 - Total US$ 1,283 trilhão*[2] (17.º)
 - Per capita
US$ 16 463[2] (75.º)

PIB (nominal)
Estimativa de 2014
 - Total US$ 402,700 bilhões*[2] (21.º)
 - Per capita
US$ 5 164[2] (76.º)

IDH (2017)
0,798 (60.º) – elevado[3]

Gini (2010)
0,38[4]

Moeda

Rial iraniano (IRR)

Fuso horário
(UTC+3:30)

Cód. Internet

.ir

Cód. telef.

+98


Mapa do Irão / Irã






Irão (português europeu) ou Irã (português brasileiro) (em persa: ايران, transcr.: Iran, pronunciado: ʔiːˈɾɑn ( ouvir)), oficialmente República Islâmica do Irão/Irã e anteriormente conhecido como Pérsia,[5] é um país localizado na Ásia Ocidental.[6][7][8] Tem fronteiras a norte com Arménia, Azerbaijão e Turquemenistão e com o Cazaquistão e a Rússia através do Mar Cáspio; a leste com Afeganistão e Paquistão; ao sul com o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã; a oeste com o Iraque; e a noroeste com a Turquia. Composto por uma área de 1 648 195 quilómetros quadrados, é a segunda maior nação do Oriente Médio e a 18ª maior do mundo. Com mais de 77 milhões de habitantes, o Irã é o 17º país mais populoso do mundo.[6][9]


O país é o lar de uma das civilizações mais antigas do mundo,[10] que começa com a formação do reino de Elam em 2 800 a.C. Os povos iranianos medos unificaram o país no primeiro de muitos impérios que se iriam seguir em 625 a.C., após a nação se tornar no principal poder cultural e político dominante na região.[11] O Irão atingiu o auge de seu poder durante o Império Aquemênida, fundado por Ciro, o Grande em 550 a.C. e que, na sua maior extensão, compunha grandes porções do mundo antigo, que se estendiam do vale do Indo, no leste, à Trácia e Macedônia, na fronteira nordeste da Grécia, tornando-se num dos maiores impérios que o mundo já vira.[12] Os Aqueménidas entraram em colapso em 330 a.C. após as conquistas de Alexandre, o Grande, mas o país alcançou uma nova era de prosperidade após o estabelecimento do Império Sassânida em 224 d.C., sob o qual o Irão se tornou uma das principais potências da Europa Oriental e da Ásia Central nos quatro séculos seguintes.


Em 633, árabes muçulmanos invadiram o Irão e conquistaram-no por volta 651[13] O Irão depois desempenhou um papel vital durante a subsequente Idade de Ouro Islâmica, produzindo diversos cientistas, académicos, artistas e pensadores influentes. O surgimento em 1501 do Império Safávida promoveu o xiismo duodecimano islâmico como a religião oficial e marcou um dos divisores de águas mais importantes da história iraniana e muçulmana.[14][15] A Revolução Constitucional Persa de 1906 estabeleceu o primeiro parlamento da nação, que operava dentro sistema político de monarquia constitucional. Após um golpe de Estado apoiado por Reino Unido e Estados Unidos em 1953, o Irão tornou-se gradualmente autocrático. A crescente oposição contra a influência estrangeira e a repressão política culminou com a Revolução Iraniana, que acabou por criar uma república islâmica em 1º de abril de 1979.


Um país geograficamente diverso, mas principalmente montanhoso, o Irão sempre teve uma importância geopolítica significativa devido à sua localização, no cruzamento entre o Sul, o Centro e o Ocidente da Ásia. Teerão é a sua capital e a maior cidade, servindo como o centro cultural, financeiro e industrial da nação. O Irão é uma potência média e regional[16][17] e exerce uma grande influência na segurança energética internacional e na economia mundial através das suas grandes reservas de combustíveis fósseis, que incluem a maior oferta de gás natural no mundo e a quarta maior reserva comprovada de petróleo.[18][19] O Irão é um dos membros fundadores da Organização das Nações Unidas (ONU), do Movimento Não Alinhado, da Organização da Conferência Islâmica (OCI) e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Seu sistema político único, baseado na constituição de 1979, combina elementos de uma democracia parlamentar com os de uma teocracia religiosa dirigida por clérigos nacionais, na qual a mais alta autoridade governamental é o Líder Supremo. Apesar de ser uma nação multicultural que inclui vários grupos étnicos e linguísticos, o islamismo xiita e o persa são os únicos classificados como a religião e o idioma oficiais do país, respectivamente.[20]




Índice






  • 1 Etimologia


  • 2 História


    • 2.1 Antiguidade e Idade Média


    • 2.2 Período dinástico


    • 2.3 República Islâmica




  • 3 Geografia


    • 3.1 Clima




  • 4 Demografia


    • 4.1 Principais cidades


    • 4.2 Religião




  • 5 Governo e política


    • 5.1 Relações internacionais


    • 5.2 Forças armadas


    • 5.3 Direitos humanos




  • 6 Subdivisões


  • 7 Economia


  • 8 Infraestrutura


    • 8.1 Educação


    • 8.2 Mídia




  • 9 Cultura


    • 9.1 Literatura


    • 9.2 Cinema


    • 9.3 Património da Humanidade


    • 9.4 Culinária


    • 9.5 Esportes/Desportos




  • 10 Ver também


  • 11 Referências


  • 12 Ligações externas





Etimologia |


O nome Irão (português europeu) ou Irã (português brasileiro) (em persa: ایران) do persa moderno deriva do termo proto-iraniano Aryānā, que significa "terra dos arianos", palavra registada pela primeira vez no Avesta da tradição do zoroastrismo.[21][22][23][24] O termo Ērān foi encontrado em referência ao Irão, numa inscrição persa do século III e numa inscrição parta onde o termo aryān é usado em referência aos iranianos.[25]


Historicamente o Irão tem sido referido como Pérsia, ou algum outro termo similar (La Perse, Persien, Perzië, etc), pelo mundo ocidental, principalmente devido aos escritos de historiadores gregos que chamavam o Irão de Persis (Περσίς), ou "terra dos persas". Em 1935, o Xá Reza Pahlavi pediu que a comunidade internacional se referisse ao país como Irão/Irã. A oposição à mudança de nome levou à reversão da decisão e, em 1959, ambos os nomes eram usados ​​indistintamente.[26] Actualmente, os termos Pérsia e Irão/Irã' são usados ​​alternadamente em contextos culturais; no entanto, este último é o nome mais usado oficialmente em contextos políticos.[27]


O uso histórico e cultural mais amplo do termo Irão/Irã não está restrito ao Estado moderno homónimo.[28][29][30]Irānshahr ou Irānzamīn (mundo iraniano) são termos que correspondem a territórios de zonas culturais ou linguísticas iranianas. Além do território do Irão moderno, a nação também incluía partes do Cáucaso, da Mesopotâmia, do subcontinente indiano e da Ásia Central.[31]



História |



Ver artigo principal: História do Irão


Antiguidade e Idade Média |



Ver artigos principais: Medos, Império Aquemênida, Império Selêucida, Império Parta, Império Sassânida e Conquista islâmica da Pérsia



Ruínas de Persépolis, a antiga capital do Império Aqueménida e agora um Património da Humanidade pela UNESCO[32]


O território actualmente ocupado pelo Irão é habitado desde os tempos pré-históricos. A história escrita da Pérsia começa em cerca de 3 200 a.C. com a cultura proto-elamita e com a posterior chegada dos arianos e a formação dos sucessivos Impérios Medo e Aquemênida.


Por volta de 1 500 a.C. fixaram-se no planalto iraniano vários tribos arianas, das quais se destacavam os Medos e os Persas. Os primeiros fixaram-se no noroeste onde fundaram um reino; os Persas estabeleceram-se no sudoeste. Os Medos foram submetidos pelos Citas em 653 a.C., mas conseguiram libertar-se e alargaram a sua influência aos Persas. Em 555 a.C. Ciro II, rei da Pérsia, iniciou uma revolta contra Astíages, rei dos Medos, vencendo-o e reunindo sob sua soberania a Pérsia e Média. Ciro, primeiro rei aqueménida, iniciou uma política expansionista, que seria continuada pelos seus sucessores, Cambises II e Dario I. Em resultado destas conquistas o Império Aqueménida compreendia uma vasta área que ia do Vale do Indo ao Mar Negro, incluindo a Palestina e o Egito.


Alexandre, o Grande conquistou a Pérsia em {{AC|331|x}, acrescentado-a ao seu império. Após a sua morte o seu império seria dividido entre os seus generais. Um destes generais, Seleuco, ficaria com a Babilónia e a Pérsia, dando início ao reino selêucida. A partir de 250 a.C. o domínio selêucida começou a ser rejeitado na parte oriental do Irão, onde nasce o Império Arsácida.


O império Arsácida era menor que o aqueménida, estendendo-se do actual Afeganistão ao Eufrates, controlando as rotas comerciais entre a Índia e o Ocidente. Os Partos terão como inimigos a ocidente o Império Romano, que tentaria em vão conquistar o seu território. Em 224 o Império Arsácida foi derrubada por Artaxes I, um rei vassalo que fundou a dinastia sassânida.




Território do Império Sassânida em 621


A conquista da Pérsia pelos árabes entre 641 e 651 levaria à sua integração como província primeiro do califado omíada e a partir de 750 do califado abássida. Do ponto de vista religioso, o zoroastrismo seria gradualmente substituído pelo islão. No entanto, culturalmente, verificou-se um intercâmbio entre a cultura árabe e a persa, que se detecta, por exemplo, na adopção pelo califado abássida da organização administrativa sassânida e dos costumes persas. No século X, regista-se mesmo um renascimento da literatura persa.


Com a decadência do califado abássida afirmam-se no Irão dinastias locais praticamente independentes do poder central. No Coração surge a dinastia dos Taíridas, que seria eliminada pelos Safáridas. Estes seriam por sua vez substituídos pelos Samânidas, a dinastia local mais importante desse período.


Durante a Idade Média, a Pérsia foi invadida pelos mongóis, a que se seguiu o reinado de Tamerlão. Pouco a pouco, o país passou a ser uma arena para potências coloniais rivais como os impérios russo e britânico.



Período dinástico |



Ver artigos principais: Império Safávida, Império Afsharida, Império Qajar, Dinastia Pahlavi, Dinastia Zand e Lista de Monarcas do Irão




Ismail I, um dos fundadores da dinastias dos Safávidas (1501-1736)


Entre 1501 e 1736 a Pérsia foi dominada pelos Safávidas. O fundador desta dinastia, Ismail I, era filho de Safi ad Din, chefe de uma ordem sufista, que se apresentava como descendente do sétimo imã, Musa al Kazim.


Em 1501 Ismail I tomou Tabriz, a qual fez a sua nova capital, e tomou o título de xá. Os Safávidas proclamaram o islão xiita como a religião estatal e através do proselitismo e da força converteram a população a esta doutrina religiosa.


As duas principais ameaças exteriores dos Safávidas foram os Usbeques e os Otomanos. Os primeiros representavam uma ameaça para o Coração, mas foram derrotados por Ismail em 1510 e empurrados para o Turquestão. Quantos aos Otomanos, seriam autores de um duro golpe ao estado safávida em 1524, quando as forças do sultão Selim I derrotaram os safávidas em Tchaldiran, tendo ocupado Tabriz. Em 1533 o sultão Soleimão ocupou Bagdade, tendo alargado o domínio otomano sobre o sul do Iraque.


O apogeu dos Safávidas foi atingido durante o reinado de Abas I, que procedeu a uma reorganização do exército e transferiu a capital para Isfaan (cidade do interior, longe da ameaça otomana), onde mandou construir mesquitas, palácios e escolas. Em 1602 Abas expulsou os portugueses do Bahrein e em 1623 de Ormuz, locais onde estes se tinham estabelecido para controlar o comércio da Índia e do Golfo Pérsico. Estabeleceu um monopólio estatal sobre o comércio da seda e concedeu privilégios aos ingleses e neerlandeses. O declínio da Pérsia safávida iniciou-se após a morte de Abas I, durante os reinados de Safi (1629-1642) e Abas II (1642-1667). Em 1722 a Pérsia foi invadida por tribos afegãs, que tomaram Isfahan.


Em 1736, depois de ter expulsado os afegãos, o líder turcomano Nader Xá, um dos chefes da tribo Afshar, funda a dinastia dos Afsharidas. Nader Xá alargou o seu domínio para leste, tendo invadido a Índia em 1738, de onde trouxe muitos tesouros para o Irã. Foi assassinado em 1747.





Mohammad Reza Pahlavi, o último xá da dinastia Pahlavi (1925 – 1979), reunido com a Família Imperial em sua coroação, em 1967


A dinastia dos Afsharidas foi seguida pela dinastia persa Zand (1750-1794), fundada por Karim Khan, um chefe da região de Fars, que estabeleceu sua capital em Shiraz. Karim Khan, governou até 1779 num clima de relativa paz e prosperidade, mas quando faleceu a dinastia Zand não conseguiu se impor.


Logo depois o país conheceria um novo período conturbado, que durou até 1794, quando Aga Muhammad Khan, chefe de uma tribo turca, funda a dinastia Qadjar. Esta permanecerá no poder até 1921, movendo-se em uma arena onde as novas potências - a Rússia imperial e o império britânico - exerceriam grande influência política sobre os reis Qadjaridas. O Irã entretanto, conseguiu manter sua soberania e nunca foi colonizado .


Durante o reinado de Fath Ali Xá o Irão foi derrotado em duas guerras com a Rússia, que tiveram como consequências a perda da Geórgia, do Daguestão, de Bacu e da Arménia caucasiana. A modernização do Irão iniciou-se no reinado de Nasser al-Din Xá, durante o qual se procura lutar contra a corrupção na administração, assistindo-se à fundação de escolas, abertura de estradas e à introdução do telégrafo e do sistema postal. A aspiração por modernizar o país levou à revolução constitucional persa de 1905-1921 e à derrubada da dinastia Qadjar, subindo ao poder Reza Pahlavi. Este pediu formalmente à comunidade internacional que passasse a referir-se ao país como Irão e não mais Pérsia.


Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido e a União Soviética invadiram o Irã, de modo a assegurar para si próprios os recursos petrolíferos iranianos. Os Aliados forçaram o xá a abdicar em favor de seu filho, Mohammad Reza Pahlavi, em quem enxergavam um governante que lhes seria mais favorável. Em 1953, após a nacionalização da Anglo-American Oil Company, um conflito entre o xá e o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh levou à deposição e prisão deste último.


O reinado do xá tornou-se progressivamente ditatorial, especialmente no final dos anos 1970. Com apoio estadunidense e britânico, Reza Pahlavi continuou a modernizar o país, mas insistia em esmagar a oposição do clero xiita e dos defensores da democracia.



República Islâmica |



Ver artigo principal: Revolução Iraniana

Ver também: Protestos eleitorais no Irã em 2009



Em 1979, Ruhollah Khomeini, o líder da Revolução Iraniana, volta ao Irã após 14 anos no exílio


Em 1979, a chegada do Aiatolá Khomeini, após 14 anos no exílio, dá início à Revolução Iraniana - apoiada na sua fase inicial pela maioria da população e por diferentes facções ideológicas - provocando a fuga do Xá e a instalação do Aiatolá Ruhollah Khomeini como chefe máximo do país. Estabeleceu-se uma república islâmica, com leis conservadoras inspiradas no Islamismo e com o controle político nas mãos do clero. Os governos iranianos pós-revolucionários criticaram o Ocidente e os Estados Unidos em particular pelo apoio dado ao xá; as relações com os Estados Unidos foram fortemente abaladas em 1979, quando estudantes iranianos tomaram funcionários da Embaixada americana como reféns. Posteriormente, houve tentativas de exportar a revolução islâmica e apoio a grupos militantes anti-Ocidente como o Hezbollah do Líbano. A partir de 1980, o Irã e o Iraque enfrentaram-se numa guerra destruidora que durou oito anos.


Reformistas e conservadores continuam a enfrentar-se no Irã, mas desta vez através da política. A vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de 2005 tem dado causa a um aumento nas tensões entre o Irã e inúmeros países ocidentais, em especial no que se refere ao programa nuclear iraniano. Uma vez que, inúmeros países tem sustentado que o real interesse iraniano seria o desenvolvimento de armamentos nucleares, o que poderia gerar grandes crises no oriente médio e em todo o mundo, devido aos constantes discursos do presidente iraniano que sustentam o interesse em exterminar com o estado de Israel e seu povo.[33]


Em 2009 Mahmoud Ahmadinejad se reelegeu sob suspeitas internacionais de fraude, o que gerou revoltas na população iraniana, estas foram duramente reprimidas. Assim, demonstrando a fragilidade desta democracia e sua semelhança com governos autoritários e ditatoriais.



Geografia |





Imagem de satélite do Irã




Irã de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger



Ver artigo principal: Geografia do Irão

Localizado no sudoeste asiático, entre o Iraque, a oeste, e o Afeganistão e o Paquistão, a leste, o Irã é banhado pelo Golfo de Omã, pelo Golfo Pérsico e pelo Mar Cáspio. Com uma área de 1 648 000 quilômetros quadrados, o Irã é o décimo-sexto maior país do mundo em território, o que equivale aproximadamente à área do estado do Amazonas, no Brasil, ou um pouco maior do que as áreas de Angola e Portugal somadas. O país é muito vulnerável a terremotos, principalmente no sul.


A maior parte do território do Irão corresponde a um planalto cercado por cadeias montanhosas. Na região centro-leste encontram-se dois desertos, o Dasht-e-Kavir e o Dasht-e-Lut. No primeiro formam-se alguns pântanos durante o Inverno e a Primavera, mas ambos são inóspitos e despovoados. No norte, em paralelo com o Mar Cáspio, estão as montanhas Elburz, que possuem vários vulcões activos. A montanha mais elevada desta cordilheira, que é igualmente o ponto mais alto do Irão, é o Monte Demavend (5671 metros). Os Montes Zagros estendem-se desde o noroeste do país, perto da fronteira com a Arménia, até ao sudeste, atingindo o Estreito de Ormuz.


Os três grandes rios do Irão são o Karun, o Atrak e o Safid. O Karun é o principal rio navegável do país e nasce nos Montes Zagros, correndo para sul até a localidade de Khorramshahr, onde se une ao rio Shatt Al-Arab (Arvandrud). O Irão possui poucos grandes lagos, sendo a maior parte deles de água salgada. O maior lago iraniano é o Lago Úrmia, situado no noroeste do país, o oeste do Mar Cáspio. Cobre uma área que varia entre os 5 200 e 6 000 m² e caracteriza-se pela extrema salinidade das suas águas, sendo também o maior lago do Médio Oriente. Outro importante lago é o Namak, situado na província de Qom. Na província de Fars existem lagos de pequena dimensão, como o Daryachen-e-Tashk e o Daryachen-e-Bakh-Tegan.



Clima |


O clima do Irã varia de árido ou semi-árido, a subtropical ao longo da costa do Mar Cáspio e nas florestas do norte.[34] Na região norte do país (a planície costeira do Cáspio), as temperaturas raramente caem abaixo de zero e a área permanece úmida ao longo do ano. As temperaturas no verão raramente ultrapassam os 29 °C.[35]


A precipitação anual é de 680 mm na parte oriental da planície e de mais de 1 700 mm na parte ocidental. O Representante das Nações Unidas para o Irã Gary Lewis disse que "a escassez de água coloca o desafio da segurança humana mais grave no Irã atual".[36]


Para o oeste, assentamentos na base da Cordilheira de Zagros experimentam temperaturas mais baixas, invernos rigorosos com temperaturas abaixo de zero diárias e queda de neve pesada. As bacias orientais e centrais são áridas, com menos de 200 mm de chuva e têm desertos locais.[37] As temperaturas médias no verão raramente ultrapassam os 38 °C. As planícies costeiras do Golfo Pérsico e do Golfo de Omã no sul do Irã tem invernos amenos e verões muito úmidos e quentes. A precipitação anual varia 135–355 mm.[38]




Demografia |



Ver artigo principal: Demografia do Irão



Grupos étnicos do Irão


A população iraniana aumentou de maneira dramática durante a segunda metade do século XX, atingindo os 68 milhões em 2006. Nos últimos anos o crescimento populacional tende a desacelerar-se, de modo que, segundo as projecções, a população estabilizar-se-á em 100 milhões de habitantes pelo ano 2050. A densidade populacional do país é de 42 pessoas por km². As áreas mais povoadas do país são a região ocidental e setentrional.


O Irão é um mosaico de grupos étnicos, caracterizando-se as relações entre estes grupos pela harmonia. O maior grupo étnico-linguístico é composto pelos persas, que representam 51% da população.


A seguir aos persas destacam-se os azéri (24% da população), povo túrquico que reside sobretudo perto do Azerbaijão, mas que desde o início do século XX tem vindo a migrar para Teerão.


Os gilaki e mazandarani formam 8% da população e habitam, respectivamente, a costa ocidental e oriental do Mar Cáspio.


Os curdos, cerca de 7% da população, habitam a região da cordilheira de Zagros. A minoria árabe do Irão (3%) vive na região sudoeste do país, na província do Cuzistão. Outros grupos, representando cada um 2% da população, incluem os baluches (perto de Afeganistão e do Paquistão), os lur (que vivem na região central da cordilheira de Zagros) e os turcomanos (perto do Turcomenistão).


A maioria da população do Irã fala uma das línguas iranianas, embora o persa seja o idioma oficial.



Principais cidades |





Teerão, capital e maior cidade do país


A principal cidade do Irão é Teerão, capital do país e da província homónima. Situada a 1132 metros de altitude, começou por ser um subúrbio da antiga cidade de Rey que foi destruída em 1220 pelos Mongóis. Em 1788 o primeiro soberano da Império Cajar conquistou Teerão e fez dela a capital. O grande desenvolvimento da cidade ocorreu a partir do primeiro quartel do século XX, razão pela qual Teerão é entre as cidades iranianas a que possui um aspecto menos oriental. A parte norte da cidade corresponde à cidade nova e a parte sul à cidade do tempo dos Cajar.


No Noroeste do Irão destaca-se a cidade de Tabriz, controlada em alguns períodos pela Rússia, facto que se exprime na sua arquitectura e na presença de um caminho-de-ferro que liga o Irão à antiga União Soviética.


Shiraz, capital da província de Fars e situada num oásis dos Montes Zagros, é conhecida por nela terem habitado grandes místicos do islão. Os túmulos destas figuras encontram-se na cidade que em função disso é denominada como "Torre dos Santos".


A cidade de Isfahan, localizada a aproximadamente 350 quilómetros a sul de Teerão, é famosa pela sua arquitectura. Em 1587 Abas I fez dela a capital da dinastia, ordenando a construção de palácios e mesquitas. Os principais monumentos da cidade estão na praça Maydan-i-Shah, destacando-se também em Isfahan a Masgid-i Gami (Mesquita da Sexta-Feira).






















































































































Religião |



Ver artigo principal: Religião do Irã




Mesquita Jamkaran, um dos locais mais sagrados do país


A maioria dos iranianos é muçulmana, pertencendo 90 a 94% da população ao ramo xiita do islão, religião oficial do Estado. O Irão conta com de 4 a 8% de muçulmanos sunitas, ramo ao qual pertencem a maioria dos muçulmanos do planeta. Os curdos são na sua maioria sunitas, enquanto que a minoria árabe reparte-se entre o islão xiita e o islão sunita.


A forma de islão xiita que hoje predomina no Irão é o xiismo duodecimano, que reconhece doze imames após Ali. Embora sempre tenham existido xiitas no Irão, até ao século XVII a população era na sua maioria sunita. A explicação para esta mudança religiosa reside na adopção por parte da dinastia dos Safávidas do islão xiita como religião oficial e na sua imposição à população.


A constituição iraniana reconhece três minorias religiosas, os zoroastrianos, os judeus e os cristãos. Antes da chegada do islamismo ao Irão no século VII, a maioria da população era zoroastriana, religião que era o culto oficial do Império Sassânida. Em 1986 estimava-se a existência de 32 mil zoroastrianos no Irão, residindo principalmente nas cidades de Teerão, Yazd e Kerman. A comunidade judaica no Irão remonta aos tempos do cativeiro da Babilónia; quando Ciro II autorizou o regresso dos judeus a Canaã, muitos optaram por ficar, tendo adoptando a língua e cultura persas. A comunidade judaica teve uma longa história no Irã e serviu de abrigo para os hebreus que fugiam da Europa durante a segunda guerra mundial e do Iraque durante a guerra de independência israelense.[40] Avalia-se em 45 mil o número de judeus iranianos que migraram para Israel entre 1948 e 1977. Com a revolução islâmica de 1979 o movimento migratório acentuou-se.


Outra minoria religiosa relevante no Irão é formada pelos cristãos, estimados em 300.000,[41] que são na sua maioria ortodoxos arménios, seguidos por cristãos assírios que tem autonomia nas instituições de ensino.[42] O cristianismo é também oficialmente protegido pela constituição iraniana.[43] Cada uma destas denominações têm direito a um lugar no parlamento. A Fé Bahá'í, a maior minoria religiosa iraniana, nascida no país em meados do século XIX, não é reconhecida pelo Estado, sendo os seus membros alvo de perseguição desde a revolução de 1979. Atualmente possui cerca de 300 000 a 350 000 fiéis.[41][44][45]



Governo e política |



Ver artigo principal: Política do Irão




Parlamento do Irã




Hierarquia das instituições políticas do Irão


O sistema político do Irão tem por base a constituição de 1979, que fez do país uma república islâmica. Nos termos da constituição, as relações políticas, económicas, sociais e culturais vigentes no país devem estar de acordo com o Islão.[46]


O Guia Supremo (ou Faqih) é o chefe de Estado do Irão. O cargo é ocupado desde Junho de 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei, que sucedeu a Khomeini. É eleito pela Assembleia dos Peritos para um mandato vitalício. Suas principais atribuições são a de comandante-em-chefe das Forças Armadas, nomeação do chefe do poder judiciário, do chefe da segurança interna, dos líderes das orações da sexta-feira, do director das estações de rádio e de televisão, bem como de seis dos doze membros do Conselho dos Guardiães. Pode demitir o Presidente do Irão caso considere que este não governa de acordo com a constituição.


O poder executivo compete ao presidente, segunda figura do Estado após o Guia Supremo. É eleito através de sufrágio universal para um mandato de quatro anos. Até 1989, ano em que foi aprovada uma reforma constitucional, este cargo detinha poucos poderes. A reforma aboliu o cargo de primeiro-ministro e concedeu maiores poderes ao cargo presidencial. O presidente nomeia e supervisiona o Conselho de Ministros e coordena as decisões governamentais. O seu poder encontra-se limitado pelo Guia Supremo. Os candidatos a presidente devem ser iranianos xiitas e seus nomes são previamente aprovados pelo Conselho dos Guardiães. O atual Presidente do Irão, eleito em agosto de 2013, e re-eleito em 2017 é Hassan Rohani.[47]


O poder legislativo é exercido por um parlamento unicameral (Majlis-e-Shura-ye-Eslami, "Assembleia Consultiva Islâmica") composto por 290 membros eleitos através de sufrágio universal para um período de quatro anos. À semelhança do que acontece com os candidatos a presidente, o Conselho dos Guardiães deve aprovar as candidaturas a deputado. Todas as leis aprovadas pelo parlamento devem ser enviadas para o Conselho dos Guardiães, que verifica se estas estão em concordância com a constituição e com o Islão.[48] Em circunstâncias especiais, o parlamento pode demitir o presidente através um voto de censura com maioria de dois-terços.






















Hassan Rohani, o atual presidente do Irã




Ali Khamenei, o Líder Supremo do Irã.




O chefe do poder judiciário, actualmente Mahmoud Hashemi Shahrudi, é nomeado pelo Guia Supremo. O chefe do poder judiciário nomeia por sua vez o presidente do Tribunal Supremo e o procurador-geral. O sistema legal iraniano baseia-se na lei islâmica ou charia. Este sistema prevê a prática da retribuição, que permite, dentre outros casos, a um membro da família da vítima de homicídio executar a sentença. Os castigos corporais ou a amputação de membros estão previstos para casos como roubo, consumo de bebidas alcoólicas ou adultério.


O Conselho dos Guardiães é composto por doze juristas, metade dos quais são especialistas em direito religioso, sendo nomeados pelo Guia Supremo; a outra metade é formada por especialistas em direito civil nomeados pelo Conselho Supremo Judiciário e aprovados pelo parlamento. Este conselho analisa as leis do parlamento para garantir que se encontram de acordo com a constituição.


A Assembleia de Peritos foi originalmente constituída com o objectivo de redigir a constituição de 1979. Desde então, esta assembleia, composta por 86 membros, tem como função eleger o Guia Supremo, supervisionar a actuação deste e retirá-lo do exercício das suas funções, caso seja declarado incapacitado. Os membros da Assembleia devem ser clérigos e são eleitos para um período de oito anos.


O Conselho de Discernimento do Interesse Superior do Regime é um órgão composto por 22 membros (clérigos, juristas e políticos), nomeados pelo Guia Supremo. Atualmente é presidido por Hashemi Rafsanjani e a sua principal função é arbitrar os conflitos entre o parlamento e o Conselho dos Guardiães.



Relações internacionais |




Encontro entre os presidentes do Irã (Hassan Rouhani, à esquerda) e da Rússia (Vladimir Putin)


Ver também: Relações internacionais do Irã e Missões diplomáticas do Irã

A política externa do Irã é o produto de muitos, e às vezes fatores conflitantes: a ideologia da revolução islâmica do Irã; a percepção das lideranças iranianas de ameaças ao regime e ao país; os interesses nacionais iranianos de longa data; e a interação de várias facções e grupos constituintes do regime iraniano. O Irã, ao longo de décadas, busca derrubar a estrutura de poder no Oriente Médio, que assegura favorecer os Estados Unidos e seus aliados, Israel e Arábia Saudita, além de outros regimes árabes sunitas. Os iranianos buscam, no entanto, manter contatos estreitos com países em desenvolvimento e não-alinhados.


Desde a revolução de 1979, o Irã não reconhece o Estado de Israel e as relações diplomáticas com os Estados Unidos permanecem rompidas. As negociações acerca do programa nuclear iraniano representam uma melhora significativa nestas relações. O país persa está sob sanções das Nações Unidas desde 2006, devido à desconfiança internacional de um possível desenvolvimento clandestino de armas de destruição em massa.[49]


As diferenças culturais, políticas e religiosas entre iranianos e sauditas têm conduzido as duas nações para uma disputa acirrada pelo controle ideológico entre os países de maioria muçulmana. Os líderes iranianos afirmam que a Arábia Saudita busca a hegemonia de sua vertente do islamismo sunita, o Wahabismo, e negam ao Irã e aos muçulmanos xiitas em geral, qualquer influência na região. O auxílio iraniano aos países de maioria xiita e à população xiita em países de maioria sunita têm agravado as tensões sectárias e contribuído para uma guerra por procuração.[50]


Como um instrumento de sua política externa, o Irã fornece armas, treinamento e consultores militares no apoio às nações aliadas, bem como às facções armadas. Devido ao seu apoio aos grupos que cometem atos de terrorismo internacional, o Irã foi colocado na lista norte-americana de países patrocinadores do terrorismo, em janeiro de 1984.



Forças armadas |




Caça F-14 da Força Aérea do Irã


Ver também: Forças Armadas do Irã

Ver também: Irã e as armas de destruição em massa

As forças armadas regulares são compostas por três comandos principais: o exército (artesh), que contava com 350 mil homens (200 mil em reserva) em 2004;[51] a marinha (Niru Daryāi): contava com cerca de 18 mil homens em 2001;[52] e a força aérea (Niru Havayi): contava com aproximadamente 16 mil homens em 1996.[53]


Para além da força armada regular, existe uma força criada com o objectivo de salvaguardar os preceitos da Revolução Islâmica: o Corpo de Guarda da Revolução Islâmica (Pasdaran). Dentro do mesmo espírito de fervor religioso, Khomeini criou em 1979 o Basij, grupo de voluntários, que actou na guerra Irão-Iraque. Hoje o Basij tem como principal função fazer cumprir os preceitos islâmicos no seio da população. O serviço militar é obrigatório para os homens e tem a duração de 21 meses.



Direitos humanos |


Ver também: Mahmoud Asgari e Ayaz Marhoni

O desrespeito aos direitos humanos no Irã tem sido criticado tanto pelos próprios iranianos, quanto por ativistas internacionais de direitos humanos, escritores e ONGs. A Assembleia Geral da ONU[54] e da Comissão de Direitos Humanos denunciaram abusos anteriores e atuais no país, em críticas e em várias resoluções publicadas.[55]




Cemitério bahá'í destruído em Yazd


O governo do Irã é criticado tanto por restrições e punições que seguem a Constituição e a lei da República Islâmica, quanto por ações que não seguem nenhuma lei, como tortura, estupro e assassinato de presos políticos e espancamentos e assassinatos de dissidentes e outros civis. As restrições e punições que são legais na República Islâmica, mas que violam completamente as normas internacionais de direitos humanos, incluem: penas severas para crimes comuns; punição para "crimes sem vítimas", tais como fornicação e homossexualidade; execução de delinquentes menores de 18 anos de idade, restrições à liberdade de expressão e à imprensa, incluindo a prisão de jornalistas, e tratamento desigual de acordo com a religião e o gênero das população na constituição da República Islâmica - especialmente ataques a membros da religião Bahá'í. Abusos e punições que foram relatados fora das leis da República Islâmica e que têm sido condenados pela comunidade internacional incluem a execução de milhares de presos políticos em 1988 e a utilização generalizada da tortura para extrair repúdio popular contra prisioneiros, sua causa e apoiadores, em vídeos para propósitos propagandísticos.[56] Também foi condenado o bombardeamento de escritórios de jornais iranianos e ataques contra opositores políticos por "órgãos quase-oficiais de repressão", particularmente o "Hezbollah", e pelo assassinato de dezenas de opositores do governo na década de 1990, alegadamente por "elementos párias" do governo.


Sob a administração do presidente Mahmoud Ahmadinejad a situação dos direitos humanos no país "se deteriorou significativamente", segundo o grupo Human Rights Watch.[57] Na sequência dos protestos eleitorais no Irã em 2009, houve relatos de assassinato, tortura e estupro de manifestantes detidos[58] e detenções e julgamentos em massa de dezenas de figuras proeminentes da oposição em que os acusados "leram confissões que deram todos os sinais de serem coagidas."[59][60][61]


Sattar Beheshti , blogueiro iraniano, morreu no início de novembro de 2012 alguns dias depois de ser preso pela Cyber Police Iraniana por criticar o governo da República Islâmica no Facebook, depois de denunciar ter sido torturado enquanto estava sob custódia. Sua morte provocou condenação internacional e levou à demissão do comandante da unidade policial de cibercrimes do Irã. Acredita-se ter sido o décimo oitavo prisioneiro do regime a morrer sob custódia desde 2003.[62][63][64]


Funcionários do governo da República Islâmica têm respondido às críticas, afirmando que a República Islâmica do Irã não é obrigada a seguir a "interpretação do Ocidente dos direitos humanos"[65] e que a República Islâmica é uma vítima da "propaganda preconceituosa dos inimigos", que é parte "de um plano maior contra o mundo do Islã."[66] De acordo com oficiais iranianos, aqueles ativistas de direitos humanos que se dizem ativistas políticos pacíficos, são realmente culpados de crimes contra a segurança nacional do país[67] e os manifestantes que reivindicam que Ahmadinejad roubou a eleição de 2009 são na verdade parte de uma conspiração estrangeira para derrubar os líderes do Irã.[68]



Subdivisões |



Ver artigos principais: Condados e províncias do Irã

O Irã subdivide-se em 31 províncias, sendo cada uma administrada por um governador indicado pelo Ministério do Interior, mediante aprovação do gabinete. As províncias dividem-se por sua vez em 324 condados e em 865 distritos. Os presidentes dos municípios são também nomeados pelo Ministério do Interior; o conselho local do município é eleito pela população.




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Alborz

Ardabil

Bushehr

Chahar Mahaal
e Bakhtiari

Isfahan

Fars

Gilan

Golestan

Hamadan

Hormozgan

Ilam

Kerman

Kermanshah

Cuzistão

Kohkiluyeh e
Buyer Ahmad

Curdistão

Lorestão

Markazi

Mazandaran

Qazvin

Qom

Coração
Razavi

Semnan

Sistão e
Baluchistão

Teerã

Yazd

Zanjan

Coração do
Norte

Coração do
Sul

Azerbaijão
Ocidental

Azerbaijão
Oriental

Mar Cáspio

Golfo Pérsico

Turcomenistão

Afeganistão

Paquistão

Azerbaijão

Armênia

T
u
r
q
u
i
a

Iraque

Kuwait

Arábia Saudita






Economia |



Ver artigo principal: Economia do Irão




Teerã, a capital e a maior cidade do país





Refinaria de Bid Boland, Cuzistão


O Irão foi um país essencialmente agrícola até aos anos 60 do século XX. A partir de então ocorreu uma descolagem da indústria, nomeadamente da indústria petroquímica, têxtil (situada principalmente em Isfahan e na região da costa do Mar Cáspio), automóvel, de construção de equipamentos electrónicos, de papel e alimentar.


A Revolução Islâmica teve consequências sobre o desenvolvimento económico, uma vez que se verificou uma redução drástica do investimento estrangeiro. A actividade turística, que tinha sido promovida pela dinastia Pahlavi através de medidas como a construção de hotéis e a pavimentação de estradas, praticamente desapareceu após a revolução. A situação económica viu-se agravada com guerra com o Iraque e pela queda do preço do petróleo a partir de 1985.


A subida do preço do petróleo a partir de 2003 beneficiou o Irão, que utilizou o dinheiro para programas sociais. Os poços de petróleo encontram-se situados no sudoeste do país, junto ao Golfo Pérsico.


Segundo dados de 2005 a agricultura contribui com 11,6% no Produto Interno Bruto do Irão, empregando 30% da população. As principais culturas agrícolas são o trigo e a cevada, seguidas por outros cereais como o centeio, o milho e o sorgo. No nordeste do país tem ocorrido uma expansão da cultura do algodão. Nas regiões pantanosas situadas junto ao Mar Cáspio produz-se arroz. Outras culturas são a do tabaco, chá e beterraba açucareira.


O Irão é conhecido pela produção de frutas, frescas e secas. Das primeiras destacam-se os citrinos das zonas do Mar Cáspio, as uvas, maçãs, peras e pêssegos da região central do país e as bananas da região próxima ao Golfo Pérsico. Entre os frutos secos salienta-se o pistachio.




Uma indústria de aço em Isfahan


O sector da pecuária é dominado pelo gado ovino e caprino, com uma menor presença do bovino; encontra como zona favorável ao seu desenvolvimento as zonas do noroeste do país, ricas em pastos. A criação de camelos para utilização como meio de transporte ainda é prática corrente.


A pesca também ocupa um importante lugar na economia, fornecendo produtos para consumo interno e externo, embora o seu potencial não tenha sido ainda completamente explorado. No Mar Cáspio encontram-se espécies como o salmão, a tainha e o esturjão; a partir das ovas desta última espécie se produz o caviar, sendo o iraniano um dos mais famosos do mundo. Por sua vez no Golfo Pérsico pescam-se espécies como a perca, a sardinha e o camarão. Nos rios do país pesca-se a truta, o barbo e outros peixes de água doce.


As principais importações do Irão são os produtos alimentares, maquinaria, o equipamento de transporte, ferro e aço. Quanto às exportações, destacam-se, para além do petróleo, os tapetes, os frutos secos, as manadas de gado e as especiarias. Os principais países com os quais o Irão mantém relações comerciais são a Alemanha, a China, o Japão, a Itália e a África do Sul. O Irão não possui relações comerciais directas com os Estados Unidos da América desde 1985.


A moeda do Irão é o rial, emitida pelo Banco Central da República Islâmica do Irão. Os bancos e as seguradoras foram nacionalizados em 1979, mas em 2001 o governo atribuiu duas licenças para que se constituíssem dois bancos privados. Os bancos regulam-se pela lei islâmica, e como tal não praticam o juro, cobrando apenas uma comissão.



Infraestrutura |



Educação |



Ver artigo principal: Educação no Irão



Universidade de Mashhad


A educação é obrigatória para todas as crianças entre os 6 e os 10 anos de idade. De acordo com dados de 2005, 81,3% da população com mais de 15 anos de idade encontra-se alfabetizada. Desde a Revolução Islâmica de 1979 que todas as escolas e universidades devem promover os valores do islão, tendo se verificado um afastamento em relação a modelos educativos seculares.


A educação primária é seguida por um ciclo de três anos que procura avaliar as aptidões dos alunos e orientá-los para os vários tipos de ensino secundário.


Existem no Irão mais de 100 instituições de ensino superior. Após a Revolução Islâmica muitos académicos foram forçados a abandonar os seus lugares devido às suas ligações com a monarquia ou pela sua identificação com valores seculares, o que provocou uma falta de pessoal nestas instituições. Algumas universidades foram mesmo encerradas no início da década de 80 e outras mudaram de nome. Muitos iranianos encontram-se a estudar no estrangeiro devido a este fenómeno e também porque existe no país a mentalidade que uma educação no exterior é superior. As universidades iranianas mais importantes são a Universidade de Teerão (fundada em 1934), a Universidade de Shiraz (fundada em 1945) e a Universidade de Isfahan (fundada em 1950).



Mídia |




Sede do Islamic Republic of Iran Broadcasting


A legislação iraniana estabelece que a televisão e a rádio devem ser operadas pelo Estado e devem estar de acordo com os valores islâmicos. O organismo responsável pelas estações de televisão e de rádio é o Islamic Republic of Iran Broadcasting (IRIB). O IRIB opera várias estações de televisão em língua persa e nas línguas regionais, sendo a mais vista o Canal 3, dedicado aos jovens. O Irão procura também captar audiências nos países árabes do Médio Oriente através dos canais Al-Alam e Al-Kawthar. Apesar do governo ter declarado ilegal o uso de antenas parabólicas em 1995, estas são toleradas e gozam de uma ampla popularidade entre a população. Alguns dos canais captados via satélite são operados por dissidentes do regime que vivem no estrangeiro e que utilizam os canais para a crítica governamental.


A maior parte jornais estão sediados em Teerão. Os jornais mais populares são o Kayhan e o Ettelaat, para além dos jornais desportivos.


Os provedores de internet no Irão utilizam filtros que bloqueiam páginas cujo conteúdo seja pornográfico, considerado anti-islâmico ou crítico do regime. Estima-se que cerca de 7 milhões de iranianos possuam acesso à internet.



Cultura |



Ver artigo principal: Cultura do Irão


Literatura |


A literatura persa desenvolveu-se a partir do século IX, nas cortes das dinastias locais que resultaram da decadência do califado abássida. A poesia tem sido a forma dominante desta literatura. Considera-se como primeiro grande poeta persa Rudaki (859-941), figura que esteve ao serviço da corte dos Samânidas. Rudaki foi seguido por nomes como Ferdusi (940-1020), autor do épico Épica dos Reis e Omar Caiam, astrônomo e matemático que foi autor da colectânea de poesia Rubaiyat. Antes da sua entrada em decadência a partir do século XV, a literatura persa ficou marcada pela obra de poetas místicos como Rumi, Saadi e Hafiz.



Cinema |





Abbas Kiarostami


A sétima arte chegou ao Irão em 1900, cinco anos depois da sua invenção. Neste ano, Mirza Ebrahim Khan Akkas Bashi, fotógrafo oficial da corte do xá Mozzafar al-Din, considerado como o primeiro realizador iraniano, acompanhou uma visita do xá à Europa. Em Paris, Akkas Bashi comprou uma câmara que utilizou para filmar a visita do seu soberano à Bélgica. A primeira sala de cinema no Irão surgiu 1905 em Teerão.


Em 1969, foi lançado o filme A Vaca, considerado precursor do cinema iraniano atual. Em 1994, Abbas Kiarostami lançou Através das Oliveiras, aclamado em festivais internacionais e Jafar Panahi lançou em 1995, O Balão Branco.


Depois da premiação no Festival de Cannes, com Gosto de Cereja, em 1997, de Abbas Kiarostami, o cinema iraniano tem sido descoberto e muito parabenizado pela crítica. Porém, com a forte censura existente no país vários desses filmes de arte, que popularizaram o cinema do Irã, nos debates cinéfilos e intelectuais, têm sido proibidos. Filmes comercias, mais baratos e sem destaque e importância cinematográfica, substituíram os filmes de arte que popularizam o país no mundo cinematográfico. Vários cineastas do país tem fugido da censura e de organizações terroristas e fundamentalistas islâmicas, como o Talibã, considerado responsável por um atentado fracassado contra o cineasta Mohsen Makhmalbaf.


Os cineastas iranianos tem mostrado um grande interesse pelo Neorrealismo italiano e por seus métodos. Nos filmes iranianos se destaca a paisagem e as pessoas comuns que trabalham nos filmes, que muitas vezes usam a metalinguagem.


Os filmes iranianos tem participado (e em alguns caso sido galardoados) em prestigiados festivais de cinema internacional, como o Festival de Cannes, a Mostra de Veneza ou o Festival de Berlim.


Outros nomes de destaque são Mohsen Makhmalbaf, Samira Makhmalbaf, Mani Haghigh, Jafar Panahi, Asghar Farhadi, Majid Majid entre outros. Entre os principais filmes iranianos atuais estão: 10, Um Instante de Inocência, O Ciclista, O Silêncio, Gosto de Cereja, Gabbeh, Filhos do Paraíso, O Círculo, Close-up e A Cor do Paraíso.



Património da Humanidade |




Ruínas de Pasárgada


O Irão possui oito sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial:




  • Meidan Emam - praça de Abas I em Isfahan;


  • Persépolis - antiga capital persa, fundada por Dário I em 518 a.C.;


  • Tchogha Zanbil - capital religiosa do reino elamita fundada em 1 250 a.C. e que é hoje um sítio arqueológico;


  • Bam e a sua paisagem cultural - cidade do período aqueménida fundada entre o século VI e o IV a.C.. Os seus monumentos foram danificados devido ao terramoto de 2003;


  • Pasárgada - capital do Império Aqueménida


  • Takht-e Soleyman - sítio arqueológico onde se encontram ruínas arqueológicas, como um templo sassânida dedicado à deusa Anaíta;


  • Soltaniyeh;

  • Bisotun





Vista panorâmica da Praça de Naqsh-e Jahan




Culinária |





Kuku Sabzi com ervas, acompanhado de berberis



Ver artigo principal: Culinária do Irã

Quase todas as refeições iranianas incluem o pão (nun) ou o arroz (berenj). Existem basicamente quatro variedades de pão: lavash, pão consumido ao pequeno-almoço, achatado e fino; barbari, um pão fofo e salgado, feito com farinha branca e por vezes coberto por sementes de sésamo (gergelim); sangak, pão comprido cozido sobre pedras ("sang" significa pedra em língua persa) e o taftun, pão fino em forma oval.


O arroz simples cozido é chamado de chelo; quando cozido com outros ingredientes, como frutos secos ou carnes é chamado pollo. O açafrão é muito utilizado para dar cor e sabor ao arroz. O arroz é acompanhado por carnes, sendo as mais consumidas a de ovelha e carneiro; o porco não é consumido devido à religião islâmica.


Os iranianos preferem o chá ao café. Acompanhando o serviço de chá encontram-se cubos de açúcar (ghand); o costume iraniano manda pegar num cubo, passá-lo pela chávena de chá e depois colocá-lo na boca, junto aos dentes da frente para que se dissolva à medida que o chá vai sendo bebido. O café no Irão é consumido forte, sem leite e com bastante açúcar.



Esportes/Desportos |





Estádio Azadi, o maior estádio do país


O desporto tradicional do Irão é o varzesh-e pahlavani (o que significa "desporto dos heróis" ou "desporto dos campeões"), uma arte marcial que remonta provavelmente à época da dinastia dos Partos. Mistura elementos do culturismo e da luta e é praticado num edifício conhecido como o zoorkhaneh. Os exercícios são conduzidos pelo morshed, homem que canta versos de poesia. Trata-se de um desporto que atribui grande importância a valores como a bravura e a caridade.


Os atletas iranianos participaram pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em 1948. O país ganhou a sua primeira medalha olímpica nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsinquia, com Gholamreza Takhti, vencedor da medalha de prata na luta. Este atleta venceu ainda uma medalha de ouro em 1956 e de prata em 1960. Em 1956 o país fez a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno. Hossein Rezazadeh é actualmente o detentor do recorde do mundo de halterofilismo na categoria de mais de 105 kg, tendo sido o primeiro iraniano a ganhar duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.





Estação de esqui de Dizin


Após a Revolução Islâmica de 1979, o desporto foi negligenciado, tendo as mulheres sido proibidas de participar como atletas em eventos desportivos. A situação agravou-se com a guerra com o Iraque dos anos 80. Contudo, desde a década de 90 o desporto tem sido valorizado, tendo as mulheres voltado a participar.


Nos Jogos Olímpicos de 2016, Kimia Alizadeh se tornou a primeira iraniana a ganhar uma medalha olímpica, levando a medalha de bronze no taekwondo.[69]


O futebol é hoje o desporto mais popular entre os iranianos. A equipa de futebol nacional ("Melli") consagrou-se como vencedora na Copa da Ásia de 1968, 1974 e 1976. O Irão fez a sua estreia na Copa do Mundo em 1978.O Voleibol vem logo em seguida, ganhando cada vez mais força no cenário mundial e acompanhado por muitas pessoas dentro do país, a Seleção Iraniana de Voleibol Masculino é a atual campeã do Campeonato Asiático de Voleibol Masculino e chegou a uma semifinal de Liga Mundial de Voleibol em 2014, sua melhor marca.



Ver também |



  • Lista de Estados soberanos

  • Lista de Estados soberanos e territórios dependentes da Ásia



Referências




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