Teoria
Nota: Para outros significados, veja Teoria (desambiguação).
Teoria (do grego θεωρία, transl. theoria: 'contemplação', 'reflexão', 'introspecção', de θεωρέω, tranl. theoréo, 'olho', 'observo', composto por θέα, thea, 'espetáculo', por sua vez derivado de θαῦμα, thâuma, 'visão', e ὁράω, horao, 'vejo'[1]) indica, na linguagem comum, uma ideia nascida com base em alguma hipótese, conjectura, especulação ou suposição, mesmo abstrata, sobre a realidade. Também designa o conhecimento descritivo puramente racional ou a forma de pensar e entender algum fenômeno a partir da observação. Na Grécia antiga, teoria significava "festa solene, procissão ou embaixada que as cidades helênicas enviavam para representá-las nos jogos olímpicos ou para consultar os oráculos".
Índice
1 Definição
2 Teoria científica
2.1 O método científico
2.2 Equívocos sobre teorias científicas
3 Teoria nas ciências sociais
4 Teoria do conhecimento
4.1 Hipótese
4.2 Marco teórico
4.3 Tese
5 Teoria nas comunidades acadêmicas
6 Teoria segundo Hawking
7 Teorias famosas
8 Referências
9 Ver também
Definição |
Em ciência, a definição de teoria científica difere bastante da acepção de teoria em senso comum, o de simples especulação; o conceito moderno de teoria científica estabelece que, entre outros, como uma resposta ao problema da demarcação entre o que é efetivamente científico e o que não o é.
Uma definição científica de teoria é a de que ela é uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo em hipóteses necessariamente falseáveis - mas não por isto erradas, dúbias ou tão pouco duvidosas - que foram e são devidamente e permanentemente confrontadas entre si e com os fatos no conjunto de evidências científicas, que, juntamente com as hipóteses, alicerçam o conceito. As hipóteses, em casos específicos, devido à simplicidade e ampla abrangência, podem ser elevadas ao status de leis.
Ressalta-se que uma teoria científica é o conjunto indissociável dos dois subconjuntos: o subconjunto de fatos naturais, evidências necessariamente verificáveis mas, ao contrário do que muitos pensam, não obrigatoriamente reprodutíveis, e um subconjunto de hipóteses científicas adequadas à descrição destes fatos; das ideias necessariamente falseáveis, testáveis (e testadas) frente às evidências e que, junto àquele, dão corpo ao conceito.
É comum associar-se o conceito de teoria apenas a uma ou ao conjunto de ideias que tentam prever com alto grau de exatidão os fenômenos da natureza. Em verdade, vários cientistas acabam muitas vezes por aderir a esta conotação. Contudo em ciência o conjunto de fatos faz-se sempre presente e indispensável, e este está, mesmo quando não explicitamente considerado, certamente subentendido. Sempre que observamos algum fato novo que venha a contrariar a teoria vigente, deve-se abandonar as ideias conflitantes e jamais ignorar o fato: modifica-se a teoria, de forma a integrá-los à mesma, fato e novas ideias. Conclui-se que as teorias evoluem em virtude da descoberta de novos fatos, que necessariamente passam a integrar a versão evoluída da mesma.
Há também de se sublinhar que a ciência, ao buscar uma simplificação da sistematização do conhecimento produzido, divide-se em áreas e mesmo em disciplinas por mera formalidade. A ciência entretanto é única. Há um único conjunto de fatos naturais, sobre o qual as mais variadas teorias científicas válidas se assentam. Apesar de um subconjunto de fatos em particulares ser destacado para integrar determinada teoria, nenhum paradigma válido - nenhuma teoria em vigor - pode conter ideias que contrastem com qualquer dos demais fatos científicos conhecidos, independente da área científica da qual este seja proveniente ou da área na qual este seja (mais) relevante. Se isto ocorrer, a teoria DEVE ser reformulada; esta encontra-se impelida a evoluir. Em outras palavras, citando um exemplo de validade significativa frente ao contexto cultural, as ideias da teoria da termodinâmica e da teoria da evolução, ao contrário do que alguns leigos científicos afirmam, sendo ambas paradigmas válidos hoje, não podem se contradizer e não se contradizem; tão pouco podem contradizer ou contradizem os fatos hoje conhecidos, sejam eles oriundos da física, da química, ou da biologia, ou de qualquer outra cadeira científica.
Para Karl Popper, deve-se submeter criticamente as teorias à prova dos fatos e selecioná-las de acordo com os resultados obtidos, através da dedução lógica e da comparação dos resultados. Popper indica quatro diferentes linhas para submeter uma teoria à prova:
- Comparação lógica das conclusões umas com as outras, para se testar a coerência interna do sistema;
- Investigação da forma lógica da teoria, com objetivo de determinar se ela apresenta caráter de uma teoria empírica, científica ou tautológica;
- Comparação com outras teorias, para ver se há avanço de ordem científica ;
- Comparação da teoria por meio de aplicações empíricas das conclusões que dela se possam deduzir.[2]
Teoria científica |
No pensamento científico, o fato sempre é superior à ideia, sendo que o fato sempre pode destruir - corretamente dizendo, falsear - a ideia. Por isso, uma teoria científica se constitui a partir de hipóteses testáveis e falseáveis, havendo sempre a possibilidade de que um novo fato venha a destruir a visão nela encerrada e até então válida e atual. Decorre que teorias científicas jamais são provadas pois é impossível garantir-se que nunca se descobrirá um novo fato que venha a contradizer alguma de suas ideias até então válidas. Algumas teorias estão tão bem corroboradas por uma quantidade tão grande de fatos que, na prática, é pouco provável conceber que estas sejam falseadas. Entretanto esta possibilidade é inerente e indissociável de qualquer teoria que se diz científica, não devido aos fatos, mas às ideias associadas à mesma.
Explicitamente, segue-se que, em acordo com a definição moderna de teoria científica - notoriamente atrelada ao positivismo de Popper e outros - não existe teoria científica, nem uma sequer, provada.[3] Isto certamente é difícil de se assimilar em sua abrangência. Por exemplo: mesmo após as considerações presentes, se alguém lhe perguntasse: "A teoria da gravidade foi provada?", o que você responderia? Certamente hesitaria em dizer que não! Contudo, deve-se lembrar que a teoria da gravidade não constitui-se apenas pela evidência empírica - observacional - de que massa atrai massa. Isto, verifica-se! E esta evidência faz certamente parte da teoria gravitacional, contudo não há teorias sem ideias que descrevam e expliquem os fatos. Vê-se que a teoria da gravidade não encontra-se provada ao considerar-se a evolução histórica da mesma: da teoria proposta por Newton até a atual, a Relatividade Geral - proposta por Einstein - há certamente uma grande discrepância na área ideológica.
O pensamento científico está sempre evoluindo e sempre preserva a melhor teoria, geralmente a mais simples e abrangente, através da chamada "Navalha de Ockham".
Estabelecido o conceito de teoria científica, várias são, entretanto, as opiniões sobre a abrangência e precisão da mesma para descrever o universo como um todo, principalmente na área da filosofia ou mesmo dentro da filosofia da ciência.
Janice Moulton defende que as teorias científicas incorporam valores, porque advogam uma forma de descrever o mundo em detrimento de outras, e que mesmo as observações de fato são feitas a partir de algum ponto de vista ou teoria sobre o mundo, já pressuposta.[4]
Thomas Kuhn defende que mesmo a argumentação usada na ciência não é livre de valorações, ou certa. A ciência envolve um sistema, ou paradigma, não apenas de generalizações e conceitos, mas de crenças sobre a metodologia e critérios de avaliação da investigação: sobre o que são boas questões, o que sejam desenvolvimentos adequados de uma teoria, ou métodos de investigação aceitáveis. Uma teoria substitui outra, não porque funcione, com sucesso, como premissa maior num maior número de deduções, mas porque responde a algumas questões que a outra teoria não responde. As mudanças de teoria ocorrem porque uma teoria satisfaz mais do que outra, porque as questões a que dá resposta são consideradas mais importantes. A investigação feita sob um paradigma não é feita para falsificar uma teoria, mas para preencher e desenvolver conhecimento para o qual o paradigma fornece um quadro de trabalho. O procedimento envolvido no desenvolvimento e substituição de um paradigma não é simplesmente dedutivo, e não existe, provavelmente, uma caracterização única adequada de como tal procedimento funciona. Isto não significa que ele seja irracional, ou não mereça ser estudado, mas apenas que não existe uma caracterização universal simples do que seja uma boa argumentação científica.[5]
O método científico |
Contudo, implicações filosóficas à parte,[6][7] uma teoria científica obedece necessariamente a um método em sua elaboração, o método científico. Este método de trabalho é cíclico, exigindo confronto permanente entre as ideias e os fatos que integram a teoria, o que, ao final, resulta na veracidade das afirmações abaixo:
- Opiniões pessoais, quem quer que as emita, NÃO constituem fatos em uma teoria científica.[8] As opiniões, se testáveis e falseáveis mediante os fatos, constituem, quando muito, hipóteses científicas, ideias dentro da teoria . Neste contexto o papel da autoridade em ciência, mesmo que ainda certamente relevante ao contexto científico, certamente difere em muito daquele exercidos pelas demais autoridades de outras áreas sociais, como a filosofia: em um debate científico acirrado, os FATOS, e não a autoridade, decidem quais ideias científicas são válidas ou quais são inválidas.
- Crença não constitui fato em uma teoria.[9] Fato é algo necessariamente verificável, embora não necessariamente reprodutível. Crença também não constitui uma hipótese científica pois, pela própria definição de crença, trata-se de uma proposição que não fundamenta-se em fatos verificáveis; não há fatos que as corroborem.
- Uma teoria, apesar de necessariamente falseável em virtude das ideias que a compõem, não é algo duvidoso, descartável ou tão pouco incorreto.[10] Ela é a melhor, mais honesta, e talvez a única maneira racionalmente aceitável de se descrever o que se conhece do mundo natural até a data de sua validade.[11]
- Uma teoria científica não é uma crença.[12][13] Não se acredita em uma teoria. Se corrobora uma teoria com fatos, ou, em caso contrário, se demonstra que a mesma é falsa mediante a falsificação de suas ideias, feita necessariamente por contradição com um novo fato até então desconhecido, e não por contradição com outra ideia (ressalvado-se aqui a natureza científica das ideias em questão e a harmonia lógica inerente, certamente).
Equívocos sobre teorias científicas |
Muitas vezes as pessoas se confundem sobre a definição de uma teoria. Nossos dicionários trazem o significado que corresponde a uma visão popular de uma teoria, o que seria equivalente a uma hipótese, ou definindo de uma forma ainda melhor, uma especulação, algo duvidoso, incerto. No entanto, na Ciência, uma hipótese não é o mesmo que teoria, apesar de integrá-la quando satisfaz a condição de ser testável e falseável frente aos fatos, e tão pouco teoria é algo duvidoso, apesar de necessariamente falsificável.
Há também uma confusão relativa à análise do que poderia se chamar de "grau de confiabilidade" que uma teoria apresenta. Muitas pessoas acreditam que uma lei científica possuiria um grau maior de comprovação que uma "teoria" (aqui em acepção em "senso comum"), mas não é isso o que ocorre. Teorias e leis, segundo a ciência, são definidas por conceitos bem distintos, de naturezas diferentes. Elas não se distinguem apenas por algum tipo grau de hierarquia. As leis nada mais são que hipóteses científicas com ampla área de validade e exaustivamente confrontadas frente a um número enorme de fatos, mas ainda e nada mais que hipóteses, com um "título honorífico", apenas. Uma teoria é definida por um conceito muito mais abrangente, que necessita do conceito de hipótese científica e em consequência do conceito de lei para estabelecer-se, mas não se define frente os mesmos apenas.
Outra confusão frequente é o equívoco entre fato e teoria. Teoria é composta por ideias que explicam o fato, mais especificamente o conjunto de fatos, e portanto uma teoria deve ser construída a partir de um conjunto de fatos; Uma teoria é a união do conjunto de ideias e do conjunto de fatos a que estas se relacionam.
Qual seria então o papel do fato face à teoria? Ele geralmente mas não necessariamente inicia e posteriormente constitui o alicerce da teoria. O fato reformula e rejeita a ideia em uma teoria, na medida em que qualquer teoria é passível de modificação; ele redefine e justifica a teoria, levando a uma melhora constante dos conceitos por ela propostos.
Não se pode jamais afirmar, como muitos fazem-no, que uma teoria é um fato, ou que se transforma, quando provada, em fato. Pode ocorrer que leis científicas possuam o mesmo "nome" que as teorias associadas. E há fatos que são também confundidos pelo mesmo nome da teoria a qual pertence. Deve-se ter entretanto cuidado com estas confusões de conceitos.
Uma teoria jamais é uma expressão perfeita da realidade, mas um modelo, em definição estrita da palavra, pelo qual a realidade conhecida pode ser descrita, compreendida, e pelo qual a realidade ainda desconhecida pode ser estimulada a ser descoberta.
Teoria nas ciências sociais |
Segundo Robert K. Merton, nas ciências sociais, a palavra teoria tem sido empregada de forma bastante diversa, incluindo quase tudo - desde as menores hipóteses de trabalho ou as amplas mas vagas e desordenadas especulações, até os sistemas axiomáticos de pensamento. Daí o cuidado que se deve ter no uso da palavra, posto que frequentemente, obscurece a compreensão ao invés de suscitá-la.[14]
Teoria do conhecimento |
"Chama-se teoria do conhecimento a um conjunto de especulações que têm por fim determinar o valor e os limites dos nossos conhecimentos".[15] Trata-se de explicar e interpretar os problemas que decorrem de uma análise fenomenológica do conhecimento. Esses problemas são agrupados em cinco tipos particulares:
- as questões da possibilidade do conhecimento,
- da origem do conhecimento,
- da essência do conhecimento,
- das espécies do conhecimento,
- do critério de verdade.
Hipótese |
Hipótese (do grego antigo ὑπόθεσις, transl. hypóthesis, composto de hypo, 'sob', 'abaixo de', e thésis, 'posição', através do latim tardio hypothese) originalmente significa 'suposição'. A palavra assume diferentes conotações, segundo o contexto. Figura geralmente em dicionários - os quais geralmente pecam em definir as acepções científicas - com o seguinte sentido: conjunto de condições que se supõem verdadeiras e que são tomadas como ponto de partida para deduções; em ciências experimentais, é uma explicação plausível dos fatos, provisoriamente adaptada, a ser submetida a verificação metódica através da experiência; é uma explicação provável mas ainda não provada ou não demonstrada.[16]
Uma pesquisa, estudo ou investigação destina-se a responder a um problema ou uma questão suscitada por um fato ou conjunto de fatos (oriundos ou não de teorias preexistentes). Com isso elabora-se uma hipótese, que é uma tentativa de apresentar uma solução para determinado problema. Assim, uma hipótese é muitas vezes associada a uma solução provisória, isto é, ainda não testada. Nesse sentido, as hipóteses são explicações provisórias que têm por objetivo fazerem-se compreender os fatos. São "embriões" de ideias que podem vir a figurar posteriormente no paradigma teórico, se validados. Nestes termos, hipótese seria o mesmo que suposição ou conjetura.
Contudo, mesmo quando testada e exaustivamente corroborada, uma hipótese nunca deixa de ser uma hipótese. Mesmo as leis científicas nada mais são do que hipóteses, contudo hipóteses simples de grande abrangência, já exaustivamente corroboradas - mas nunca provadas - por uma quantidade enorme de evidências, que por tal merecem um título de destaque. Nestes termos, poderíamos classificar as hipóteses, em função de sua abrangência e da corroboração dada às mesmas, basicamente em três grupos: o das conjeturas - hipóteses iniciais, geralmente ainda não testadas -; o dos axiomas ou postulados, hipóteses já testadas e corroboradas; e por fim, o que encerra aquelas detentoras de título honorífico de destaque, o de lei. Contudo, nos três grupos, todas são sempre hipóteses. O leitor deve, assim, ficar atento ao contexto a fim de inferir a qual dos grupos pertence a hipótese em debate.
Marco teórico |
É uma afirmação teórica específica de determinado autor.
O marco teórico é, portanto, uma afirmação de um pesquisador de determinado campo do conhecimento que realizou investigações e reflexões sobre determinado tema e chegou a explicações e conclusões metódicas sobre o assunto, ou seja, é o ponto de vista de alguém sobre determinado assunto em particular.
Tese |
Do grego thésis, (ato de pôr), pelo latim these, (proposição), tese é, literalmente, uma proposição que se apresenta para ser defendida como a conclusão de um teorema. Ou seja, é a conclusão que se obtém por dedução lógica a partir de outras conclusões já testadas e admitidas como verdadeiras.
Existem basicamente três níveis para se definir a validade de uma afirmação dentro do conhecimento científico. O mais básico é a conjetura, geralmente o fruto das primeiras observações e dos primeiros raciocínios indutivos. Quando essa conjetura passa pelos testes iniciais mostrando-se agora suportada por fatos, ainda sem ser contudo confirmada por pesquisas independentes, esta passa a ser considerada uma tese. A obtenção do título de Doutor depende geralmente da defesa de uma tese a uma banca examinadora. Por último surge a teoria, que expressa um consenso senão de todos pelo menos entre a maioria dos membros da comunidade científica.
Para se estabelecer uma teoria as suas afirmações devem ser não apenas corroboradas por expressivas evidências mas sobretudo contraditas por nenhuma, e também mostrarem-se harmônicas frente ao raciocínio lógico - raciocínio desenvolvido principalmente por processos de dedução, não excluindo-se aqui a indução - tudo isto sob escrutínio de vários pesquisadores independentes. Junto com as evidências que sustentam as afirmações, tais afirmações passam então a integrar a teoria.
É evidente que, para a validação de qualquer teoria, é necessária a existência de um ou mais experimentos reprodutíveis associados que possam ser realizados por pesquisadores independentes,[17] sendo importante ressaltar que tais experimentos devem estar estruturados sob a ótica científica. A ausência desta possibilidade, assim como a ausência de evidências verificáveis ou confrontos com estas impedem que qualquer tese ou mesmo hipótese, conforme proposta, possa elevar-se ao nível de teoria.
Teoria nas comunidades acadêmicas |
As comunidades acadêmicas internacionais tem como padrão registrar as ideias e referências explícitas dos fatos de uma teoria científica, bem como debates e discussões no âmbito de quais as ideias que são ou não válidas em uma teoria em artigos completos, devidamente revisados por pares e publicados em periódicos científicos qualificados. Há padrões internacionais para "qualificação" destas publicações periódicas,[18][19] e há também padrões brasileiros estabelecidos com o mesmo propósito.[20][21] Especialmente, o Qualis está sendo utilizado para avaliação de desempenho pessoal dos pesquisadores brasileiros. Entretanto, a publicação científica não garante a veracidade absoluta do conteúdo publicado, como espera-se ao falar-se de teoria, porém consagra o reconhecimento oficial de sua existência perante as comunidades científicas como uma proposta provável no referido momento. Por outro lado, propostas divulgadas mediante apresentação em congresso ou simpósio, artigo em uma revista de divulgação não científica ou revista popular, em artigo de jornal, programa de rádio ou televisão, relatório técnico, tese, dissertação ou monografia não publicada, etc., não são tratados como teoria científica. Antigamente, no Brasil, havia o costume de todos os documentos decorrentes das formas de divulgação citadas serem tratados como válidos no que concerne às teorias científicas. Entretanto, entrando o século XXI, o padrão internacional tem sido introduzido pouco a pouco.
Teoria segundo Hawking |
De acordo com o físico teórico Stephen Hawking, em Uma Breve História do Tempo, "uma boa teoria deve satisfazer a dois requisitos: Precisa descrever com precisão um número razoável de observações, com base em um modelo que contenha poucos elementos arbitrários; e deve prever com boa margem de definição resultados de observações futuras". Mais especificamente em sua área de atuação: "qualquer teoria na física é sempre provisória, no sentido de que é apenas uma hipótese, você nunca pode prová-la em definitivo. Não importa quantas vezes os resultados das experiências estejam de acordo com algumas teorias, não se pode ter a certeza de que na próxima vez o resultado não irá contradizê-las. Por outro lado, você pode refutar uma teoria por encontrar uma única observação que não concorde com as suas previsões".
Teorias famosas |
Astronomia: Big Bang
Biologia: teoria da evolução;
Educação: construtivismo; Pedagogia crítica
Filosofia: teoria da verdade; hermenêutica
Física: teoria da relatividade; teoria quântica; teoria das cordas; teoria da gravitação
Matemática: teoria dos conjuntos; teoria da informação; teoria do caos; teoria dos jogos
Química: teoria atômica
Referências
↑ F. Montanari (2004). Loescher, ed. GI - Vocabolario della lingua greca - Greco Italiano (2ª ed). Torino: [s.n.] .
↑ Popper, Karl. (1996). A Lógica da Pesquisa Científica. SP. Ed. Cultrix. p.33
↑ O Universo numa Casca de Noz - Hawking, Stephen - 9 edição - Editora ARX. ISBN 85-7581-017-0
↑ in Crítica. Abril de 1992. Revista do Pensamento Contemporâneo. p. 79-99
↑ Kuhn, Thomas. (1962). The Structure of Scientific Revolutions. University of Chicago Press. 2ª edição.
↑ Segundo Richard Feynman: "A filosofia da ciência é tão útil para os cientistas quanto a ornitologia para os pássaros" - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 462
↑ Segundo Bertrand Russell: "Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe." - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 459
↑ Segundo Konrad Lorenz "É um bom exercício para o pesquisador livrar-se de uma hipótese favorita todo dia, antes do café da manhã. Isto o tornará jovem." - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 462
↑ " Segundo Jacob Bronowski: "O homem domina a natureza não pela força, mas pela compreensão. É por isto que a ciência teve sucesso onde a mágica fracassou: porque ela não buscou um encantamento para jogar sobre a natureza." - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record - 2006 - pág.: 460
↑ " Segundo Adam Smith: "A ciência é o grande antídoto contra o veneno do entusiasmo e da superstição" - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Capítulo: "O que é ciência?" - Editora Record -2006 - pág.: 459
↑ Segundo Cornelius van Niel: "Em sua essência, a ciência é uma busca perpétua por uma compreensão inteligente e integrada do mundo em que vivemos" (apud SINGH, Simon Big Bang, "O que é ciência?" Record, 2006, p 459)
↑ Ciência é algo bem distinto de cientismo, podendo ser definida como o conjunto sistematizado de todas as teorias científicas (com destaque para as válidas), do método científico e dos recursos necessários à produção das mesmas. Decorre que um cientista é um elemento essencial à ciência. Entretanto, como um ser humano dotado de um cérebro imaginativo, que possui sentimentos e emoções, este certamente tem suas crenças, podendo ser inclusive um teísta ou religioso. Entretanto a ciência exige que este saiba expressamente manter suas crenças longe de seus artigos científicos e das teorias científicas. Em outras palavras, apesar da ciência não excluir os teístas ou religiosos do seu leque de cientistas, a ciência e por conseguinte as teorias científicas são expressamente céticas.
↑ Segundo Albert Einstein: "A ciência só pode determinar o que é, não o quedeve ser, e fora de seu domínio permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos. - Citado em Singh, Simon - Big Bang - Editora Record - 2006 - pág. 461".
↑ Merton, Robert. (1970). Sociologia: Teoria e Estrutura. São Paulo. Ed. Mestre Jou,. p. 51
↑ Rey, Abel Leçons élémentaires de psychologie et de philosophie. Paris : E. Cornély, 1908.
↑ Dicionário On-Line Priberam, 2008 .
↑ Os procedimentos são necessariamente reprodutíveis, mas não os fatos dos quais se valem e utilizam, que são necessariamente acessíveis, verificáveis, mas não são necessariamente reprodutíveis. Não se precisa reproduzir toda a evolução dos seres vivos no planeta ou mesmo um dinossauro vivo para elaborar-se a teoria da evolução.
↑ Science Citation Index (SCI)
↑ impact Fator (IF)
↑ Qualis
↑ Scielo[1]
Ver também |
- Teorema
- Método científico
- Ciência
- Falseabilidade
- Filosofia da ciência
- Divulgação científica
- Monografia
- Pseudociência
- Paradoxo do corvo
- Positivismo lógico
- Francis Bacon
- Epistemologia